Inclusão Neuropsicomotora: Integrando Crianças com Autismo por meio da Neuropsicomotricidade
Trabalhar a Neuropsicomotricidade no Transtorno do Espectro Autista (TEA), fazendo a Inclusão Neuropsicomotora, é uma tarefa bem complexa. Afinal, alunos com TEA encontram diversas dificuldades tanto com seus esquemas corporais quanto com suas habilidades psicomotoras.
Por isso, é essencial que o educador entenda sobre Neuropsicomotricidade, a fim de que ele seja uma ferramenta de inclusão destes pequenos dentro das salas de aula.
Mas, como podemos integrar crianças com TEA por meio da Neuropsicomotricidade? No artigo de hoje falaremos sobre isso. Continue lendo!
A Neuropsicomotricidade
A Neuropsicomotricidade é definida como uma abordagem que tem como foco as funções e disfunções do cérebro, assim como sua estrutura, tendo como base as evidências oferecidas pela Neurociência.
O cérebro e o corpo, mediado por emoções, colaboram para o bem do nosso organismo. Tanto o próprio cérebro, quanto sua estrutura biológica definem quem somos e como experienciamos o corpo, a motricidade e a nossa mente.
Logo, tudo que limita o corpo e a motricidade traz consequências para o funcionamento da mente e do cérebro.
Assim, a estimulação correta de elementos básicos da Neuropsicomotricidade como:
- Coordenação motora fina e grossa
- Lateralidade
- Esquema corporal
- Discrimação visual e auditiva
São essenciais para que a criança consiga alcançar o pleno desenvolvimento.
A Inclusão Neuropsicomotora de crianças com TEA
Para crianças com TEA, a Neuropsicomotricidade funciona como peça-chave para a Inclusão Neuropsicomotora destes pequenos, através da:
- Facilitação da comunicação com os coleguinhas;
- Ampliação da noção de espaço;
- Aprimoramento do processo de aprendizagem;
- Melhora da relação com o próprio corpo;
- Intensificação da comunicação gestual.
A seguir, conheceremos algumas brincadeiras para que você, educador, possa praticar a Inclusão Neuropsicomotora com seus alunos com TEA.
Pegadas
Objetivo: Reconhecer o pé esquerdo e direito, estimular a lateralidade, trabalhar o equilíbrio e a precisão dos passos, além da coordenação motora global e interação com os demais alunos.
Como realizar: Para esta brincadeira, será preciso desenhar pegadas no chão com a ajuda dos alunos e ou utilizar solas de sapatos velhos. Em seguida, o aluno deve andar sobre essas pegadas, alternando o pé direito e esquerdo.
Banda Escolar
Objetivo: Trabalhar a discriminação e percepção auditiva, localização de sons, orientação espacial, interação social, memorização e capacidade de atenção.
Como realizar: Para realizar esta brincadeira, serão necessários diversos instrumentos musicais, como chocalho, triângulo, pandeiro, tambor e flauta. A cada toque de determinado instrumento, as crianças precisarão realizar uma ação com algum objeto ou fazerem algum movimento. Exemplo: Quando o pandeiro tocar, as crianças devem bater palmas ou brincar com a bola.
Amizade do Alfabeto
Objetivo: Trabalhar a socialização, afetividade, comunicação, expressão, linguagem e desenvolver a coordenação espacial.
Como realizar: Para realizar essa brincadeira, todos devem se sentar em um círculo. Em seguida, alguém inicia falando: “Gosto do meu amigo da esquerda com A porque ele é atencioso” ou “Gosto do meu amigo da esquerda com C porque ele é bondoso” e assim por diante.
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Referências:
FONSECA, V. Psicomotricidade e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2008.
ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
LE BOULCH, Jean. O Desenvolvimento Psicomotor do Nascimento até 6 anos – A Psicocinética na Idade Pré-Escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
FONSECA, V. Psicomotricidade, perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre, ARTMED, 2004.