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Ursinho Pooh: O Que a Ciência Atual Revela Sobre Seus Personagens

Você sabia que o universo do Ursinho Pooh pode ser interpretado como um retrato simbólico de diferentes formas de funcionamento infantil? Embora o desenho seja lembrado pela leveza e pela doçura, pesquisas recentes mostram que seus personagens carregam traços comportamentais que se aproximam de situações vistas diariamente por professores.

Um estudo brasileiro chamado “Identificação de Transtornos Mentais por meio de Winnie-the-Pooh“, publicado em 2024 por pesquisadores da UEMG e UNIFRAN, analisa essa representação de forma interdisciplinar, reunindo literatura, neurociência e psicologia para interpretar cada personagem sob uma perspectiva atualizada do desenvolvimento humano .

Essa leitura não busca rotular personagens, mas sim ampliar o olhar sobre perfis que encontramos nas escolas, e que merecem compreensão, acolhimento e estratégias pedagógicas adequadas. Confira!

Ursinho Pooh

Segundo a análise, Pooh apresenta comportamentos compatíveis com desatenção, distração frequente e organização reduzida. Além disso, ele também manifesta uma fixação pelo mel, interpretada de forma simbólica como uma busca repetitiva. Por isso, o estudo associa Pooh a traços de TDAH — subtipo desatento — com elementos obsessivos de comportamento repetitivo .

Sendo assim, do ponto de vista educacional, Pooh representa crianças que precisam de previsibilidade, instruções claras e apoio para manter o foco.

Tigrão

Tigrão continua sendo o símbolo clássico da energia sem limites. Logo, o estudo de 2024 descreve seu comportamento como impulsivo, intenso e com mudanças rápidas de foco. Sendo assim, esses padrões são compatíveis com manifestações de hiperatividade e impulsividade, também observadas no TDAH.

Portanto, na escola, Tigrão lembra alunos que precisam de movimento, atividades dinâmicas e regras claras para organizar a energia.

Leitão

Leitão demonstra preocupação constante, vigilância exagerada e sensibilidade elevada diante de imprevistos. Por isso, no estudo, ele é associado a sinais compatíveis com Ansiedade Generalizada .

Dessa maneira, nesse perfil aparece em crianças que se assustam facilmente, evitam mudanças e necessitam de suporte emocional para se sentirem seguras na rotina escolar.

Bisonho

O estudo descreve Bisonho como um personagem que expressa traços compatíveis com humor rebaixado, incluindo baixa energia e pessimismo persistente.

Logo, na escola, crianças com esse perfil podem ser discretas, silenciosas e demonstrar menor vitalidade. Elas precisam de reforço positivo, vínculos e acompanhamento sensível.

Christopher Robin

Christopher é analisado como a figura que transita entre imaginação intensa, diálogos com personagens não reais e uma construção narrativa bastante elaborada. Logo, os pesquisadores propõem interpretações simbólicas que relacionam esse comportamento a um funcionamento criativo e altamente imaginativo.

Embora a leitura literária possa confundi-lo com quadros dissociativos ou psicóticos, no campo pedagógico ele se aproxima muito mais de um imaginário enriquecido e de uma sensibilidade criativa.

Ou seja na prática escolar, muitas crianças com grande imaginação podem criar mundos inteiros como forma de expressão e processamento emocional.

Corujão

O estudo também interpreta Corujão como um personagem que enfrenta desafios com linguagem escrita, leitura e organização temporal. Dessa forma, o estudo associa esses elementos, de forma simbólica, a características semelhantes aos transtornos específicos de aprendizagem, como a dislexia, além de lapsos de memória recente.

Portanto, ele representa alunos que precisam de apoio visual, instruções passo a passo e materiais adaptados.

Abel

Abel é descrito como alguém que busca controle, ordem e previsibilidade o tempo todo. Ele reorganiza objetos, conta repetidamente e demonstra forte necessidade de estrutura. Dessa forma, o estudo compara esses comportamentos a traços compatíveis com padrões obsessivos e com rigidez elevada.

Logo, na sala de aula, esse perfil aparece na criança que se angustia com mudanças bruscas e precisa de rotinas bem definidas.

Can

O estudo descreve Can como extremamente cuidadosa com seu filho, sempre alerta e preocupada com o futuro. O estudo associa esse funcionamento à ansiedade social, especialmente pela forma como ela tenta prever riscos e evitar desconfortos em qualquer situação .

Professores veem isso em famílias que demonstram grande apreensão diante do desenvolvimento da criança, necessitando de orientação e acolhimento.

Guru

Guru, segundo o estudo, expressa comportamentos compatíveis com características descritas no Transtorno do Espectro Autista (TEA), como alternância entre períodos de exploração intensa e retraimento, menor percepção de risco e dificuldade de atenção compartilhada .

Por isso, essa questão nos lembra a importância de intervenções baseadas em rotina, antecipação visual e apoio para comunicação.

Por que isso importa para a educação?

Cada personagem de Ursinho Pooh revela um modo possível de ver, sentir e reagir ao mundo ― assim como acontece com nossos alunos. Em vez de rotular, essas interpretações ampliam a empatia, permitindo que o professor desenvolva estratégias mais eficazes para apoiar comportamentos diversos.

Essa leitura também reforça um princípio essencial da inclusão: toda criança aprende, mas cada uma aprende de um jeito.

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