COORDENAÇÃO MOTORA NO TEA – QUAL A SUA IMPORTÂNCIA?
Olá pais e professores,
Semana começando com muito conhecimento, e hoje vamos falar sobre uma importante habilidade que tende a ser desenvolvida, a COORDENAÇÃO MOTORA NO AUTISMO!
Você sabe qual a importância e quais as dificuldades que estas habilidades apresentam??
Correr, pular, jogar bola ou até mesmo caminhar e escrever são atividades que exigem desenvolvimento psicomotor de nossos pequenos, mas no TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA, estas habilidades tornam-se um universo desafiador!
Nesta matéria em nosso Blog, você vai entender quais são estes desafios e vai saber quais atividades ajudam a desenvolver a coordenação motora fina e grossa destas crianças, que não possuem nenhuma deficiência, mas sim, habilidades especiais 😉 !
Vamos lá??
Correr, jogar bola, escovar os dentes ou mesmo aprender a falar, caminhar e escrever. Consideradas habilidades motoras, estas atividades podem representar um universo desafiador para o indivíduo que tem Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Acredita-se que a causa provável da manifestação de distúrbio motor tem origem nas conexões anormais entre os neurônios – condição comum no TEA. Para se ter uma ideia, estima-se que aproximadamente 80% das crianças com autismo apresentem dificuldade neste campo.
Segundo o DSM V, o diagnóstico dos Transtornos do Espectro do Autismo é feito com base em duas grandes áreas do desenvolvimento:
1) Déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação social e nas interações sociais,
2) Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. Ou seja, o diagnóstico não inclui atrasos ou deficiências no desenvolvimento motor ou, mais especificamente, no desenvolvimento das habilidades de coordenação motora fina.
Porém, essa característica, apesar de não ser considerada no diagnóstico médico, é muito comum entre crianças e adolescentes com TEA.
Duas das principais dificuldades motoras apresentadas por autistas são: hipotonia (baixo tônus e força muscular) e apraxia (prejuízo na habilidade de executar movimentos hábeis, apesar de possuir a habilidade física e o desejo de executar).
Essas condições afetam diretamente a habilidade do indivíduo de usar suas mãos e tem um impacto significante sobre a habilidade do indivíduo de segurar e usar instrumentos de escrita.
Hans Asperger, em seu clássico artigo definindo a Síndrome de Asperger (Asperger, 1944/1991) descreveu quatro jovens que apresentavam prejuízos motores significantes.
O autor enfatizou a pobre qualidade da escrita desses jovens. Segundo Broun (2009), indivíduos com Síndrome de Asperger são, frequentemente, capazes de participar bem de atividades acadêmicas, embora apresentem dificuldades na escrita, tais como macrografia (letras grandes).
Uma vez que a infância é um momento muito importante e sensível no desenvolvimento e na formação de muitos padrões motores finos e grossos, as primeiras intervenções devem ser iniciadas neste período.
Promover brincadeiras simples, como desenhar com tinta guache, mexer com massinhas de modelar, encaixar objetos em plataformas, podem inspirar a criança a desenvolver habilidades motoras finas.
Já as grossas podem ser estimuladas por meio de ações como marchar, saltar em um trampolim, jogar bola, dançar, andar de triciclos e bicicletas. Um estudo avaliou o efeito do exercício físico sobre as habilidades motoras em crianças autistas. Além de fortalecer músculos e melhorar a coordenação, também oferecem oportunidades de aprendizado que podem impactar na capacidade de linguagem.
No caso dos autistas, em ambiente escolar, o cuidado que se deve ter está na preocupação que educadores devem exercer através de práticas que valorizem todo o conjunto de ações do pequeno.
Quando a criança atinge determinada autonomia sobre o seu corpo (saber o que quer para brincar, interesse em determinados objetos), a missão do profissional toma outro caminho. O motivo é simples: é preciso analisar a habilidade psicomotora dos alunos autistas.
DICAS DE ATIVIDADES PARA TRABALHAR A COORDENAÇÃO MOTORA FINA:
- Prender pregadores coloridos em papel;
- Brincar com bolinhas;
- Estimular brincadeiras com massinhas;
- Desenhar com tinta guache, entre outros.
Com massinha pode-se estimular, além da destreza motora, a representação, ou seja, estimular que a criança modele algo da realidade, por exemplo: sol, casa, árvore, sorvete, pizza, menino, etc.
DICAS DE ATIVIDADES PARA TRABALHAR A COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA
- · Pular corda
- · Jogar bola
- · Bambolê
- · Bolas grandes de exercícios
- · Pintar com os pés
Pausa na brincadeira
O pequeno com autismo precisa descansar e não deve ficar recebendo estímulos de forma acentuada, pois isso pode agitá-lo. O certo é introduzir aos poucos as atividades para que o pequeno descubra, com o auxílio de um mediador, o que ele gosta.
Compreensão sempre!
É importante que se tenha total compreensão das dificuldades apresentadas pelas crianças com autismo. Cada uma tem um desafio a ser superado e você, educador ou psicomotricista, exerce um papel fundamental na vida delas.