Como a escola deve se organizar para receber o aluno da educação especial
Falar sobre educação inclusiva é algo sempre necessário. O acesso de alunos da educação especial aos programas, conteúdos, instalações e orientações acadêmicas é assegurado por lei. A inclusão de crianças que convivem com deficiências e transtornos a esses espaços deve ser pensada de forma que elas aproveitem a experiência pedagógica e social de compartilhar o mesmo ambiente com os demais alunos.
A criação de estratégias voltadas para o aproveitamento de todos eles deve ser baseada em critérios que visem à abrangência do conteúdo, de forma que os alunos da educação especial se sintam estimulados a continuarem no programa. No entanto, muitos educadores ainda precisam lidar com gargalos que podem implicar em uma atuação comprometida neste trabalho. Fatores como recursos e até instalações podem ser pontos que exigem melhorias em muitas escolas, uma vez que o Brasil é um país com diversas realidades.
Portanto, pensar em formas de como a escola deve se organizar para a recepção de crianças da educação especial é uma urgência. Para facilitar de maneira considerável o papel dos professores neste quesito, a instituição pode se embasar em um dispositivo completamente importante no ensino desses alunos: o Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Como adequar as aulas ao AEE?
Cada escola pode estabelecer suas estratégias fundamentadas no AEE, cuja definição é o conjunto de tarefas, recursos de acessibilidade e pedagógicos que são organizados de forma institucional. Essas atividades jamais devem servir como algo substitutivo ao ensino regular, mas sim como um complemento.
A adequação das aulas deve levar em conta os recursos que a escola tem, como equipamentos e materiais que possibilitarão a aprendizagem do aluno. Para isso, é importante que a escola conte com uma sala multifuncional e que tenha os itens (citados acima) – incluindo também mobiliário adaptado, objetos informatizados e ajudas técnicas.
Como abordado anteriormente, as aulas devem respeitar o horário regular. Em outro turno, por exemplo, o aluno da educação especial pode ser matriculado em atividades distintas que sirvam de alternativa pedagógica à sua aprendizagem.
Como proceder com as atividades extraclasses?
Na hora de elaborar a programação de tarefas dessa natureza, vocês devem levar em consideração a disponibilidade de recursos que tendem a ser úteis para as crianças em questão. Feira de ciências, jogos, brincadeiras e gincanas que valorizem a experiência dos alunos incluídos na educação especial.
Todos os professores envolvidos podem contar também com a ajuda das demais crianças na criação de uma rede de apoio ao aluno que precisar de algum auxílio na realização da atividade. Entretanto, é muito importante que essa criança também sinta e perceba que está fazendo a sua parte; ter sua autonomia valorizada.
A escola deve levar em conta as particularidades de cada aluno da educação especial?
Sim. Este questionamento é indispensável, pois há casos de escolas que têm o auxílio de equipamentos cuja finalidade é ajudar as crianças na realização de suas atividades, mas, muitas vezes, nem elas nem os professores sabem lidar com o funcionamento do objeto. Por exemplo, um aluno com deficiência visual deve ser ensinado a usar a máquina de escrever em Braille.
Em outro cenário, uma criança diagnosticada com autismo deve ficar em um local que tenha menos ruído; se possível, com a mesa localizada mais à frente, próximo à professora.
Qual a importância da educação inclusiva para os professores?
É importante pelos seguintes quesitos, a saber:
– Programas disponíveis para esses profissionais. O ‘Programa Nacional de Formação Continuada de Professores na Educação Especial’ e a ‘Formação de Professores para o Atendimento Educacional Especializado’, essencial no percurso de formação continuada dos educadores; e pode ser realizado na modalidade a distância;
– Proporciona experiência aos professores em relação à diversidade que uma sala de aula tende a abrigar;
– Os educadores servem como mediadores da vida escolar do aluno, induzindo o pequeno à interação social.
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Fonte:
KASSAR, Mônica de Carvalho Magalhães. Educação especial na perspectiva da educação inclusiva: desafios da implantação de uma política nacional. Educar em revista, n. 41, Curitiba, jul./set. 2011.
SILVA, Fabiana Maria Lobo da. O direito à educação especial inclusiva. Breves considerações. Revista Jus Navigandi, Teresina, v. 16, n. 2765, 26 jan. 2011. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/18354. Acesso em: 13 maio 2020.