Como Lidar com Comportamento Desafiador na Escola?
Comportamento desafiador é um tema que gera muitas dúvidas entre os professores, principalmente quando aparece de forma intensa, repetitiva e impacta a aprendizagem. No blog de hoje, vamos aprofundar esse assunto com um olhar mais sensível e estratégico: o que é, por que acontece, como lidar na prática e quando é hora de buscar apoio especializado.
O que você vai encontrar neste artigo:
- O que é comportamento desafiador?
- Por que algumas crianças têm comportamentos desafiadores?
- Comportamento desafiador no autismo: como apoiar crianças com TEA?
- Estratégias práticas para lidar com comportamentos desafiadores na sala de aula
- Quando procurar ajuda profissional? Como envolver a família sem conflito?
- Conclusão: Comportamento desafiador exige conhecimento
O que é comportamento desafiador?
Antes de qualquer coisa, precisamos repensar alguns discursos que ainda são muito comuns nas escolas. Frases como: “essa criança só quer chamar atenção” ou “ela precisa aprender a obedecer” refletem um olhar ultrapassado. Comportamento desafiador não é uma afronta. É comunicação.
A criança que grita na roda ou foge da sala durante uma atividade está, muitas vezes, tentando expressar algo que não consegue colocar em palavras. Ou seja, o comportamento desafiador, especialmente quando repetitivo e intenso, impacta tanto o convívio quanto o processo de aprendizagem da própria criança.
Sendo assim, é importante diferenciar comportamentos esperados, como a “birra” pontual, daqueles que persistem, acontecem em diferentes contextos e indicam dificuldade de autorregulação.
Como lembra o neurologista Dr. Paulo Liberalesso, nem todo comportamento difícil é Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), que exige avaliação profissional. Por outro lado, também não devemos normalizar tudo como “fase”. Nosso papel é observar, acolher e intervir com consciência.
Troque a pergunta “o que essa criança tem?” por “o que ela precisa?”. Essa mudança de olhar é o primeiro passo para uma prática mais humana e eficaz.
Por que algumas crianças têm comportamentos desafiadores?
Agora que entendemos que comportamento desafiador é uma forma de comunicação, precisamos olhar para suas causas. E não, nem sempre é “falta de limite”.
Há fatores neurológicos e cognitivos que influenciam diretamente. Crianças com TDAH, por exemplo, têm dificuldade para controlar impulsos. Já crianças com TEA podem reagir a estímulos sensoriais de forma intensa, demonstrando comportamentos desafiadores diante de mudanças na rotina ou sons inesperados.
Por isso, em casos mais específicos, o comportamento desafiador pode indicar um quadro de TOD, marcado por oposição frequente, irritabilidade e condutas provocadoras. Mas não é só isso: ambientes instáveis, tanto em casa quanto na escola, podem sobrecarregar emocionalmente a criança. A falta de previsibilidade, excesso de estímulos ou experiências traumáticas, mesmo pequenas, podem ser gatilhos.
Comportamento é só uma parte do todo, afinal o que aparece em sala é resultado de muitos fatores invisíveis. Por isso, o professor precisa observar com intenção e agir com conhecimento, em parceria com a equipe pedagógica, família e profissionais especializados.
Comportamento desafiador no autismo: como apoiar crianças com TEA?
Quando falamos de criança com comportamento desafiador, precisamos ter ainda mais cuidado ao tratar do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Muitas vezes, o que parece oposição, é na verdade uma resposta a sobrecarga sensorial ou dificuldade de comunicação.
A especialista Cleonice Bosa explica que o comportamento desafiador em crianças com TEA costuma surgir diante de alterações na rotina, ambientes ruidosos ou comandos confusos.
Essas reações não são escolhas conscientes, mas sim, tentativas de proteção. Uma criança com hipersensibilidade auditiva, por exemplo, pode reagir gritando ou se isolando. Por isso, precisamos entender o comportamento como linguagem.
Professores podem (e devem) organizar o ambiente: usar quadros de rotina, apoio visual, sinalizações, reduzir estímulos visuais e auditivos e, principalmente, antecipar mudanças. Ou seja, empatia aqui não é permissividade, é uma estratégia.
Estratégias práticas para lidar com comportamentos desafiadores na sala de aula
Agora vamos te explicar o que fazer na prática. Veja:
- Estruture o ambiente: crianças precisam de rotina. Por exemplo, um quadro visual com horários previsíveis diminui a ansiedade e organiza o comportamento.
- Use reforço positivo: valorize o comportamento adequado. Dê atenção quando a criança acerta, não só quando erra.
- Crie um espaço de calma: um cantinho com almofadas, fones abafadores, livros ou brinquedos sensoriais pode ajudar a criança a se regular.
- Converse após a crise: quando a criança estiver calma, pergunte como se sentiu. Além disso, crie espaço de escuta, sem bronca.
- Registre os episódios: anote o que aconteceu, quando, e o que pode ter causado. Isso ajuda a identificar padrões e prevenir novos episódios.
Lembre-se: você não precisa apagar incêndios todos os dias. Com planejamento, é possível evitá-los.
Quando procurar ajuda profissional? Como envolver a família sem conflito?
Mesmo com tudo isso, alguns comportamentos continuam intensos, frequentes e causam sofrimento. Sendo assim, nesses casos, é hora de buscar apoio especializado. E alguns dos sinais de alerta são:
- A criança não consegue se regular mesmo com ajuda;
- Os comportamentos atrapalham o desenvolvimento e o convívio;
- Há sofrimento visível para a criança e os colegas.
O primeiro passo é acionar a equipe pedagógica. Juntos, avaliem a necessidade de envolver especialistas como psicopedagogos, neuropediatras ou terapeutas.
Mas e a conversa com a família? Esse é um momento delicado. Comece acolhendo. Fale com carinho, usando exemplos concretos ao invés de julgamentos. Mostre o que já foi feito e chame a família para participar do processo. Pergunte como a criança é em casa, se já buscaram ajuda, e como se sentem diante da situação.
Lembre-se: a escola não fecha diagnóstico, mas é parte fundamental na observação e encaminhamento responsável.
Conclusão: Comportamento desafiador exige conhecimento
O comportamento desafiador de uma criança é um pedido de ajuda. E o professor, quando tem o conhecimento certo, se transforma em ponte – entre a criança, a família e o apoio profissional. Você não precisa ter todas as respostas, mas precisa saber onde buscar.
Por isso, se você quer aprender como aplicar essa abordagem de forma prática e transformar sua sala de aula, o caminho certo é buscar formação especializada. A Pós-Graduação em Psicopedagogia Atuação Clínica, Educacional, Empresarial e Hospitalar da Rhema Neuroeducação foi pensada para profissionais da educação que desejam atuar com segurança, profundidade e ciência.
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