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Intervenção Precoce no Autismo: Como Fazer?

Você já ouviu falar que a intervenção precoce no autismo pode transformar o futuro de uma criança? No dia 18 de setembro de 2025, o Ministério da Saúde anunciou que todos os profissionais da atenção primária devem aplicar o teste de sinais de autismo em crianças de 16 a 30 meses.

Ou seja, isso significa que, mesmo antes de um diagnóstico fechado, já é possível iniciar estímulos e estratégias que fazem toda a diferença para o desenvolvimento infantil. Descubra o que é a intervenção precoce no autismo, entenda como funciona o rastreamento com o teste M-CHAT, conheça o papel da família, da escola e dos profissionais de saúde e aprenda a identificar os principais sinais de alerta.

O que é Intervenção Precoce no Autismo?

A intervenção precoce no autismo consiste em estratégias aplicadas ainda nos primeiros anos de vida, quando o cérebro da criança está em intensa fase de desenvolvimento. Desse modo, o objetivo é estimular habilidades sociais, cognitivas e comunicativas, favorecendo a autonomia e a interação social no futuro.

Além disso, iniciar esse processo cedo contribui para reduzir dificuldades que poderiam se intensificar ao longo da infância. Em outras palavras, quanto antes a intervenção começar, maiores são as chances de evolução positiva.

Por que Identificar os Sinais o Quanto Antes?

Cada criança se desenvolve de forma única, mas quando surgem sinais de autismo, o tempo de resposta é determinante. Logo, a identificação precoce permite oferecer suporte imediato, ajudando a criança a construir habilidades fundamentais para a vida escolar e social.

Por outro lado, quando o rastreio demora, os desafios podem aumentar e as oportunidades de aprendizado se tornam mais limitadas. Portanto, reconhecer cedo e agir rápido é uma estratégia que transforma realidades.

O Papel do Teste M-CHAT

Uma das principais ferramentas adotadas pelo Ministério da Saúde é o M-CHAT, um questionário simples e validado internacionalmente que auxilia a identificar sinais de autismo em crianças pequenas.

Esse teste já está disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico do e-SUS. Sendo assim, ele deve ser aplicado durante as consultas de rotina, permitindo que os profissionais façam o encaminhamento adequado e orientem as famílias sobre os próximos passos.

Com isso, o cuidado se torna mais ágil e eficaz, e logo, sem necessidade de esperar por longos processos diagnósticos.

Intervenção Precoce e Rede de Apoio

A intervenção precoce só funciona de maneira eficaz quando existe uma rede de apoio integrada. Dessa forma, nesse processo, cada parte tem um papel essencial:

  • Família: promove estímulos no dia a dia, garante acolhimento e segue as orientações recebidas.
  • Escola: adapta práticas pedagógicas, observa os comportamentos e registra sinais importantes.
  • Profissionais de saúde: elaboram um plano individualizado para cada criança, envolvendo múltiplas áreas do desenvolvimento.

Ou seja, essa união fortalece a criança e permite que ela avance de forma consistente, com apoio contínuo em diferentes contextos.

Como ocorre a avaliação pedagógica no contexto do TEA?

Por muito tempo, acreditou-se que as provas eram a forma mais eficaz de avaliar o conhecimento dos alunos. No entanto, pesquisas mostram que esse modelo não reflete, de fato, o aprendizado, especialmente quando falamos da avaliação de uma criança autista.

Em muitos casos, a aplicação de provas pode gerar alterações de humor, ansiedade ou desorganização emocional, levando a um desempenho muito abaixo do que a criança realmente conquistou ao longo do período letivo. Portanto sabemos, mudanças de rotina são um fator sensível para alunos com TEA, e isso impacta diretamente no rendimento escolar.

Por outro lado, quando a avaliação é repensada, o resultado é mais fiel às competências e habilidades que estão sendo desenvolvidas. Por isso, algumas alternativas podem ser aplicadas de forma mais inclusiva e eficaz:

  • Testes periódicos ao longo do bimestre, com correções progressivas, em vez de uma única prova final.
  • Atividades adaptadas, sem foco exclusivo em nota, mas no processo de aprendizagem.
  • Provas com enunciados claros e objetivos, evitando metáforas e expressões ambíguas que dificultam a compreensão da criança com TEA.
  • Avaliação processual e contínua, observando o cotidiano, as conquistas e o desenvolvimento de competências em sala de aula.
  • Atividades em grupo, como jogos e dinâmicas, que favorecem a interação social e a comunicação.

Assim, a avaliação pedagógica no contexto do TEA deixa de ser um momento de pressão e passa a ser uma ferramenta real de acompanhamento, valorizando cada conquista e respeitando as particularidades do aluno.

Sinais de Alerta que Merecem Atenção

Existem alguns sinais precoces que podem indicar a necessidade de acompanhamento especializado. Entre eles, destacam-se:

  • Evitar contato visual.
  • Não responder ao ser chamado pelo nome.
  • Demonstrar interesse restrito em poucos objetos.
  • Apresentar reações exageradas a estímulos sonoros, visuais ou táteis.

Ao serem observados juntos ou de forma persistente, esses sinais devem ser comunicados a profissionais de saúde para avaliação.

Conclusão

A intervenção precoce no autismo representa uma oportunidade única de transformar vidas. Com a recomendação de rastreamento universal, o Brasil dá um passo importante para fortalecer a inclusão e apoiar não apenas as crianças, mas também suas famílias e escolas.

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