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Autismo Não Verbal: o que é?

O autismo não verbal ainda levanta muitas dúvidas entre os professores. Como ensinar uma criança não verbal? O que fazer quando o aluno não responde a comandos, não verbaliza e parece não se conectar com os colegas? Você passa por isso em sua sala de aula?

Essas são perguntas comuns, e muito válidas. A boa notícia é que existe um caminho possível, prático e já comprovado: a ABA, ou Análise do Comportamento Aplicada. Por isso, neste blog, você vai entender o que é o autista não verbal e de que forma a ABA pode ajudar a construir rotinas de aprendizagem, comunicação e inclusão. Vamos lá?

O que é autismo não verbal?

Autismo não verbal é uma condição dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em que a criança ainda não desenvolveu a fala funcional. Ou seja, algumas vocalizam, outras utilizam gestos, expressões ou ferramentas de comunicação alternativa.

Se você é professor da Educação Infantil ou do Ensino Fundamental I, é bem provável que já tenha recebido em sala uma criança que não verbaliza, evita o olhar direto, e não responde aos comandos verbais. Desse modo, muitos desses alunos fazem parte do grupo com autismo não verbal, e sim, eles podem aprendem. Mas o caminho precisa ser outro.

É importante entender que o termo “não verbal” não é definitivo. Muitas crianças com TEA não verbal podem vir a falar, especialmente quando recebem as intervenções certas, e precocemente. Logo, isso não significa que elas não compreendam ou não se comuniquem, mas significa apenas que o canal principal de linguagem será outro, e o seu papel como educadora é essencial para criar pontes que levem à aprendizagem e à comunicação.

Autismo não verbal: como a ABA pode ajudar?

A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma ciência baseada em evidências que estuda o comportamento e busca estratégias para ensinar novas habilidades e reduzir comportamentos desafiadores. Dessa forma, em sala de aula, isso significa ensinar passo a passo como aprender, interagir e até se comunicar, mesmo quando a fala ainda não apareceu.

A base da ABA:

  • Comportamento observado e analisado de forma objetiva
  • Intervenções estruturadas e repetitivas
  • Reforço positivo constante
  • Planejamento individualizado
  • Generalização do que é aprendido

A ABA considera que todo comportamento é influenciado por estímulos e consequências. Por isso, ela atua organizando o ambiente para que o aprendizado aconteça de forma natural e eficaz.

Autismo não verbal: o cérebro aprende com resultado

O psicólogo B.F. Skinner introduziu o conceito de condicionamento operante, que é a base da ABA. Funciona assim: um comportamento seguido de uma consequência positiva tem mais chances de acontecer de novo. Esse princípio é usado em sala com crianças com TEA não verbal para desenvolver desde a atenção até o uso da comunicação alternativa.

Exemplo prático:

  • A criança aperta o botão de um brinquedo e o som toca. Isso gera prazer e ela repete o ato.
  • Quando isso é feito com intenção (causa e efeito), já temos um comportamento sendo aprendido e consolidado.

DTT: ensino por tentativas discretas

O DTT (Discrete Trial Training) é um recurso da ABA que divide as tarefas em pequenos passos, com foco total no sucesso do aluno. Para o autista não verbal, isso permite por exemplo:

  • Organizar a aprendizagem por etapas claras
  • Repetir os treinos com reforço positivo
  • Respeitar o tempo da criança
  • Promover independência de forma gradual

Ao trabalhar assim, o professor ajuda o aluno com TEA não verbal a entender rotinas, seguir comandos e, principalmente, desenvolver comunicação funcional.

Autismo não verbal: mesmo sem palavras, há linguagem

Além disso, Skinner também nos ensinou que linguagem é comportamento. Mesmo sem falar, a criança pode:

  • Mandar (pedir algo): como por exemplo apontar para a água, levar a mão até o objeto
  • Tatear (nomear): associar uma imagem a um item
  • Responder (interagir): rir, olhar, reagir a sons, ritmos ou gestos

Portanto, esses pequenos comportamentos verbais vão sendo fortalecidos na ABA até se tornarem rotinas. O objetivo é sempre que o que é aprendido na intervenção possa ser levado para a vida da criança, seja em casa, na escola ou em qualquer outro ambiente.

TEA não verbal: o desafio é real, mas a transformação também

Trabalhar com uma criança com TEA não verbal exige observação sensível, estratégias consistentes e formação especializada. Por isso, conhecimento é a ferramenta mais poderosa do professor. Sendo assim, quando ele entende o que está fazendo, os resultados aparecem: mais atenção, mais vínculo, mais comunicação, mesmo quando a verbalização ainda não veio.

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