Como recuperar a Alfabetização na pós-pandemia?
Inicialmente, o período de pandemia da Covid-19 que o mundo ainda enfrenta faz qualquer pessoa refletir acerca das lições aprendidas. Afinal, desde março de 2020 a sociedade precisou se reinventar no meio de tantas adversidades. Distanciamento social, novas práticas de higienização de mãos e objetos; aulas remotas, contato virtual substituindo o calor humano e incertezas. Tudo isso mexeu com a vida de todos nós.
Com efeito, um dos setores mais defasados neste contexto foi a educação. Estudo recente da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que o Brasil foi o segundo país que ficou mais tempo com as escolas fechadas durante a pandemia: total de 178 dias contra a média de 68 dias em outras nações.
Além disso, outros levantamentos já apontaram que o comportamento das crianças mudou consideravelmente nesta fase, a saber: ansiedade, medo e irritação. Inclusive, a insegurança alimentar aumentou de maneira preocupante. Somado a todos esses fatores, outro ponto que gerou preocupação entre os especialistas foi a alfabetização na pós-pandemia. Com isso, a pergunta que muitos se fazem é como recuperá-la nesse contexto?
Que atribuições precisam ser desenvolvidas pela escola?
Primeiramente, a instituição deve priorizar o aluno diante de suas dificuldades. Em outras palavras, a empatia é o ponto inicial para esse trabalho de retomada. Nesse sentido, a coordenação pedagógica e os professores precisam se pautar em alguns tópicos indispensáveis para a alfabetização na pós-pandemia e da aprendizagem do aluno. São eles:
– Garantir uma boa comunicação entre todos os envolvidos (funcionários terceirizados, regentes de turma e os demais colaboradores);
– Estabelecer planos de ação que valorizem os protocolos de segurança para o retorno presencial;
– Garantir um registro desse aprendizado (inclusive do que não foi aprendido no momento do ensino remoto emergencial);
– Criar avaliações diagnósticas ou processuais para analisar a situação de forma detalhada;
– Trabalhar a reinserção do aluno;
– Priorizar a experiência e os anseios da criança em detrimento do currículo (lembre-se: não adianta correr com o cronograma e desrespeitar as peculiaridades da retomada);
– Conduzir as crianças a um processo de reaprendizagem de horários e disciplinas;
– Selecionar o aprendizado que vai ser levado para o momento de pós-crise;
– Garantir a fidelização e o relacionamento com as famílias.
O processo de alfabetização vai ser o mesmo na pós-pandemia?
Antecipadamente, muitas coisas não terão o mesmo aspecto anterior à pandemia. A educação é uma delas. Assim sendo, o quesito alfabetização na pós-pandemia vai demandar um preparo muito grande por parte dos educadores, da família e até das próprias crianças.
Em relação aos professores, as estratégias adotadas tendem a tentar aproximar os pequenos à sala de aula e ao conteúdo. No entanto, a dinâmica não é tão simples e vários especialistas trabalham com a previsão de uma recuperação que vai exigir bastante resiliência dos educadores, pois o déficit causado pelo distanciamento foi enorme. Alguns pesquisadores falam que a retomada levará anos.
Já para as famílias e os alunos, a preparação para esse retorno vai realçar os impactos causados pela pandemia no contexto educacional. Afinal, essa reintegração de rotinas, protocolos, convivências, experiências e conteúdos podem exigir muito por parte de todos eles.
Como os professores podem contribuir para a alfabetização na pós-pandemia?
O trabalho de recuperação da alfabetização é conjunto. Em outras palavras, assim como a escola exerce o seu papel, os educadores também precisam desempenhar táticas que favoreçam o aluno. Dentre elas, destacam-se as seguintes:
– Avaliar o aluno;
– Observar os que necessitam de maior apoio pedagógico;
– Verificar conteúdos e disciplinas a serem priorizados;
– Pensar atividades e estratégias para repor aquilo que não foi alcançado durante o período de isolamento;
– Ser tolerante em relação aos conteúdos a serem cumpridos;
– Rever as expectativas e os objetivos para o semestre letivo.
Que lições a pandemia está deixando?
Mesmo com todos os avanços da vacinação e a retomada gradual de muitas atividades, é preciso salientar que a pandemia ainda não acabou. No entanto, em um ano e meio desde que o mundo precisou se reinventar, muitas lições já foram deixadas, sobretudo no contexto escolar.
Assim sendo, ficou bastante nítido que a educação não é um processo passivo. Ou seja, a mera transmissão de conteúdos não garante a aprendizagem. O que se deve ter em mente é o aspecto dinâmico do processo, com reflexões, ações e compartilhamento de experiências entre professores e alunos.
Além disso, a educação precisa preparar o aluno para lidar com os momentos de adversidades. A alfabetização é um dos pilares do desenvolvimento de uma criança. Essa competência é crucial para auxiliar o pequeno a outras conquistas para o seu crescimento pessoal por meio da criatividade e da inteligência emocional em situações de incertezas.
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