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Aprendizagem evolutiva: o que é e como aplicar na escola

Olá, professores!

O campo da educação é bem vasto e conta com atores sociais indispensáveis para a transformação de uma comunidade e, posteriormente, da sociedade em geral. Entre correntes e teorias, a prática de metodologias faz toda a diferença no papel dos educadores frente às demandas da escola, dos alunos e de todo o contexto que os engloba.

Um dos destaques é a aprendizagem evolutiva, técnica que tem por objetivo a busca por soluções de maneira coletiva. A premissa é partir da especificidade e contar com o apoio de todos os envolvidos a fim de uma resposta em conjunto.

O que dizem os estudos da área?

Devechi, Tauchen & Trevisan (2016) reafirmam Habermas (2002) quando corroboram com o raciocínio de que a proposta da aprendizagem evolutiva é permitir que problemas sejam todos tratados “na multiplicidade de vozes possível na linguagem humana”.

Para isso, o estudioso sugere que a visão epistemológica, ou seja, calcada unicamente na ciência, também ceda espaço ao conhecimento prático das pessoas. No entanto, isso não significa que se deva abrir mão de evidências científicas, mas aproveitar e trabalhar com os saberes de cada pessoa para a construção de soluções que tragam o desfecho necessário ao que se espera resolver. As vivências desses atores sociais são usadas para possíveis tomadas de decisão junto aos participantes da ação.

Quais os resultados práticos da aprendizagem evolutiva?

Interessante afirmar que quando uma escola se propõe a praticar essa metodologia todos saem ganhando. A partir do momento em que professores, alunos, pais, instituição, comunidade e demais componentes decidem juntar seus conhecimentos para a busca de respostas a um problema comum; a possibilidade de tais atitudes serem bem-sucedidas é maior. As decisões são plurais e efetivas; isso contribui para o estabelecimento de novos caminhos para todos que estão envolvidos.

Como a aprendizagem evolutiva pode fazer parte da rotina escolar?

Dentro da escola os educadores podem utilizar essa metodologia como alternativa à solução de problemas que envolvam os alunos no ambiente pedagógico e social. A aprendizagem evolutiva, quando aplicada ao dia a dia do ambiente escolar, pode contar também com a presença e a participação dos membros da comunidade, além das próprias crianças como parte integrante do processo.

Imaginem uma quadra esportiva abandonada, localizada próxima à sua escola. Os alunos podem usar o conhecimento prévio adquirido em sala de aula, uni-los às suas respectivas vivências e, a partir disso, estabelecer uma solução para a situação. No entanto, a presença de professores e vizinhos da comunidade também é fundamental para que se busque o desfecho necessário.

Na sala de aula, por exemplo, vocês podem propor às crianças a realização de atividades e projetos multidisciplinares cujo objetivo seja reunir diferentes visões e conhecimentos acerca de um tema para a resolução de um problema que afeta a vizinhança ou a comunidade escolar. O apoio e a participação de todos são fundamentais para que a aprendizagem evolutiva seja desempenhada de maneira eficiente.

A formação do professor pode influenciar?

Sim. Inclusive, esta é uma urgência da área. A formação dos educadores precisa adentrar com mais profundidade nas questões que permeiam a aprendizagem evolutiva como alternativa às metodologias em sala de aula.

Existem vários estudos em que as diferentes linhas abordadas no percurso da formação acadêmica são tratadas. O que muitos teóricos criticam é essa gama de opções acerca dos conteúdos tratados nos cursos, ocasionando, em grande parte, em um distanciamento do que é necessário à aprendizagem evolutiva. Gatti (2010) citada por Devechi, Tauchen & Trevisan (2016) fala sobre a ambiguidade da área em decorrência “da ausência de uma base formativa comum nos currículos dos cursos de pedagogia e licenciaturas”.

Fontes:

DEVECHI, Cátia Piccolo; TAUCHEN, Gionara; TREVISAN, Amarildo Luiz. Aprendizagem evolutiva na formação de professores: continuidade entre as certezas da ação e os acertos discursivos. Revista Brasileira de Educação, v. 21, n. 65, abr.-jun. 2016.

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