COMUNICAÇÃO COM A CRIANÇA COM TEA
A comunicação, verbal ou não, é a forma que o ser humano se expressa e interage com os demais. Sabemos que esta é uma das áreas mais afetadas em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Existem alguns sinais que podemos observar nas crianças de que algo não vai bem. São indícios de TEA, ao quais devemos estar atentos:
- Ausência ou atraso na fala
- Fala rebuscada ou “robotizada”
- Dificuldade na compreensão verbal
- Presença de ecolalias (repetição da fala de outras pessoas)
- Ausência de entendimento de piadas, sarcasmo, duplo sentido
- Ausência de simbolismo (imaginação)
Ao contrário do que parece, ser antissocial ou não ter empatia não são características do autismo. São, na verdade, consequências da dificuldade em se comunicar.
A dificuldade em compreender e comunicar faz com que a criança se distancie das outras pessoas.
A intervenção deve iniciar o quanto antes, pois quanto mais nova a criança for, mais fácil será de trabalhar suas percepções.
COMUNICAÇÃO COM O TEA
Independentemente do nível de desenvolvimento do TEA, faça com que ele se sinta bem. Sabendo que tipo de pessoa é o autista, fica mais fácil fazê-lo sentir-se bem, a ponto de querer se comunicar.
Escolha um momento em que esteja tranquilo, que não sinta desconforto, que não esteja sendo desafiado por estímulos do meio ambiente (ruídos, luzes, odores e qualquer coisa que desestabilize seu sistema sensorial).
O TEA NÃO VERBAL
Em primeiro lugar não parta do princípio de que deve “consertá-lo”, mas procure encontrar a maneira de agir com o autista como indivíduo.
Que personalidade o autista tem? Do que ele gosta? Que tipo de atividade prefere executar? Ele tem problemas de ordem sensorial? Quais? Anote tudo o que faz com que o autista em questão se sinta bem.
Perceba sua linguagem não verbal. Muitos autistas, quando fazem estereotipias enquanto o terapeuta ou os pais falam com ele, também estão se comunicando. Interprete com cuidado e sempre fazendo uma boa observação:
O TEA está irritado ou sorri enquanto faz as estereotipias?
Se ele parece se divertir, pode ser que esteja compreendendo o que o terapeuta lhe diz, ainda que pareça o contrário.
Enquanto as crianças neurotípicas param e olham para o adulto com atenção (ou obediência) ao comando, os autistas podem querer se movimentar. Não interprete isso como falta de cooperação na comunicação. Esta pode ser (por enquanto) a única maneira dele escutar (processar) o que o terapeuta tem a dizer.
Obviamente, não é um modo fácil de ensinar. A tendência é que mude para a atenção compartilhada com o decorrer das sessões. Aos poucos, o autista vai trocar as estereotipias pelo tempo em que aprecia ouvir o terapeuta.
O TEA VERBAL
A criança ou (jovem) adulto que fala, pode ter ainda algum comportamento diferenciado em relação à Comunicação. Imagine pedir ao autista que fale como foi seu dia na escola. Boa chance de ele não responder, ou responder com “bom” ou “ruim”.
No estímulo da Comunicação Verbal, pedimos aos pais e professores para dar tempo ao autista de processar informações do modo mais tranquilo possível. Isso significa que devem evitar fazer muitas perguntas de uma só vez:
“Como foi na escola? Foi legal? Comeu a merenda? Brincou com o amiguinho? …”
Faça uma pergunta de cada vez. A cada pergunta, espere pela resposta, ainda que esta demore (30 segundos de demora é normal no TEA).
Troque por: “Como foi na escola? ” Espere a resposta. Se não vier a resposta após esperar entre 30 segundos a um minuto, refaça a pergunta dando ao autista duas ou três opções de respostas: “Foi bom na escola, hoje? Ou não foi bom? ” Dê tempo a ele de responder “sim” ou “não”.
Com o tempo, aprimore esta técnica de dar opções de respostas (prováveis dele responder) ao TEA.
A cada resposta, estique o tema: “Ah, não foi bom… Ok. Não foi bom porque a aula não foi interessante ou porque aconteceu outra coisa na escola? ”… Mesmo processo de aguardar pela resposta. Assim, vai-se estimulando o autista a falar/comunicar-se cada vez mais.
MÉTODOS DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
Algumas pessoas com TEA não conseguem desenvolver a comunicação verbal. E as dificuldades em comunicar-se podem desencadear comportamentos agressivos (a si mesmo ou aos outros), sentimento de frustração, isolamento, etc.
Por isso é muito importante oferecer a essas pessoas formas alternativas de comunicação, que lhe permitirão desenvolver maior autonomia nas atividades diárias, melhorar as interações sociais e reduzir condutas inadequadas. Trata-se de uma necessidade básica, como oferecer uma cadeira de rodas a uma pessoa que não pode andar.
A comunicação alternativa é composta por qualquer método ou recurso que permita pessoas não verbais se expressarem, compreenderem e serem compreendidas.
Ela pode ser utilizada para substituir a fala, quando houver ausência de verbalização, como para estimular o desenvolvimento da linguagem.
O método que a criança utilizar deve ser também adotado por todos aqueles que fazem parte do seu ciclo social: familiares, professores, terapeutas, etc.
PECS (Picture Exchange Communication System)
O PECS é método alternativo de comunicação feito através de troca de figuras (desenhos, fotos, imagens de aplicativos, etc).
Essa troca de figuras permite à criança informar o que deseja, expressar seus sentimentos e também desenvolver vocabulário.
Uma preocupação comum é que a criança, ao utilizar o PECS, acomode-se e perca o interesse de verbalizar. Mas, ao contrário, o método estimula o início e o desenvolvimento da fala.
Portanto, o PECS pode ser utilizado tanto por crianças que não falam, quanto por aquelas que estão com a linguagem em desenvolvimento.
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