Acessibilidade:

Como ajudar o aluno com dislexia em sala de aula

Em primeiro lugar, o que diferencia uma criança com dislexia de outra que não recebeu o diagnóstico? A resposta para esta pergunta não é simples, pois mostra o quanto a observação se faz necessária. Nesse contexto, o ambiente da sala de aula pode ajudar a análise inicial a ser feita pelo professor. 

Para isso, o educador deve ficar atento a alguns sinais – que você verá ao longo do artigo – e comunicar aos pais. Dessa forma, os responsáveis pelo aluno precisam recorrer ao auxílio de uma equipe multidisciplinar. 

O que é a dislexia e como ela interfere no desempenho pedagógico da criança?

A dislexia é um transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica. Com isso, a dificuldade de decodificar o estímulo escrito ou o símbolo gráfico tende a ser notado com frequência entre os pequenos. 

Assim sendo, o contexto da sala de aula mostra que o aluno encontra dificuldade para reconhecer a palavra de forma precisa, sobretudo no que diz respeito à soletração e à habilidade de decodificação. Inclusive, a dislexia pode fazer com que a criança não realize nem leitura nem escrita satisfatórias.

De acordo com estudos, o problema para compreender textos também é um ponto a ser observado em casos de alunos com dislexia. No entanto, o transtorno não interfere no Q.I – quociente de inteligência. Em outras palavras, o pequeno pode ser diagnosticado com dislexia e se sair muito bem em atividades que envolvem cálculo, por exemplo. 

Em levantamento realizado pela Associação Brasileira de Dislexia (ABD), a incidência de pessoas com o transtorno pode variar de 0,5% a 17% da população em todo o mundo. De qualquer forma, a investigação é necessária, pois a dislexia também é identificada em indivíduos com inteligência acima da média, o que muitos não sabem.

Como contribuir com o desenvolvimento acadêmico do aluno?

Primeiramente, os professores devem estar inteirados sobre o diagnóstico da criança para a proposição de atividades. A essa altura, a participação dos demais profissionais também precisa estar encaminhada, tendo em vista que o educador vai basear sua abordagem no relatório dos terapeutas. 

Veja abaixo as dicas que podem ajudar o pequeno a encontrar o melhor caminho para o seu desempenho pedagógico:

– Uso de calculadora, gravador e relógio digital;

– Material com letras em várias texturas;

– Aumentar o tempo para que a criança copie os conteúdos do quadro;

– Realize revisões temporárias das matérias abordadas;

– Estabeleça a autoconfiança no aluno, incentivando o pequeno a participar das aulas e a responder oralmente as atividades (lembrando que não se deve forçá-lo);

– Estimule a criança a repetir o que acabou de ser dito a ela, pois essa repetição ajuda a desenvolver a memória (obs: a memorização de informações que lidam com sequências e fatos pode ficar comprometida);

– A conduta em sala de aula também é um excelente termômetro para despertar no aluno a confiança necessária. Desse modo, procure manifestar paciência e disposição para ensiná-lo;

– Induza a ler de forma a pronunciar e a identificar cada uma das palavras. Se possível, mostre ao pequeno o recurso de sublinhar as partes que ele sentiu mais dificuldade;

– Procure adaptar os deveres de casa para que as atividades possam ser bem-aproveitadas, assim como o próprio rendimento do aluno;

– Utilize uma linguagem simples e que proporcione o entendimento da criança diante das explicações;

– Procure aumentar o tempo de duração para o aluno realizar as suas tarefas;

– Não exponha suas notas baixas em sala de aula;

– Nunca critique a caligrafia;

– Não risque de caneta vermelha os erros cometidos.

Quais são os tipos de dislexia?

O transtorno tem dois tipos, que são divididos entre a dislexia visual e a dislexia motriz. A primeira delas (visual) é caracterizada pela falta de precisão na coordenação viso-espacial (o que motiva a confusão nas letras que são grafadas com certa semelhança, por exemplo). 

Já a segunda tipologia (motriz) pode ser marcada pela presença da dificuldade do movimento ocular, ocasionando na limitação do campo visual. Isso pode impactar o desempenho da leitura realizada pelo aluno. 

Como é feito o diagnóstico?

Este ponto precisa de muita atenção, pois os professores acompanham o desempenho da criança no dia a dia. Com isso, os educadores devem comunicar aos pais do pequeno. Logo depois, a procura por uma equipe multidisciplinar deve ser realizada.

Os especialistas envolvidos no diagnóstico da dislexia são variados. Assim, profissionais como psicopedagogos, fonoaudiólogos, neurologistas, psicólogos. O pequeno será encaminhado a alguns testes (de audição, visão, fluência verbal e desempenho verbal). Tudo isso é feito para identificar as dificuldades manifestadas.

A partir dessa análise, todos os envolvidos na realização do diagnóstico podem se unir para propor os próximos passos que visam ao desenvolvimento da criança. Desse modo, a atitude de auxiliar o aluno deve começar em casa com todas as adaptações necessárias. 

E o tratamento?

Assim como o diagnóstico, o tratamento também precisa da presença dos especialistas mencionados acima. No entanto, a ciência não consegue encontrar uma cura para a dislexia. 

Portanto, a proposição de adaptações no cotidiano da criança é uma forma interessante para proporcionar o desempenho do aluno. Dessa maneira, muitos profissionais utilizam manuais de alfabetização voltados para o perfil do pequeno, como forma de auxiliar a sua evolução pedagógica.

Quer saber mais? Acompanhe mais conteúdos aqui no blog do Grupo Rhema.

Continue lendo