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Aprendizagem Motora e Autismo

Aprendizagem Motora e Autismo

Olá professores, o tema que iremos discorrer hoje em nosso blog é sobre a Aprendizagem Motora e o Autismo, que como já sabemos, quando do diagnóstico do indivíduo com TEA, comprometimento do neurodesenvolvimento do indivíduo é necessário se pontuar que o transtorno causará déficits no funcionamento do cérebro da criança, que, por sua vez, ao se encontrar em processo de desenvolvimento, possivelmente, irá ter como consequência atrasos na fala, na aprendizagem e também na aquisição de seus gestos motores.

Dessa forma, devido à fundamental importância do movimento corporal para a vida humana, a aprendizagem de habilidades motoras, que se refere ao padrão de movimento especializado e treinado, é iniciada na infância, com os mais simples gestos corporais, até o aperfeiçoamento para as formas mais complexas.

Assim, o comportamento motor é uma área de estudos que envolvem o desenvolvimento, a aprendizagem e o controle motor humano sendo essencial a compreensão do comportamento motor de um determinado indivíduo, quando se pretende intervir com o mesmo.

Francisco Rosa Neto, grande pesquisador na área de motricidade infantil, afirma que o comportamento motor é um processo sequencial, que tem relação direta com a idade do indivíduo, a biologia e as condições ambientais, fatores esses que são essenciais para as mudanças sociais, intelectuais e emocionais.

Dessa forma, a interação do indivíduo com o meio é de suma importância para o aperfeiçoamento de suas habilidades motoras, especificamente na infância onde o ser humano começa o aprimoramento de suas habilidades motoras básicas, possibilitando um vasto domínio de seu corpo com diferentes atividades.

Portanto, para que esse processo ocorra de forma satisfatória, cada indivíduo passa por estágios de desenvolvimento, cada um em seu tempo, com a sua forma de aprendizagem, suas características biológicas e fatores sociais, que influenciam de forma direta no desenvolvimento e comportamento de cada ser.

Crianças com transtorno do espectro do autismo podem ter dificuldades no que diz respeito ao comportamento motor, visto que em muitos casos existem problemas nas questões sociais, sendo complicado o estabelecimento de brincadeiras para a estimulação de tal domínio nessas crianças.

Duas das principais dificuldades motoras apresentadas por autistas são: hipotonia (baixo tônus e força muscular) e apraxia (prejuízo na habilidade de executar movimentos hábeis, apesar de possuir a habilidade física e o desejo de executar).

Essas condições afetam diretamente a habilidade do indivíduo de usar suas mãos e tem um impacto significante sobre a habilidade do indivíduo de segurar e usar instrumentos de escrita.

Uma vez que a infância é um momento muito importante e sensível no desenvolvimento e na formação de muitos padrões motores finos e grossos, as primeiras intervenções devem ser iniciadas neste período.

Promover brincadeiras simples, como desenhar com tinta guache, mexer com massinhas de modelar, encaixar objetos em plataformas, podem inspirar a criança a desenvolver habilidades motoras finas.

Já as grossas podem ser estimuladas por meio de ações como marchar, saltar em um trampolim, jogar bola, dançar, andar de triciclos e bicicletas. Um estudo avaliou o efeito do exercício físico sobre as habilidades motoras em crianças autistas. Além de fortalecer músculos e melhorar a coordenação, também oferecem oportunidades de aprendizado que podem impactar na capacidade de linguagem.

No caso dos autistas, em ambiente escolar o cuidado que se deve ter está na preocupação que educadores devem exercer através de práticas que valorizem todo o conjunto de ações do pequeno. 

Quando a criança atinge determinada autonomia sobre o seu corpo (saber o que quer para brincar, interesse em determinados objetos), a missão do profissional toma outro caminho. O motivo é simples: é preciso analisar a habilidade psicomotora dos alunos autistas.

Abaixo você pode conferir algumas atividades ligadas ao desenvolvimento da coordenação motora global ou fina:

Atividade para coordenação motora global do aluno TEA:

BAMBOLÊ

Objetivo – Desenvolver a coordenação motora ampla, o esquema corporal, estimular a orientação espacial e temporal, ampliar o equilíbrio, a lateralidade e melhorar o tônus muscular.

Atividade – A atividade é desenvolvida com quatro bambolês em média.

Como brincar – Uma criança deve segurar o bambolê, enquanto outra vem engatinhando para passar por dentro do bambolê.

Girar o bambolê na cintura e outras partes do corpo, como pescoço e braço.Com alguns bambolês alinhados lado a lado no chão, andar com a perna esquerda no bambolê esquerdo e a direita no bambolê direito.Ainda com os bambolês no chão pular com os dois pés de um bambolê para outro.Com um bambolê somente pular para dentro e para fora.Brincar com o bambolê na mão, rodando-o como se fosse um volante.Passar o bambolê pelo corpo inteiro a começar pela altura da cabeça.

Atividade para coordenação motora fina dos alunos TEA:

CAIXA DE MACARRÃO

Objetivo – Desenvolver a coordenação motora fina, coordenação viso-motora, esquema corporal e melhorar o tônus muscular.

Atividade – Será utilizado uma caixa forrada de material neutro com furos e macarrões do tipo penne.

Como brincar– A criança recebe a caixa forrada com furos e os macarrões e é orientada para colocar os macarrões nos diversos buraquinhos da caixa. 

Pausa na brincadeira

As crianças TEA precisam descansar e não devem ficar recebendo estímulos de forma acentuada, pois isso pode agitá-lo. O certo é introduzir aos poucos as atividades para que o pequeno descubra, com o auxílio de um mediador, o que ele gosta.

Diante disto, recomendamos a vocês, pais e professores, que realizem uma avaliação do desenvolvimento motor do indivíduo com TEA, por métodos e instrumentos de avaliação que englobem avaliações da coordenação corporal, da motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal organização espacial e temporal, fazendo então um trabalho voltado para as carências encontradas no indivíduo, e, por meio das avaliações, obter intervenções que tragam resultados positivos.

Em conteúdos anteriores, abordamos temas com dicas e formas de como auxiliar o desenvolvimento da aprendizagem motora do indivíduo com TEA, porém pensando sempre em seu aprimoramento e maior capacitação o Grupo Rhema oferece um módulo exclusivo sobre o tema.

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