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5 Passos para Leitura e Interpretação do Desenho Infantil

Todos nós sabemos que a alfabetização é um processo crucial para o desenvolvimento dos alunos. No entanto, existem outras ações, no contexto da aprendizagem, que também são tão importantes quanto. O grafismo, por exemplo, reflete consideravelmente no desempenho da criança, sobretudo nos primeiros anos da escolarização.

Por isso, torna-se indispensável um trabalho interessante realizado pelos educadores: a interpretação do desenho infantil. Confira!

Interpretação do Desenho Infantil: o que tem a ver com a educação?

A interpretação do desenho infantil tem muita relação com a educação, principalmente no aspecto cognitivo. Desse modo, pesquisas já revelaram que o desenho feito pelas crianças é responsável por representar o compromisso entre suas intenções narrativas e seus meios, considerando cada etapa do desenvolvimento das atitudes intelectuais, perceptivas e motoras dos alunos.

Um desses estudos, é o artigo “Desenho na pesquisa com crianças: análise na perspectiva histórico-cultural” escrito por Sônia Kramer e Veronica Figueiredo Nunes, publicado em 2008 na revista Estudos e Pesquisas em Psicologia, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Esse estudo analisa o desenho como linguagem e ferramenta metodológica na pesquisa com crianças de 7 a 8 anos, destacando, por exemplo, como ele expressa aspectos cognitivos, afetivos e perceptivos do desenvolvimento infantil.

Além disso, a maneira que a criança desenha também diz respeito à evolução de seu progresso visual. Logo, deve-se ressaltar que esses rabiscos, aparentemente desordenados, são formas de expressão que os pequenos conseguem transpor para o papel.

O que é preciso para a leitura e a interpretação do desenho infantil?

Um dos desafios impostos aos educadores é justamente decifrar os traços desenvolvidos pela criança, saber o que significa, o que eles têm a falar. Dessa forma, os professores podem descobrir por meio de algumas orientações que a pesquisadora Nicole Bédard já elucidou em seu livro Como Interpretar os Desenhos das Crianças (Editora Isis, 1998).

Ela apresenta alguns passos para a compreensão dos desenhos, como por exemplo:

1 – A posição do desenho

O local na folha em que a criança decide desenvolver seus traços revela as intenções que ela tem ao expô-los. Logo, quando o desenho está na parte superior do papel, o pequeno relaciona a algo ligado à imaginação, à intenção de obter novas descobertas e ao seu intelecto.

Ou seja, na parte mais abaixo, o aluno tem o objetivo de retratar as necessidades materiais e até físicas. O lado esquerdo está relacionado a pensamentos do passado; e o direito ao futuro.

2 – As dimensões do desenho

O tamanho da ilustração tende a mostrar alguma faceta da personalidade da criança. Por isso, quando o traçado é grande, o aluno demonstra sua posição de segurança. No entanto, pode ser também uma forma de o pequeno querer compensar a falta de atenção.

Por outro lado, quando o desenho tem dimensões menores, a criança não necessita de muito espaço e pode preferir ficar mais quietinha, embora não dispense companhia em alguns momentos.

3 – Os traços do desenho

Por meio da sequência do traçado é possível observar detalhes internos dos alunos. Portanto, traços contínuos, indicam um perfil dócil e harmônico, e uma personalidade que respeita o ambiente e preza pelo bem-estar. Já os manchados ou cortados, nesse caso, há uma insegurança latente, medo de mudanças. E por fim, os traços oblíquos, eles demonstram que a criança tem vigor, força e obstinação.

4 – A pressão do desenho

Quando o aluno traça o desenho de maneira forte, isso pode revelar entusiasmo e vontade. Ainda assim, quanto mais força ele exerce sobre o traçado, maior pode ser a agressividade. Por outro lado, aqueles que desenham de forma mais leve (relativo à pressão exercida) tendem a ser menos convictos ou estar passando por situações de cansaço físico.

5 – As cores do desenho

A disposição das cores merece uma atenção maior, não que os outros tópicos sejam menos importantes, mas pelo fato de a simbologia delas pender para interpretações positiva e negativa.

  • Vermelho: muita energia ou até mesmo situações de agressividade (não é uma regra necessariamente);
  • Laranja: necessidade de contato social;
  • Amarelo: alegria de viver e curiosidade;
  • Verde: maturidade;
  • Azul: harmonia, tranquilidade e introversão;
  • Preto: inconsciente;
  • Rosa: capacidade de adaptação;
  • Marrom: estabilidade;
  • Cinza: falta de segurança e possibilidade de ser influenciável.

A criança sempre usa as cores que deseja?

Nem sempre. De acordo com pesquisas, quando o pequeno escolhe alguma cor, muitas vezes não é aquela a qual ele desejava. O educador deve questionar os motivos que o levaram a escolher a tonalidade e saber o significado dessa atribuição. Embora seja uma atividade aparentemente lúdica, essa tarefa (de colorir) é ideal para que a criança desenvolva traços e formas que correspondam ao ambiente que ela está inserida.

Conclusão

Entender o processo de leitura e interpretação do desenho infantil é compreender que cada traço é uma forma única de comunicação. O desenho fala quando a criança ainda não domina as palavras — expressa emoções, pensamentos e vivências.

Por isso, o olhar do professor deve ir além da estética: deve buscar sentidos, histórias e aprendizagens escondidas em cada linha. Ao interpretar com sensibilidade e conhecimento, o educador transforma o desenho em uma poderosa ferramenta de observação, intervenção e inclusão.

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Cada criança é um mundo. Te preparamos para cada uma delas.

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