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Desenvolvimento da escrita na educação infantil

Olá, professores!

A princípio, a educação infantil é um processo que engloba habilidades e competências cujos resultados culminarão no domínio da criança sobre determinados aspectos. Além disso, destaca-se a oportunidade que ela tem de promover outras interações, como a social e a cultural, por exemplo.

Nesse sentido, tal sequência de descobertas tende a propiciar o seu desenvolvimento perante os desafios da vida escolar. Dentre as novidades, ressalta-se a grafomotricidade e o desenvolvimento da escrita.

No entanto, saber como ela se desenvolve é importante para todos nós. Afinal, é a partir desse conjunto de funções motoras que a escrita do pequeno começa a evoluir.

Qual é o papel do desenvolvimento da escrita na formação da criança?

Antes de tudo, deve-se ter em mente que além de todo ensino e treinamento constante, a escrita tem o papel associativo pelo pequeno. Em outras palavras, quando a criança passa a conviver ou assistir a situações com o uso social da escrita, ela tende a atribuir o uso dessa linguagem à função cultural de seu meio.

Em outras palavras, a observação da utilização da escrita pelas pessoas de seu grupo de convívio proporciona a ligação entre tal prática e o relacionamento interpessoal. Aliás, corrobora seu papel primordial na comunicação social.

De acordo com estudos, quando a criança passa a conceber a função social da escrita, ela demonstra a necessidade de escrever alguma coisa para alguém. No entanto, antes dessa etapa se concretizar, a representação gráfica atravessa diferentes estágios para alcançar o seu ponto máximo.

Como a escrita se desenvolve?

Primeiramente, os primeiros traçados são desenhos resultantes de movimentos desordenados. Nesse sentido, as crianças demonstram o seu grau de desenvolvimento motor, cognitivo e até emocional.

Segundo Piaget, o processo que envolve a grafomotricidade está dividido em fases bem determinadas e que são indispensáveis para o progresso do pequeno. Dessa forma, os rabiscos sem uma distinção exata marcam o primeiro passo de um processo cheio de descobertas e aprendizados. Vejam quais são eles:

– Garatuja

Esse período consiste na manifestação de desenhos sem formas humanas ou sem qualquer traço reconhecível. Inclusive, o momento em questão abrange as fases sensório-motora (do zero aos 2 anos) e pré-operacional (de 2 a 7 anos).  

Além disso, a garatuja se divide em duas etapas: a desordenada e a ordenada. A primeira é caracterizada pela utilização de traçados mais amplos e sem uma ordem pré-estabelecida. Já a segunda tem como marca a facilidade da criança desenvolver riscos longitudinais e circulares.

Há que se destacar o interesse da criança pelas formas geométricas durante a fase da garatuja ordenada. Do mesmo modo, o pequeno começa a verbalizar aquilo que colocará no papel.

Porém, ao final do desenho a criança pode atribuir outro significado ao que acabou de fazer. Exemplo: ela desenhou uma bola, mas para sua concepção é o rosto do pai ou da mãe.

– Pré-esquematismo

Essa fase se desenvolve até por volta dos 7 anos. Assim sendo, a criança começa a compreender a ligação existente entre pensamento, desenho e realidade. No entanto, os traços presentes no desenho não demonstram ainda uma relação de associação.

– Esquematismo

Aqui se inicia a fase das operações concretas, considerando a faixa etária dos 7 aos 10 anos. Aliás, os contornos começam a ficar diferenciados e a designarem determinados objetos. Nesse momento, a criança já entende o conceito atribuído à forma humana, embora possa exagerar ainda nas formas e em outros traçados.

Seja como for, durante o esquematismo o pequeno passa a conceber a lógica de organização necessária para a escrita. Outro detalhe é que a criança começa também a entender o uso da linha base e a aperfeiçoar os movimentos dentro de um espaço definido.

É possível aprender brincando?

Sim, inclusive é necessário que haja tal associação. Afinal, o desenvolvimento cognitivo da criança tem que ocorrer de maneira a despertar o interesse nela. Assim sendo, as atividades que estimulam a sua criatividade são fundamentais para o desenvolvimento da praxia fina e da escrita.

Referências

FONSECA, Silvinha Melo de; et al. A grafomotricidade no desenvolvimento da criança e na educação infantil. Natal, 2019.

MELLO, Suely Amaral. Ensinar e aprender a linguagem escrita na perspectiva histórico-cultural. São Paulo, 2010.

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