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Entenda Mais Sobre o Autista Não Verbal

Autista não verbal é um tema que gera muitas dúvidas entre professores e familiares. Muitas vezes, a ausência da fala causa insegurança e até receio de como lidar com a criança na escola. No entanto, com conhecimento, sensibilidade e estratégias corretas, é possível transformar esse desafio em oportunidade de inclusão real.

Por isso, neste blog, vamos explorar o que significa ser autista não verbal, como identificar sinais de comunicação, quais recursos utilizar em sala e como diferenciar entre criança não verbal e não falante. Além disso, você também vai conhecer práticas que fortalecem a inclusão escolar e a autonomia dessas crianças.

O que é um Autista Não Verbal?

Quando falamos em autista não verbal, estamos nos referindo à criança que não utiliza a fala como principal forma de comunicação. Isso não significa ausência total de linguagem, mas sim que ela se comunica por outras vias: gestos, olhares, expressões faciais, sons ou recursos alternativos.

Sendo assim, pesquisas mostram que cerca de 25% a 30% das crianças com autismo não desenvolvem fala funcional. Ainda assim, essas crianças encontram formas criativas de se expressar. Por exemplo, ao apontar para a porta, o aluno pode estar comunicando um desejo de sair. Dessa forma, o papel do professor é interpretar esse gesto e validar a comunicação: “Você quer ir ao banheiro?”. Esse simples reconhecimento fortalece a confiança e amplia a interação.

Além disso, ferramentas como o PECS (sistema de figuras) ou aplicativos de comunicação alternativa oferecem meios práticos para que o aluno mostre suas necessidades. O essencial é compreender que comunicação não se resume à fala.

Diferença entre Criança Não Verbal e Não Falante

É comum confundir os termos, mas eles não significam a mesma coisa.

  • Autista Não Verbal: não utiliza palavras para expressar necessidades ou sentimentos. Sua comunicação ocorre por gestos, sons, expressões ou recursos alternativos.
  • Autista Não Falante: pode dizer palavras isoladas, mas sem função comunicativa. Muitas vezes, apenas repete trechos de músicas, frases ou sons sem intenção de diálogo.

Logo, na prática escolar, essa diferença é fundamental para orientar estratégias pedagógicas. Um aluno pode repetir a palavra “água”, mas não estar pedindo água de fato. Já outro, sem emitir nenhuma palavra, consegue se comunicar com clareza ao usar gestos.

O Nível de Suporte e a Criança Autista Não Verbal

Outra dúvida recorrente é: “Se a criança não fala, ela é automaticamente nível 3 de suporte?”. A resposta é não. Dessa forma, a ausência da fala, sozinha, não define o nível de suporte. Por isso, o DSM-5-TR mostra que o grau de apoio necessário depende de múltiplos fatores, como:

  • Capacidade de comunicação funcional (mesmo sem fala);
  • Nível de interação social;
  • Autonomia nas atividades diárias;
  • Intensidade de comportamentos repetitivos.

Assim, uma criança não verbal pode estar no nível 2 de suporte, se consegue interagir por gestos ou pranchas visuais. Já outra, mesmo verbal, pode precisar de suporte intenso devido a crises frequentes e dificuldades de autonomia.

Autista Não Verbal: Como Reconhecer a Comunicação Sem Palavras?

Mesmo sem falar, a criança está o tempo todo comunicando algo. O professor precisa aprender a “escutar com os olhos”. Portanto, alguns sinais são claros:

  • Apontar para objetos ou lugares;
  • Levar a mão do adulto até o que deseja;
  • Usar olhares fixos ou expressões faciais;
  • Produzir sons repetitivos com intencionalidade.

Inclusive, a ecolalia — repetição de sons ou palavras — também pode ter função comunicativa. Sendo assim, muitas vezes, a criança repete algo para se autorregular ou expressar presença. Por isso, o papel do professor é interpretar e validar esses sinais, reconhecendo-os como formas legítimas de linguagem.

Comportamentos que Também Falam

Além de gestos, alguns comportamentos típicos também comunicam necessidades. As estereotipias, como balançar o corpo ou bater as mãos, muitas vezes indicam sobrecarga sensorial. Logo, em vez de repreender, o professor deve observar o contexto e oferecer suporte, como pausas, cantinhos tranquilos ou objetos de apoio.

Além disso, outro ponto é a atenção compartilhada. A criança pode não acompanhar a leitura da turma, mas isso não significa desconexão. Ela processa de forma diferente, e cabe ao professor adaptar a atividade para incluir esse aluno.

A Criança Autista Não Verbal Pode Falar um Dia?

Essa é uma das perguntas mais frequentes. Estudos apontam que as maiores chances de aquisição espontânea da fala ocorrem até os sete anos. Porém, isso não significa que seja impossível depois desse período.

É importante compreender que existem diferentes razões para a ausência da fala:

  • Aspectos cognitivos;
  • Falta de intencionalidade comunicativa;
  • Questões motoras, como a apraxia da fala.

Cada caso exige estratégias específicas. Mas mesmo quando a fala não surge, há alternativas eficazes para promover autonomia, como a Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA).

Comunicação Alternativa: O Que Usar na Escola?

A CAA é um conjunto de recursos que ampliam ou substituem a fala, garantindo comunicação funcional. Exemplos:

  • Pranchas de figuras;
  • Cartões de pictogramas;
  • Aplicativos em tablets;
  • Quadros de rotina visual.

O segredo é inserir esses recursos na rotina escolar: hora do lanche, chamada, atividades em grupo. Mais do que pedir objetos, a CAA deve ser usada para expressar sentimentos, interagir com colegas e construir pertencimento.

Como Lidar com Autista Não Verbal na Escola

Na prática, algumas estratégias para o autista não verbal na escola são fundamentais, como por exemplo:

  • Organizar a rotina de forma visual e previsível;
  • Promover atividades concretas e sensoriais;
  • Estimular a interação com colegas;
  • Criar espaços de pausa para momentos de sobrecarga;
  • Antecipar mudanças para reduzir frustrações;
  • Registrar observações em diários de bordo para acompanhar evolução.

E o mais importante: nunca subestime a compreensão da criança autista não verbal. Ela entende muito mais do que demonstra verbalmente.

Conclusão

Trabalhar com autista não verbal exige olhar atento, empatia e estratégias práticas. Comunicação vai além da fala, e cada gesto, olhar ou comportamento pode ser uma oportunidade de interação. Com conhecimento baseado em evidências científicas, professores podem transformar a inclusão em realidade e garantir que toda criança seja ouvida, respeitada e valorizada.

Sendo assim, se você deseja ir além conheça a Pós-graduação em Transtorno do Espectro Autista – TEA da Rhema Neuroeducação. Estude com especialistas, aprenda estratégias práticas e transforme sua atuação em sala de aula.

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Cada criança é um mundo. Te preparamos para cada uma delas.

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