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Como saber se uma criança tem hipotonia?

A hipotonia é uma condição que possui influência direta na tonicidade dos músculos e pode ser causada por fatores genéticos, nutricionais ou neurológicos. 

Neste caso, as crianças apresentam pouca rigidez nos músculos, sendo possível observar movimentos mais soltos, flácidos e com um menor desgaste muscular. 

Dessa forma, é fundamental fazer o diagnóstico o quanto antes, para que haja o estímulo correto para o desenvolvimento motor da criança.

Neste artigo, abordaremos esta condição, suas principais características, bem como formas de se trabalhar com esta criança em sala de aula. Veja a seguir.

O que é hipotonia muscular?

Trata-se de uma disfunção cerebral, na qual a criança possui dificuldades e atrasos no desenvolvimento relacionados ao tônus muscular. Vale lembrar que esta função está ligada ao equilíbrio e a regulação do ato motor, como, por exemplo:

  • rolar;
  • andar;
  • fazer expressões faciais;
  • manter a postura;
  • segurar objetos com força;
  • etc.

Assim, crianças com hipotonia podem demorar mais a apresentar essas habilidades. Mas isso não significa que a criança não poderá desenvolver-se. Com a estimulação correta, pode haver melhora no quadro.

Causas da hipotonia 

As causas desta condição podem ser primárias ou secundárias, como veremos a seguir:

Causas primárias

As causas primárias estão diretamente relacionadas ao cérebro. Neste caso, a criança pode apresentar um comprometimento das estruturas que fazem parte do sistema neurológico. Este é o caso das malformações e doenças degenerativas como, por exemplo, a atrofia muscular espinhal (AME).

Causas secundárias

As causas secundárias recebem esse nome por serem consequência de alguma condição, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou síndrome genética. Como exemplos de síndromes, podemos citar a Síndrome de Down e Prader-Willi. 

Além disso, a hipotonia também é um sintoma de doenças que acometem os tendões, músculos ou mesmo de doenças sistêmicas, isto é, que afetam diferentes partes do corpo.

Ainda, problemas de saúde também podem ser uma das causas da condição, como em relação a fatores nutricionais, podendo-se citar o raquitismo e desnutrição.

Sinais do transtorno em crianças

As crianças com este transtorno apresentam alguns comportamentos e características específicas, como:

  • Alta flexibilidade, podendo realizar movimentos bem alongados com ajuda;
  • Atraso em conquistas como engatinhar, andar, etc;
  • Dificuldade em articular a fala e em escrever;
  • Dificuldade em usar canudo e manter os lábios fechados;
  • Dificuldade para movimentar a cabeça e sustentá-la;
  • Pegada fraca;
  • Pouca força para realizar atividades simples, como desenhar ou apertar a mão;
  • Problemas de postura devido à falta de tonicidade na musculatura das costas;
  • Reflexos mais lentos ou debilitados.

Como os professores podem trabalhar em sala de aula com estas crianças?

Existem diversas formas com as quais os professores podem trabalhar em sala de aula com estas crianças. Confira algumas delas:

Ficar de bruços

Fazer rolinhos de toalha, colocar travesseiros ou outros objetos é interessante para estimular o fortalecimento da musculatura das costas e do pescoço. Assim, as crianças podem ficar de bruços sob esses itens e estimular a tonicidade. 

Pegar objetos 

Utilizar brincadeiras e atividades onde a criança precise agarrar o objeto também é uma forma de estimulá-los. Pegar formas geométricas e encaixá-las nos moldes certos é um bom exercício não só para o desenvolvimento motor, como também para o desenvolvimento cognitivo.  

Tapete sensorial

Uma brincadeira que tem se tornado popular, especialmente no caso de crianças com TEA, é o uso do tapete sensorial. Ele é um bom exemplo de estimulação motora, cognitiva e sensorial, além de reduzir o estresse. 

Conclusão

A hipotonia é uma condição que afeta a tonicidade muscular e pode ter causas primárias ou secundárias. Desse modo, as crianças podem apresentar movimentos soltos, bem como atrasos no desenvolvimento motor e dificuldades na fala, escrita, equilíbrio, pouca força, etc. 

Portanto, é essencial estimular a criança com atividades adequadas, de modo a oferecer brincadeiras que possam auxiliar no desenvolvimento e fortalecimento da musculatura. Como exemplos disso, podemos citar colocar a criança de bruços, orientar a pegar objetos e fazer uso do tapete sensorial. 

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Referências:

ALVES, A. A., SILVA, K. C., CAMPOS, L. C. C. C., RUAS, T. C. B.; MARTINI, G. Integração sensorial e a abordagem da terapia ocupacional na neuropediatria. Temas desenvolvimento, v. 17, 2011.

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LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos seis anos. 7. ed. Porto Alegre, Artmed, 2001.

MOMO, A.R.B.; SILVESTRE, C.; GRACIANI, Z. Atividades sensoriais: na clínica, na escola, em casa. São Paulo: Memnon Edições Científicas, 2012.

SELLA, M. A. P. Snoezelen – Um caminho para o mundo sensorial, Curitiba: AMCIP, 2008.

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