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Diferença entre pirraça e comportamento opositor na infância

Olá, professores!

Primeiramente, qual a diferença entre a pirraça e o comportamento opositor na infância? A resposta pode não ser tão fácil quanto parece. Afinal, alguns sinais tendem a ser parecidos. Outros, por sua vez, indicam uma sutil diferença entre eles.

Portanto, saber discernir o que se passa com a criança dentro da sala de aula é um ponto primordial para facilitar o trabalho pedagógico. Nesse sentido, os educadores devem estar por dentro das características que tendem a demonstrar uma birra comum para a idade ou a existência do Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) – conhecido também por comportamento opositor.

Como caracterizar a pirraça?

Antes de tudo, colocar a famosa pirraça em uma definição não é tarefa fácil, mas é possível. Para se ter ideia, toda criança faz birra, por menor que ela possa ser. Com isso, algumas gritam ou se jogam no chão.

Por outro lado, há aquelas mais contidas e que resolvem ficar caladas ou emburradas em um canto. Enfim, para cada pequeno, uma pirraça única.

Geralmente, esse comportamento aparece como forma de demonstrar contrariedade diante de situações indesejáveis. Uma vez que a criança ainda não tem a capacidade de argumentar, ela se expressa dessa maneira para mostrar seus sentimentos no momento.

No entanto, tudo isso passa com conversas, negociações e não dura muito tempo. Por exemplo, imagine que um aluno queira brincar no parquinho na hora da chuva. Você diz não e explica os riscos de adoecer etc. Com efeito, o pequeno pode fazer birra.

Em função disso, cabe apresentar alternativas à criança, oferecendo brincadeiras que podem ser praticadas dentro de sala. A possibilidade de ela aceitar essa troca é grande, desde que seja algo que chame a sua atenção. Portanto, a pirraça começa e acaba.

Como perceber o comportamento opositor na infância?

Diferentemente da birra, o comportamento opositor na infância apresenta outras facetas. A princípio, uma das principais características do TOD é o padrão persistente de comportamento negativista.

Além disso, hostilidade e desobediência em relação aos pais e qualquer adulto que desperte a função de autoridade também são indícios fortes da existência do TOD. Inclusive, há alguns especialistas que pontuam a impaciência, a irritabilidade excessiva e a baixa autoestima como parte dos sintomas do TOD.

No contexto da sala de aula, o pequeno que apresenta comportamento opositor tem uma tendência considerável a estabelecer relações caóticas com os coleguinhas e professores. Em outras palavras, isso se explica pelo perfil intempestivo e de pouco controle emocional ao aceitar seguir regras e obedecer às ordens.

Quais as consequências do comportamento opositor na infância?

Antecipadamente, é possível afirmar que a convivência do aluno com TOD é complicada, pois os demais colegas tendem a evitá-lo ao máximo com receio de brigas. Aliás, com os professores a situação também pode ser conflituosa.

Outras consequências do comportamento opositor na infância são as seguintes: baixo rendimento escolar, exclusão do círculo social da turma. Diante disso, é preciso ter cuidado para não legitimar atitudes que configuram discriminação contra a criança com TOD. Afinal, ela precisa de tratamento e acompanhamento para controlar os impulsos e os demais sintomas.

Como a intervenção pode ser útil?

As propostas de tratamento são fundamentais para lidar com os sinais do TOD. Além disso, especialistas ressaltam que as intervenções têm o poder de estabelecer o controle do transtorno. No entanto, todas as partes envolvidas devem compreender a totalidade do comportamento opositor. Ademais, ver que não se trata de uma simples falta de educação, mas algo mais complexo.

Com isso, a Terapia Cognitivo-Comportamental e o uso de medicamentos – como a risperidona – podem gerar efeitos satisfatórios. Entretanto, é preciso investigar cada caso para saber se há indícios de comorbidades, por exemplo. Por isso, a presença de médicos e terapeutas é fundamental para auxiliar a criança nesse caminho.

Por fim, vale ressaltar que tanto a escola quanto os pais exercem um papel fundamental na educação do pequeno com comportamento opositor. Todas essas partes são peças-chaves para o desenvolvimento pedagógico, pessoal e social da criança.

Referências

NORONHA, Heloísa. Birra de criança pode ser um transtorno: saiba como diferenciar e o que fazer. Uol Viva Bem, 2020.

SERRA-PINHEIRO, M.A. et al. Transtorno desafiador de oposição: uma revisão de correlatos neurobiológicos e ambientais; comorbidades, tratamentos e prognósticos. Rev. Brasileira de Psiquiatria, v. 26, n. 4, 2004.

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