Terapia cognitivo-comportamental e dificuldade de aprendizagem
Olá, professores!
A dificuldade de aprendizagem é um assunto constantemente tratado por profissionais de áreas afins. O enfoque torna-se necessário pelo fato de, diariamente, muitos educadores lidarem com alunos que apresentem as características pertencentes a essa desordem.
Ao longo dos anos, a ciência trouxe inúmeras discussões teóricas acerca das maneiras encontradas para que os casos pudessem ser observados. Uma das várias constatações analisou o impacto positivo da chamada Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) na vida das crianças que passavam a ser submetidas às intervenções. O resultado disso foi um quadro de evolução considerável por parte dos alunos analisados.
Em que se baseia a Terapia Cognitivo-Comportamental?
Existe uma série de técnicas cognitivas que é usada em TCC (KNAPP & BECK, 2008). Dentro desse conjunto destacam-se a identificação, o questionamento e a correção de pensamentos automáticos; além de reatribuição e reestruturação cognitiva, ensaio cognitivo e outros procedimentos voltados à terapia com uso de imagens mentais.
Por outro lado, entre as técnicas comportamentais estão o agendamento de atividades, avaliações que despertam prazer lúdico e a habilidade. Os pesquisadores também ressaltam “as prescrições comportamentais de tarefas graduais, experimentos de teste da realidade, role-plays, treinamento de habilidades sociais e técnicas de solução de problemas”.
Qual o papel da Terapia Cognitivo-Comportamental?
Este tipo de tratamento é importante para todos aqueles que precisam resolver problemas relacionados aos comportamentos que afetam os aspectos funcionais, inclusive aqueles ligados ao desenvolvimento escolar.
De acordo com Oliveira (2013), o objetivo da TCC é reverter a tendência de um ciclo que se perpetua e que aumenta as dificuldades da criança. Essa terapia é recomendável em função das técnicas utilizadas; e que são capazes “de modificar os pensamentos automáticos e, consequentemente, eliminar o impacto da tendenciosidade no humor e no comportamento.”
É importante observar que a TCC trabalha com várias abordagens. Para Knapp e Beck (2008), essa forma de abordar pode variar. Os estudiosos ressaltam que elas usam bases comuns, mas que há diferenças consideráveis em seus procedimentos. O que explica isso é o fato de os pioneiros no desenvolvimento de intervenções cognitivo-comportamentais terem vindo de diferentes fundamentos teóricos.
Como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ser eficaz em casos de dificuldade de aprendizagem?
No contexto da escola, por exemplo, ela pode ser bastante eficiente no caso de alguma criança que manifeste as características da dificuldade de aprendizagem de fundo cognitivo. Vocês podem contar com o auxílio de algum especialista na elaboração de intervenções para ajudar a desenvolver as habilidades necessárias. Considerando que as dificuldades de aprendizagem podem ser influenciadas também pelo ambiente cultural e pelas emoções, esses dois aspectos precisam ser trabalhados sob a TCC.
Quando o aluno apresenta traços cognitivos, uma das intervenções que tendem a contribuir para o seu desenvolvimento é a estimulação psicolinguística, citando apenas uma possibilidade. O programa é responsável por juntar o estímulo da consciência junto com estratégias de leitura. O resultado obtido pelos terapeutas e educadores é o efeito positivo para os déficits de leitura e lingüísticos percebidos antes da intervenção.
Os principais estudiosos da área enfatizam a importância de providenciar tais atividades de estimulação de forma lúdica; que sejam utilizados tanto brincadeiras quanto jogos. Esses detalhes são relevantes em função do aproveitamento da criança na hora das dinâmicas.
Qual a importância dos professores?
Segundo Salles e Parente (2007 apud Soares et al, 2013), o papel dos professores é fundamental. Quando os educadores passam a conhecer as estratégias do aluno no processo de leitura e escrita, seu trabalho pode ser adaptado à forma que a criança tem adotado para sua aprendizagem.
Não se pode negar que é imprescindível fornecer meios aos educadores para que eles possam utilizar critérios claros e métodos que condizem aos reais objetivos da avaliação, desde que também sejam pautados no conhecimento do desenvolvimento dos processos envolvidos na leitura, escrita e todas as outras habilidades que podem ser potencializadas no contexto escolar.
Fontes:
KNAPP, P; BECK, AT. Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria, Porto Alegre, v. 30, 2008.
OLIVEIRA, Clarissa Tochetto de; DIAS, Ana Cristina Garcia; PICCOLOTO, Neri Maurício. Contribuições da terapia cognitivo-comportamental para as dificuldades de adaptação acadêmica. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, jun. 2013.
SOARES, Z. F. et. al. Intervenção cognitivo-comportamental para crianças com dificuldades psicolingüísticas: reabilitação neuropsicológica. Revista Ciência em Extensão, v. 9, n. 2, 2013.