Você, educador, se pergunta como poderia ajudar alunos com deficiência intelectual? Uma das maneiras de se fazer isso é através da criação de um Plano Educacional Individualizado para estes alunos.

Mas, o que pode ser considerado deficiência intelectual e como criar um Plano Educacional Individualizado (PEI)? Neste artigo, te contamos tudo isso. Continue lendo!

O que é a deficiência intelectual?

De acordo com o DSM-V- (Manual Estatístico de Transtornos Mentais), a deficiência intelectual é considerada um transtorno de desenvolvimento intelectual, com início no período do desenvolvimento, que compreende déficits funcionais (que podem ser intelectuais ou adaptativos) nos domínios prático, conceitual e social.

Além disso, três critérios devem ser preenchidos:

• Os déficits em funções intelectuais (como, por exemplo, o raciocínio, a solução de problemas e a aprendizagem) devem ser confirmados pela avaliação clínica e por testes de inteligência individuais e padronizados;
• Os déficits em funções adaptativas (como a dificuldade em alcançar padrões de desenvolvimento relacionados à independência pessoal e responsabilidade social) sem apoio, devem limitar o funcionamento de uma ou mais atividades na vida diária;
• Os déficits intelectuais e adaptativos tiveram início durante o período de desenvolvimento.

Assim, a fim de realizar a inclusão social dos alunos com deficiência intelectual e equiparar oportunidades de aprendizados a todos, é essencial a elaboração de um Plano Educacional Individualizado (PEI).

Como criar um PEI para alunos com deficiência intelectual?

O PEI para alunos com deficiência intelectual é um instrumento que não só permite a inclusão social, mas que garante o desenvolvimento das habilidades deste aluno por meio da flexibilização curricular em áreas que podem ser mais difíceis ou que exijam suporte.

Para Pletsch e Glat (2013), a utilização do PEI requer avaliações sistematizadas, visando alcançar metas estabelecidas para o aluno com deficiência intelectual. Os conteúdos a serem trabalhados poderão até ser os mesmos do seu ano escolar/grupo de referência. Contudo, a avaliação deverá ser de acordo com o que foi planejado no PEI para este aluno.

Construção do PEI em quatro etapas

Para construir o PEI para o aluno com deficiência, será necessário planejar as atividades mediante quatro etapas:

1. Conheça o aluno: o primeiro passo é traçar um perfil do aluno, conhecendo suas habilidades e competências;
2. Estabeleça metas: definir metas de curto, médio e longo prazo em relação ao objetivo final para este aluno;
3. Crie um cronograma: com as metas em mãos, defina como e quando serão realizadas as atividades que visam alcançar estas metas;
4. Avalie: realize o Registro Avaliativo do aluno organizando os procedimentos e avaliando as metas alcançadas.

Além disso, um PEI para alunos com deficiência intelectual deve conter:

• Nome completo do aluno, série e ano;
• Nome da escola;
• Disciplina;
• Conteúdo para turma e conteúdo flexibilizado para o aluno;
• Objetivo geral da disciplina para a turma e para o aluno;
• Qual será a habilidade a ser desenvolvida;
• Descrição da metodologia de trabalho e os materiais utilizados para auxiliar o estudante a desenvolver essa habilidade;
• Quais serão as habilidades desenvolvidas a cada bimestre/trimestre em cada conteúdo;
• Avaliação;
• O diagnóstico pedagógico deste estudante (potenciais e desafios).

Assim, o PEI é uma ferramenta indispensável para o professor, funcionado como estrela guia para que ele possa desenvolver um trabalho de qualidade com o aluno com deficiência intelectual, proporcionando o pleno desenvolvimento dele em ambiente escolar.

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Referências:

APA. Manual Estatístico de Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014.

BEYER, Hugo Otto. Inclusão e avaliação na escola: alunos com necessidades educacionais especiais. 3 ed. Porto Alegre: Mediação, 2010.

PLETSCH, Marcia. Denise; GLAT, Rosana. Plano Educacional Individualizado (PEI): um diálogo entre práticas curriculares e processos de avaliação escolar. In: GLAT, Rosana; PLETSCH, Marcia Denise. (Org.). Estratégias Educacionais diferenciadas para alunos com necessidades especiais. 1. ed. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013. v. 1, p. 17-34.