Acessibilidade:

PROCESSOS E ESTRATÉGIAS NA ESCRITA DO SURDO

Olá professor, tudo bem?

Hoje dia 26 de setembro é comemorado o dia Nacional do Surdo, e o Grupo Rhema não poderia deixar de compartilhar um conteúdo sobre LIBRAS.

A Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – é a língua materna dos surdos brasileiros. E desde o seu decreto, vem trazendo saídas para a comunicação entre ouvintes e a comunidade surda.

E a sua importância é elevada no processo educacional, porém com tamanha importância, causa desafios e dificuldades quando se trata do processo de aprendizagem de leitura e escrita em sala de aula.

É exatamente sobre isto que vamos falar no conteúdo de hoje em nosso Blog.

PROCESSOS E ESTRATÉGIAS NA ESCRITA DO SURDO

A comunicação do indivíduo pode apresentar dificuldade quando ele nasce em um ambiente diferente de sua língua materna. Um exemplo disso são as crianças surdas, filhos de pais ouvintes.

Portanto, a Língua de Sinais é considerada a primeira língua utilizada pelo surdo. O uso dessa língua representaria a palavra da língua falada, ou seja, uma resposta apresentada a estímulos do meio, sejam eles verbais ou não. A sua importância pode ser exemplificada pelo fato de ela permitir que o surdo se comunique com indivíduos em condições semelhantes à sua e com os demais que utilizam a língua portuguesa.

Ela é o seu meio de comunicação e através dela ele pode pensar, planejar, sentir e aprender outras línguas. As crianças surdas filhas de pais surdos têm acesso à língua de sinais desde o nascimento.

É por meio da Libras que a linguagem da maior parte das crianças surdas evolui, é por meio dela que as possibilidades cognitivas e conceituais para nomear e categorizar a realidade acontecem. É por meio da Libras que o surdo tem acesso à cultura, ao conhecimento e à integração social.

Como consequência, o aprendizado da leitura e escrita para os surdos será diferente das pessoas ouvintes. Sua leitura de mundo é feita através de experiências visuais e concretizadas em sua língua natural. No aprendizado da leitura e escrita é necessário ir do mundo para o texto, dos conhecimentos concretizados na língua de sinais e que deverão ser traduzidos para o português.

O ensino da escrita para surdos constitui um grande desafio ao professor de língua portuguesa, uma vez que tais alunos são falantes de uma língua que acontece apenas na modalidade sinalizada e não possui correspondente escrita. A leitura deve ser uma das principais preocupações no ensino da Língua Portuguesa para os surdos, sendo também uma etapa para o aprendizado da escrita.

Embora seja sua língua natural, não é nessa língua que ele deverá aprender a ler e escrever. A língua de sinais é visual e espacial e a língua oficial do país é auditiva e oral, o que determina que os canais de recepção e emissão sejam diferentes.

DIFICULDADES NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

No trabalho educacional com a pessoa surda, observa-se que a dificuldade maior ao lidar com a questão da linguagem escrita se restringe, ainda, em uma compreensão limitada a respeito da linguagem e de sua importância em relação ao processo de ensino e aprendizagem de qualquer aluno.

Portanto, a educação das pessoas com surdez aponta não só questões referentes aos seus limites e possibilidades como também aos preconceitos existentes na sociedade para com elas.

Além do mais, enfrentam inúmeros entraves para participar da educação escolar, os quais são decorrentes da perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das escolas.

O termo letramento está sendo confundido com a noção de alfabetização, na qual a escrita torna-se instrumento de competências individuais, cujo objetivo é o sucesso escolar. Dessa forma, ocorre a imposição de normas e estruturas de poder e saber, da qual decorre o fracasso escolar que recai nos indivíduos, sendo atribuída a eles a responsabilidade por não responderem ao esperado.

A língua de sinais é organizada no cérebro da mesma forma que as línguas orais, desse modo como qualquer língua natural têm um período ideal para aquisição. Quando seu aprendizado ocorre tardiamente a criança enfrentará maiores dificuldades.

A falta de acesso à língua de sinais por todos os surdos – sendo isso, ainda, privilégio de alguns -, faz com que acabem desenvolvendo uma comunicação caseira, utilizada pela necessidade de estabelecer contato com seus familiares.

O PROCESSO EDUCACIONAL

Porém, esses mesmos sujeitos, ao serem expostos à comunicação gestual, não a diferenciam, inicialmente, do português, fazendo o seu uso como mera representação gestual da língua oralizada, “fato que acarreta a desvalorização da LIBRAS por conceberem-na como uma língua de menos valor por não ser conhecida e utilizada pelos ouvintes.

