O indivíduo que tem dislexia pode ser bem-sucedido nas atividades acadêmicas e profissionais?
Inicialmente, a pergunta que geralmente vem à mente quando se tem uma criança com dislexia é se ela vai dar conta de realizar atividades no contexto acadêmico ou profissional. Afinal, o receio toma conta dos pais e dos responsáveis pelo pequeno. Do mesmo modo, um adulto com dislexia também pode vivenciar situações de insucesso na vida, principalmente quando o diagnóstico é tardio ou desconhecido.
Desde já, podemos afirmar que a dislexia passa despercebida em vários ambientes. Em outras palavras, muitas crianças não receberam a devida atenção ao longo dos tempos. Como consequência, muitos adultos de hoje conviveram com esse distúrbio durante anos, sendo submetidos aos maiores equívocos, como falta de força de vontade em aprender, incapacidade de desenvolver habilidades elementares como a escrita e a leitura, entre outras.
Entretanto, o problema é mais complexo que as pessoas podem imaginar, pois a solução está na base, ou seja, na infância. Dessa forma, é possível afirmar que quanto antes a dislexia for identificada, o pequeno pode ser encaminhado de maneira adequada para os devidos procedimentos que incluem profissionais como professores bem preparados, psicopedagogos e fonoaudiólogos.
Como é a dislexia em atividades acadêmicas e profissionais?
Antecipadamente, podemos falar que a criança pode ser, sim, bem-sucedida em atividades que estão relacionadas à sua vida pedagógica e profissional. Porém, especialistas sugerem que o diagnóstico precoce tem grande parcela de contribuição nessa situação.
Uma das afirmações está focada no fato das pessoas com dislexia usarem a criatividade e a total força de vontade para fazer valer a sua presença. Aliás, como esses indivíduos não conseguem seguir um padrão estabelecido, eles tendem a se dedicar com mais intensidade às atividades que são propostas. Em síntese, os déficits apresentados não significam ausência de inteligência. Muito pelo contrário, existem gênios brilhantes e que convivem com dislexia.
Além disso, a influência que um direcionamento exerce está no fato de a criança poder contar com a orientação por meio de apoio psicológico, psicopedagógico e fonoaudiólogico. Afinal, o objetivo é possibilitar a autonomia necessária para que o pequeno comece a trilhar o seu caminho desde novo, enfrentando todos os desafios. Portanto, o aspecto multidisciplinar do tratamento é fundamental.
Qual a importância da família e da escola?
O detalhe que precisa ser evidenciado é o fato de que o acompanhamento dessas crianças se torna fundamental como a saída para propiciar experiências acadêmicas e profissionais satisfatórias. Com isso, a família do pequeno e a escola exercem papeis fundamentais na busca pela autonomia e pela valorização de cada conquista alcançada.
Assim sendo, mesmo que os desafios encontrados sejam enormes ao longo de sua passagem pelo ambiente escolar, os alunos têm a possibilidade de demonstrar desempenhos surpreendentes no mercado de trabalho e nas demandas acadêmicas. Para isso, há a necessidade de enfatizar a função que todos esses agentes (profissionais e familiares) podem também desenvolver junto às crianças.
Porém, relembrar algumas informações é essencial, tendo em vista que a dislexia ainda é um terreno desconhecido para muitas pessoas, inclusive quem trabalha na educação. Diante disso, há a urgência de repetir seu conceito e os sintomas que as crianças demonstram.
O que é dislexia?
De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), a condição é definida como um transtorno específico de aprendizagem, cuja origem é neurobiológica. Portanto, uma das principais características que uma pessoa manifesta está na dificuldade de reconhecimentos da palavra. No entanto, nos aspectos relacionados estão incluídos a fluência, a habilidade de decodificação e a soletração.
Assim, os alunos que convivem com a dislexia costumam mostrar quadros de déficits em aspectos como o componente fonológico da linguagem. Dessa forma, os impactos causados no rendimento do aluno são consideráveis. Portanto, o acompanhamento é um passo indispensável.
Qual o anseio dos professores para se trabalhar no contexto da dislexia em sala de aula?
A princípio, não se deve esquecer que a formação de muitos desses profissionais encontra barreiras quanto a uma exposição maior focada na Educação Especial. Com isso, o número de professores que não sabem lidar com esses alunos tende a ser elevado.
Assim sendo, estudos revelam que alguns comportamentos (dos educadores) podem ser observados na condução das tarefas rotineiras. Segundo pesquisas, eles demonstram angústia em relação ao nível de aprendizado dos alunos e as condições para enfrentar exames decisivos, como vestibulares e concursos públicos.
Além desse quesito, os professores também podem manifestar outros sentimentos como receio, apreensão e dúvida quanto à melhor forma de conduzir as atividades pedagógicas, tendo uma criança com dislexia na turma. Portanto, a demanda por uma formação que capacite esses profissionais também é alta.
Como os professores podem trabalhar com esses alunos?
Uma das maneiras mais eficazes é usar linguagem direta, objetiva e clara. Além disso, certificar se as orientações passadas foram compreendidas; não expor a criança a situações possivelmente vexatórias (como leitura em voz alta); estimular uma relação saudável entre a criança e todos os seus colegas; tratar o pequeno com naturalidade, entre outros.
Com essas medidas iniciadas nos anos escolares, o aluno pode se tornar uma pessoa apta aos desafios da vida profissional e acadêmica. Por fim, a contribuição da escola (junto com a família e os terapeutas) tende a ajudar consideravelmente.
Referência
Entendendo a Dislexia. PUC RJ, 2013.
O que é Dislexia. ABD, 2016.