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TDAH na Escola: Como Identificar, Diferenciar e Intervir

Quando falamos em TDAH na escola, muitas pessoas ainda associam esse transtorno à simples agitação ou desobediência. Esse erro de interpretação compromete toda a trajetória da criança dentro do ambiente escolar.

É preciso compreender que o TDAH — Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, afeta diretamente o funcionamento cerebral desde a infância. Por isso, o aluno com TDAH na escola exige um olhar diferente, mais atento e principalmente fundamentado em conhecimentos da neuroeducação. E é sobre isso que vamos falar neste artigo. Confira!

TDAH na Escola: Como reconhecer de forma correta?

De acordo com o DSM-5-TR, o TDAH é caracterizado por padrões persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade que interferem no desempenho acadêmico e na vida cotidiana.

O TDAH na escola não é sinônimo de “falta de esforço”, ou seja, a criança não escolhe ser distraída ou inquieta, a verdade é que ela funciona neurologicamente de forma diferente. Dados da American Psychiatric Association mostram que cerca de 5% das crianças apresentam esse transtorno, o que significa que a maioria dos professores já tem (ou terá) um aluno com TDAH na sua turma.

Por isso, a chave para mudar essa realidade é o conhecimento, e a neuroeducação oferece caminhos claros e eficazes para que o professor compreenda esse funcionamento e atue de forma mais estratégica.

TDAH na Escola: Como diferenciar do Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

Uma das principais dúvidas de professores é: “Como saber se é TDAH ou TEA?”. Embora ambos sejam transtornos do neurodesenvolvimento, os sinais e necessidades são diferentes , e essa distinção é essencial na escola.

O TDAH na escola se manifesta com desatenção, impulsividade e hiperatividade. Já o TEA costuma envolver dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos.

Enquanto a criança com TDAH quer contato e se mostra agitada, a criança com TEA pode se isolar, evitar olhares e resistir a mudanças na rotina. A observação sensível e o registro diário são ferramentas fundamentais para essa diferenciação.

TDAH na Escola: Estratégias práticas baseadas em neuroeducação

É possível transformar a prática pedagógica com ações simples e baseadas em evidências. O TDAH na escola não exige “mais rigidez”, mas sim mais intencionalidade. Desse modo, veja algumas estratégias que funcionam:

  • Atividades com movimento: Crianças com TDAH aprendem melhor em movimento. Incorporar jogos, dramatizações e dinâmicas práticas ajuda a manter o engajamento e reduz a tensão acumulada.
  • Rotinas previsíveis e sinalizadas: Quadro de rotina, sinalizações visuais no caderno e lembretes com cores são aliados poderosos para orientar o aluno ao longo do dia.
  • Linguagem afetiva e direcionada: Em vez de dizer “Pare de falar!”, experimente “Assim que você terminar, quero muito te ouvir”. A criança se sente reconhecida e respeitada — isso faz toda a diferença.
  • Pausas programadas: Incorporar momentos curtos de descanso entre as atividades ajuda na autorregulação e diminui o risco de explosões emocionais.
  • Funções com pequenas responsabilidades: Pedir ajuda para entregar materiais, apagar o quadro ou organizar os livros canaliza a energia da criança de forma construtiva e reforça sua autoestima.
  • Organização do espaço físico: Posicionar a criança longe de janelas ou pontos de distração ajuda a manter o foco. Além disso, mesas com menos estímulos visuais reduzem a sobrecarga sensorial.

Essas estratégias são simples, mas exigem um olhar intencional e empático. Elas não apenas minimizam os desafios do TDAH na escola, como também potencializam o desenvolvimento da criança. A neuroeducação mostra que o comportamento não é um obstáculo: é um ponto de partida para construir novas formas de ensinar.

A neuroeducação ensina que não há uma receita pronta, mas há princípios científicos e práticos que tornam o ensino mais eficaz para alunos com TDAH.

Como lidar com a impulsividade e a hiperatividade

Outro ponto importante para quem convive com o TDAH na escola é o comportamento impulsivo e a necessidade constante de movimento. Muitos confundem isso com desobediência, quando na verdade é um sinal de dificuldades na autorregulação emocional.

A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, em seu livro Mentes Inquietas, reforça: o que parece rebeldia é, muitas vezes, um pedido de ajuda. E o psicólogo Russell Barkley, referência internacional no estudo do TDAH, afirma que o professor precisa atuar como uma “extensão do cérebro da criança”, ajudando-a a antecipar, planejar e reagir com mais equilíbrio.

Por isso, se a escola insiste apenas em repreender, corrigir ou punir, perde a chance de intervir com inteligência e empatia. O foco precisa sair do controle do comportamento e ir para a compreensão da raiz dele.

TDAH na Escola: Como criar um plano de intervenção eficiente

Sem planejamento, o trabalho com TDAH na escola se torna uma sequência de tentativas frustradas. Por isso, um plano de intervenção claro, observável e ajustável é indispensável. Por isso, esse plano precisa considerar:

  • Observação contínua e escuta ativa;
  • Objetivos específicos e realistas;
  • Adaptações de conteúdo e material didático;
  • Integração entre família e escola.

Um dos programas mais bem documentados no mundo é o Collaborative Life Skills (CLS), desenvolvido pela pesquisadora Dra. Linda Pfiffner. Esse modelo combina apoio à criança, aos pais e ao professor — promovendo resultados concretos na organização, nas habilidades sociais e no desempenho escolar.

E aqui, mais uma vez, a neuroeducação aparece como suporte: ela oferece embasamento e ferramentas para que o professor atue com mais precisão e menos improviso.

Conclusão

O caminho para lidar com o TDAH na escola começa com uma mudança de olhar, da cobrança para a compreensão, da rigidez para a adaptação. Não se trata de facilitar, mas de ensinar do jeito certo. Dessa forma, o aluno com TDAH precisa de clareza, acolhimento e estratégias práticas. E o professor precisa de conhecimento. Quando esses dois pontos se encontram, o ambiente escolar se transforma.

Por isso, se você é educador e sente que precisa de mais ferramentas para lidar com o TDAH na escola, aprofunde-se. Invista na sua formação, busque a neuroeducação como aliada e transforme sua prática com base em evidências. Conheça a Pós-graduação em TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade e Dislexia no Contexto Escolar.

Aprenda a propor intervenções para a desatenção, hiperatividade, comportamentos desafiadores, dificuldades na escrita, questões nas áreas emocionais, cognitivas e motoras. Visite também nosso site Rhema Neuroeducação e siga-nos no Instagram. Assista aos nossos vídeos, compartilhe suas experiências e participe conosco nesta jornada rumo a um futuro mais inclusivo para todos.

Cada criança é um mundo. Te preparamos para cada uma delas!

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