Entende-se que a língua de sinais é a língua acessível ao Surdo por não impor a ele obstáculos sensoriais e poder ser adquirida por imersão linguística em ambiente adequado, ou seja, na convivência espontânea com usuários dessa modalidade linguística.

O sistema de escrita SignWriting é um sistema complexo e adaptável às gramáticas das línguas de sinais. O que se chama alfabeto nas línguas orais é denominado configurações de mão na Língua Brasileira de Sinais. Seu desenvolvimento ainda está em fase inicial no Brasil, tendo como lócus, principalmente, as instituições de ensino superior, em estudos de grupos de pesquisa, projetos científicos e de extensão.

Para que o processo formal da aquisição da leitura e escrita pode seja iniciado é necessário:

– Que o aluno perceba a importância da Língua Portuguesa na modalidade escrita.
– Que ele aprenda a conhecer a diferença entre as duas modalidades linguísticas.
– Que ele entenda que o processo de alfabetização que lhe permitirá ler e escrever, será em Língua Portuguesa, embora sua língua natural seja a língua de sinais.
– Que ele também possa compreender a importância da modalidade escrita, pois, a oral nem sempre é possível e a de sinais não poderá ser compreendida por todos.

Para o surdo, a aquisição da modalidade escrita representa a alfabetização em uma outra língua com diferenças sintáticas, morfológicas e fonéticas. Por isso, as irregularidades morfossintáticas identificadas na escrita dos indivíduos surdos coincidem com construções próprias da língua de sinais.

O professor deve estar atento a alguns critérios a serem seguidos para proporcionar a compreensão de seus alunos:


– Fazê-los observar no texto: figuras, pinturas, ilustrações (ênfase aos recursos visuais).
– Identificar com eles os lugares, referências temporais e espaciais.
– Observar no texto: o título e subtítulo.
– Explorar capa (se for um livro), personagens.
– Dar aos alunos explicações antes do início da leitura.

MUITO MAIS QUE A SALA DE AULA

Considerando que aproximadamente 95% dos surdos são filhos de pais ouvintes e 5% são filhos de pais surdos, o surdo está exposto à língua portuguesa no seu núcleo familiar e social, entretanto, ele também está incluído em uma comunidade surda, onde a Libras é a língua dominante. Logo, cabe à toda sociedade compreender definitivamente o caráter bilíngue do surdo.


A participação da família em curso de Libras cria um ambiente linguístico adequado a criança. Ela está em processo de construção e deverá ter uma base sólida em sua língua natural para adquirir a Língua Portuguesa como segunda língua.

Reconhecer a condição bilíngue do surdo é apenas o início de um longo percurso a ser trilhado onde novas questões se colocam, novas descobertas, desafios e reflexões são impostas aos pesquisadores, professores e aos espaços pedagógicos em geral.

INCLUSÃO DO SURDOS

A comunidade surda busca sua inclusão na sociedade; o principal entrave discutido na atualidade é o reconhecimento de sua cultura própria, que engloba uma percepção única do mundo que os cerca; para interagir entre si e com os demais sujeitos da sociedade, foram sendo desenvolvidas formas de comunicação, iniciando com o oralismo estrito – falível e ineficaz – e chegando à língua de sinais, atualmente no Brasil reconhecida legalmente.

Estimular o conhecimento da Libras como segunda língua para o ouvinte e primeira língua para o Surdo, via sistema educacional em todos os níveis de ensino e modalidades, sensibilizará a sociedade para uma relação igualitária entre todos e extinção da descriminação com o Surdo.

Ao mesmo tempo, estimular o desenvolvimento e o aprendizado da escrita de sinais ampliará as formas de comunicação e expressão utilizadas pela comunidade surda, devendo haver um esforço conjunto do sistema educacional brasileiro, juntamente com o fomento e a aplicação de políticas públicas 

O Grupo Rhema tem o imenso orgulho de propagar em suas capacitações e especializações o curso de LIBRAS, pois acredita que todo o país precisa desse conhecimento, só com ele que conseguimos a inclusão de verdade! Conheça nosso rico conteúdo sobre LIBRAS, em nossa capacitação on-line, clicando aqui e propague a inclusão.

Continue lendo

Objetivos da contação de histórias na educação infantil

Olá, professores! Inicialmente, a educação infantil tem um papel indispensável na formação do indivíduo, sobretudo no que diz respeito ao […]

A Família e o Autismo: Inclusão Começa em Casa!

pais e professores, A família é importante para o desenvolvimento de qualquer pessoa não é mesmo? Mas você já analisou […]

Os cinco pilares da Inteligência Emocional

Quando precisamos lidar com relações individuais e interpessoais, o autocontrole se transforma em um poderoso artifício. Aliás, tudo isso é […]