Neuropsicopedagogo Pode Dar Laudo?
Neuropsicopedagogo pode dar laudo? Essa é uma das perguntas mais comuns entre profissionais da área. Afinal, existe uma confusão grande entre laudo, diagnóstico, relatório e encaminhamento.
O que você vai encontrar neste artigo:
- Neuropsicopedagogo Pode Dar Laudo?
- E o Diagnóstico, o Neuropsicopedagogo Pode Dar?
- Relatório Neuropsicopedagógico: o que é e para que serve
- Quando Fazer o Relatório no Autismo?
- Testes Usados na Neuropsicopedagogia para o TEA
- Como o Neuropsicopedagogo Contribui para a Inclusão
- Quando a Família Não Aceita Procurar Diagnóstico
- Da Avaliação à Estratégia Real na Escola
Por isso, neste artigo, vamos esclarecer o que a lei permite, o que a ética orienta e como o neuropsicopedagogo pode atuar de forma segura, respeitando os limites da profissão e garantindo credibilidade no seu trabalho.
Neuropsicopedagogo Pode Dar Laudo?

A resposta é simples: neuropsicopedagogo não pode dar laudo clínico. O laudo é um documento médico, emitido exclusivamente por profissionais como neurologista, neuropediatra ou psiquiatra, conforme o Código de Ética da Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia.
Portanto, o papel do neuropsicopedagogo é realizar avaliações detalhadas, aplicar instrumentos específicos, analisar funções cognitivas e comportamentais e registrar tudo em um relatório técnico. Esse relatório serve como base para que a família compreenda o caso, para que a escola adapte práticas e para que a equipe médica tenha subsídios para emitir o laudo.
Ou seja dar laudo não é permitido. Já o relatório, sim, e o encaminhamento, sempre.
E o Diagnóstico, o Neuropsicopedagogo Pode Dar?
Assim como o laudo, o diagnóstico clínico não é função do neuropsicopedagogo. O que o profissional pode — e deve — fazer é levantar hipóteses diagnósticas a partir das avaliações e observações, encaminhando para a equipe médica confirmar.
Por exemplo: se durante o atendimento uma criança apresenta sinais claros de TEA (dificuldade de interação, interesses restritos, ausência de contato visual), o neuropsicopedagogo registra essas observações em relatório, indica a hipótese e encaminha para o especialista confirmar.
Sendo assim, essa prática protege a criança de diagnósticos equivocados e também o profissional, mantendo o trabalho dentro da ética.
Relatório Neuropsicopedagógico: o que é e para que serve
No caso do autismo, o relatório neuropsicopedagógico é essencial. Isso porque ele organiza, de forma técnica, tudo o que foi observado na avaliação. Essas observações incluem por exemplo:
- Funções cognitivas
- Interação social
- Habilidades motoras
- Comunicação verbal e não verbal
Além disso, o documento é usado para orientar professores sobre adaptações necessárias, ajudar a família a reforçar estratégias em casa e fornecer dados à equipe médica. Importante: o relatório não fecha diagnóstico, mas descreve hipóteses e direciona encaminhamentos.

Quando Fazer o Relatório no Autismo?
O momento certo de elaborar o relatório é após a coleta de dados completa. Por isso, essa decisão inclui:
- Anamnese
- Entrevista com familiares
- Observação direta
- Aplicação de testes específicos
Desse modo, ele deve ser feito quando há sinais claros de que a criança precisa de acompanhamento diferenciado, como dificuldades de interação, comunicação restrita e comportamentos repetitivos.
Logo, o objetivo é fornecer um caminho de ação, não um rótulo.
Testes Usados na Neuropsicopedagogia para o TEA
O neuropsicopedagogo utiliza instrumentos que ajudam a mapear sinais de TEA, sempre como apoio para a hipótese diagnóstica, como por exemplo:
- M-CHAT – rastreio de sinais iniciais
- CARS – avaliação do grau de comprometimento
- ESDM Checklist – análise precoce de atrasos
- VB-MAPP – mapeamento do desenvolvimento da linguagem
- PECS – recurso de comunicação alternativa
Além disso, nenhum teste, isoladamente, fecha diagnóstico clínico. Eles são parte de um conjunto de evidências organizadas no relatório técnico.
Como o Neuropsicopedagogo Contribui para a Inclusão
Na escola (atuação institucional), o neuropsicopedagogo orienta professores sobre adaptações pedagógicas, uso de recursos visuais, organização de rotina e estratégias de socialização. Já na clínica (atuação individualizada), ele aplica protocolos, cria planos personalizados e acompanha a evolução do aluno, repassando orientações para família e escola.
Dessa forma, em ambos os casos, o profissional é ponte entre diagnóstico, práticas de inclusão e desenvolvimento da criança.
Quando a Família Não Aceita Procurar Diagnóstico
A resistência muitas vezes vem do medo: de rótulos, de preconceito ou de não saber lidar.
O neuropsicopedagogo deve:
- Mostrar evidências observadas na rotina da criança
- Traduzir os benefícios do diagnóstico (acesso a recursos, terapias, adaptações escolares)
- Indicar profissionais de confiança
- Respeitar o tempo da família, mas manter acompanhamento ativo
Da Avaliação à Estratégia Real na Escola
Para que a avaliação e o relatório se transformem em inclusão real, o neuropsicopedagogo orienta professores e famílias a aplicar práticas como:
- Currículo funcional natural – objetivos alinhados à vida prática da criança
- Uso de interesses restritos para promover vínculo e participação
- Metacognição – ajudar a criança a entender como aprende
- Acessibilidade real – ajustes no espaço e nos materiais para favorecer o aprendizado
Conclusão
A resposta para a dúvida inicial é clara: neuropsicopedagogo não pode dar laudo nem diagnóstico clínico, mas desempenha um papel fundamental no levantamento de hipóteses, elaboração de relatórios técnicos e encaminhamento para a equipe médica.
Quando cada profissional atua dentro de suas atribuições, o resultado é um processo ético, seguro e que realmente promove inclusão e desenvolvimento. E se você deseja se aprofundar nesse caminho, conheça a pós-graduação em Neuropsicopedagogia Clínica da Rhema Neuroeducação. Um curso completo, com base científica, aulas práticas e suporte para você atuar com estratégia e segurança, em qualquer ambiente educacional ou terapêutico.
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