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Projeto sobre Alfabetização de Autistas não Verbais é Premiado

O Prêmio Inclusão em Neuroeducação Brasil chegou à sua 2ª edição celebrando projetos que unem ciência, empatia e prática para transformar a aprendizagem. Entre as histórias que se destacaram, está a da educadora paraense Noah Chiavenato, reconhecida nacionalmente por seu projeto sobre alfabetização de autistas não verbais.

Desse modo, a iniciativa, desenvolvida no Instituto Educacional Chiavenato (IEDUCHI), em Belém (PA), propõe um método baseado em evidências científicas, princípios da ABA e TEACCH e práticas multissensoriais que favorecem a comunicação e o desenvolvimento global de estudantes com autismo não verbal.

Conheça a história de Noah Chiavenato e descubra como o trabalho dela tem transformado a forma de ensinar e incluir.

Da curiosidade à missão de ensinar e incluir

Desde cedo, Noah se encantou pela diversidade humana. Ainda no ensino fundamental, fez amizade com uma colega surda e passou a se interessar por LIBRAS. Logo, esse primeiro contato despertou o desejo de compreender o universo da inclusão.

Durante o curso de Pedagogia, o contato com disciplinas voltadas à educação especial e professores inspiradores consolidou sua vocação. Dessa forma, em São Paulo, aprofundou os estudos com professores surdos e atuou em escolas especializadas em inclusão, onde teve contato com alunos autistas e outros perfis do neurodesenvolvimento.

Além disso, ao retornar a Belém, fundou o Instituto Educacional Chiavenato (IEDUCHI), escola que hoje é referência em educação especializada e alfabetização de alunos autistas não verbais.

Veja os principais marcos da trajetória de Noah:

  • Formação em Pedagogia;
  • Especialização em Psicopedagogia, Análise do Comportamento e Educação Especial;
  • Experiência com educação inclusiva em São Paulo;
  • Fundação do Instituto Educacional Chiavenato, há 11 anos;
  • Desenvolvimento de projetos de alfabetização para estudantes com autismo não verbal.

A base científica por trás do método

Antes de chegar à prática, o projeto de Noah foi construído sobre uma base sólida de neuroeducação e análise do comportamento aplicada. Por isso, de acordo com ela, cada etapa foi pensada para respeitar o ritmo e o modo de aprender de alunos autistas não verbais, priorizando o ensino estruturado, o reforço positivo e a previsibilidade.

Desse modo, o processo começa com a identificação de pré-requisitos cognitivos, como atenção sustentada, pareamento visual e reconhecimento de símbolos. A partir daí, são formadas relações simbólicas entre imagens, palavras e significados — um passo essencial para que a leitura faça sentido mesmo para alunos não verbais.

Além disso, o método incorpora atividades para alunos autistas baseadas em comunicação alternativa e aumentativa (CAA), como o uso de pranchas PECS, aplicativos e recursos visuais que ampliam a autonomia.

Com isso, essa união entre ciência e sensibilidade faz do projeto uma referência em práticas baseadas em evidências para alfabetização e inclusão.

Metodologia para autismo não verbal

O projeto “Metodologias Assertivas para Alfabetização de Crianças Autistas Não Verbais” foi desenvolvido com base em práticas científicas e no olhar sensível para cada estudante. Logo, Noah acredita que nenhuma metodologia isolada é suficiente — é preciso unir abordagens que se complementam.

“Trabalhar com apenas uma técnica não funciona. Cada criança responde de uma forma. É preciso mesclar estratégias para alcançar a todas”, explica.

Sendo assim, a proposta utiliza atividades para alunos autistas que estimulam múltiplos sentidos — visão, audição, tato e movimento —, tornando o aprendizado acessível e envolvente.

Entre as etapas do processo estão por exemplo:

  • Ensino de palavras inteiras associadas a imagens e significados;
  • Uso de recursos visuais e pranchas de comunicação (PECS);
  • Práticas multissensoriais que estimulam leitura e compreensão;
  • Reforço positivo e rotinas estruturadas para promover segurança;
  • Construção gradual da autonomia e da linguagem.

Essa combinação faz com que o estudante compreenda o que lê e, aos poucos, inicie processos de comunicação — oral, visual ou simbólica, faz do projeto uma referência em práticas baseadas em evidências para alfabetização e inclusão.

Resultados que comprovam a eficácia da metodologia

Os resultados do projeto superam a alfabetização tradicional. Ou seja, muitos alunos começaram a se comunicar verbalmente ou por meio de sistemas alternativos após a aplicação da metodologia. “Quando um aluno lê sua primeira palavra, o que acontece não é apenas alfabetização — é libertação”, afirma Noah.

Desse modo, entre as evidências observadas ao longo do trabalho ela pode perceber:

  • Alunos inicialmente não verbais passaram a oralizar palavras simples;
  • Redução de comportamentos desafiadores por melhora na comunicação;
  • Inserção de estudantes em escolas regulares com acompanhamento pedagógico;
  • Aumento da autonomia e da interação social.

Logo, esses avanços mostram que a alfabetização no autismo não verbal é possível quando há ciência, estrutura e sensibilidade.

Reconhecimento nacional e novos sonhos

Portanto, ser reconhecida pelo Prêmio Inclusão em Neuroeducação Brasil é, para Noah, a confirmação de que o esforço e o amor pela educação transformam realidades.

“Esse prêmio valoriza 11 anos de trabalho. O IEDUCHI é uma escola pequena, mas o impacto que geramos é imenso. Com essa visibilidade, mais famílias poderão conhecer e acreditar nas possibilidades da inclusão.”

Dessa forma, o reconhecimento também a impulsiona a criar novos projetos. Um deles é o “Adote um Anjo Azul”, iniciativa que busca oferecer atendimentos gratuitos a famílias comprometidas com o desenvolvimento dos filhos, com apoio de empresas parceiras.

Além disso, o IEDUCHI promove palestras e formações continuadas para professores, disseminando estratégias e atividades para alunos autistas baseadas em evidências.

Incluir é acreditar no potencial de cada aluno

A história de Noah Chiavenato mostra que a inclusão é uma prática possível e necessária. Sendo assim, seu trabalho prova que, com conhecimento e empatia, é possível alfabetizar e desenvolver alunos autistas não verbais, transformando limites em novas formas de comunicação.

“Não existe caso perdido. Cada aluno tem seu tempo, e o papel do professor é acreditar, adaptar e insistir”, conclui Noah.

Conclusão

O projeto de Noah é um exemplo de como a neuroeducação pode se unir à prática pedagógica para construir escolas mais humanas e inclusivas. Logo, histórias como a dela inspiram educadores a olhar para cada aluno como único — com potencial, ritmo e possibilidades próprias.

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