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TDAH na infância, adolescência e na vida adulta

Olá, professores!

O assunto hoje é recorrente em nossas publicações, mas o motivo de retratar o tema diversas vezes está na importância que o tema representa. Afinal, o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ainda precisa de uma abordagem cada vez maior no contexto escolar. 

Em outras palavras, muitos educadores necessitam conhecer detalhes acerca do TDAH, tais como principais sintomas, formas de abordagem, o que não deve ser feito, tratamentos e intervenções psicopedagógicas. Diante desta importância, proporcionar o enfoque do TDAH na infância, adolescência e na vida adulta é importante.

Aliás, existem fatores que podem reforçar a tese – defendida por estudiosos – de que algumas situações tendem a favorecer a persistência do TDAH na fase adulta. No entanto, é a partir da infância que essas características começam a ser notadas.

Portanto, informar-se e obter conhecimento acerca do transtorno é um passo crucial para saber lidar com as crianças e utilizar as estratégias necessárias. Contudo, o acompanhamento de profissionais da área médica e terapêutica deve ser parte integrante de todo um processo que envolve a família da criança e a escola.

Como é o TDAH na infância?

Primeiramente, durante a infância alguns sintomas podem passar despercebidos, uma vez que a criança está em formação. Com efeito, ela tem a possibilidade de demonstrar problemas de adaptação em uma escola nova, por exemplo; além de dificuldade para aprender, concentrar-se, entre outros.

Entretanto, o que poderia ser um caso isolado no momento vivenciado pelo aluno passa a ficar persistente. Ou seja, as dificuldades outrora manifestadas não acabam e o rendimento do pequeno fica aquém dos demais coleguinhas de sala.

Nesse sentido, cabe aos professores comunicar aos pais para saber se algo externo influencia aquela situação. Para certificar, alguns sintomas devem ser percebidos, tais como: desatenção, impulsividade e hiperatividade.

Vale ressaltar que os sintomas mencionados fazem parte de um eixo característico, sendo que cada um deles pode contar com outras características. No entanto, os especialistas procuram estabelecer suas análises a partir destes três sinais principais.

– Na escola

Durante o período escolar, a criança que vive com TDAH pode manifestar desatenção, impulsividade ou hiperatividade. Há casos em que mais de dois sintomas são percebidos. Com isso, os educadores têm um papel primordial na observação.

De acordo com a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), a incidência dos casos de TDAH ocorre em uma taxa de 3% a 5% das crianças. Em muitos casos, a fase pré-escolar ou de alfabetização costuma indicar os primeiros sinais.

A partir do diagnóstico, os professores podem adotar estratégias que valorizem o aprendizado do aluno com TDAH. Os eixos dessas ações estratégicas são os seguintes:

– Atenção e memória sustentadas;

– Tempo e processamento das informações;

– Organização e técnicas de estudo;

– Técnicas de aprendizado e habilidades metacognitivas;

– Inibição e autocontrole.

Como é o TDAH na adolescência?

O período da adolescência é por si uma fase complexa, pois marca o fim da infância, novas descobertas, amadurecimentos, entre outras questões. Nesse sentido, quando há o diagnóstico de TDAH, os pais e os professores tendem a ficar preocupados diante de tantos desafios.

No entanto, pesquisas indicam que adolescentes têm menos chances de demonstrarem hiperatividade – em relação ao período da infância. Porém, é preciso considerar que não há um padrão. Com isso, pode haver casos em que o adolescente manifeste a hiperatividade.

Por outro lado, existe a possibilidade de os adolescentes com TDAH continuarem com o desempenho acadêmico ruim. Tendo em vista que os problemas com a concentração e a atenção persistem. Além disso, a questão hormonal também influencia a vida do jovem.

– Na escola

A princípio, com o aumento da carga de conteúdos e cobranças, o aluno pode ter alguns dos sintomas agravados – sobretudo se ele não estiver devidamente encaminhado em um tratamento. Em casos de hiperatividade, o jovem tende a interromper a explicação dos professores e de colegas.

Inclusive, outro traço característico do TDAH na adolescência é o déficit em funções executivas. Ou seja, o adolescente pode enfrentar situações como esquecer prazos para provas e entregas de trabalhos; contribuição na realização de atividades em grupo; deixar objetos para trás; problemas de planejamento, entre outros.

Quanto à questão comportamental, o jovem tende a se sentir profundamente frustrado por não conseguir acompanhar o restante da turma. Em outros momentos, ele pode reagir de maneira imatura diante de alguma negativa ou situação de contrariedade. Por isso que as intervenções são fundamentais.

Em relação às medidas para potencializar o rendimento do aluno adolescente com TDAH, as estratégias também devem ser pensadas a partir dos eixos utilizados na fase da infância, mas com adaptações. Afinal, o jovem tem demandas diferentes de uma criança. Portanto, é importante investir também em ações de prevenção ao uso de drogas, ao cuidado com o corpo – questões envolvendo sexo e sexualidade – bebidas, entre outros.

Como é o TDAH na vida adulta?

Antes de tudo, há muitos adultos que recebem o diagnóstico do TDAH. Isso pode ocorrer por causa de uma investigação que a própria pessoa decide iniciar. No entanto, é preciso haver um sintoma ou mais do transtorno.

Com isso, homens e mulheres que conviviam com esses sinais, muitas vezes eram chamados de relaxados, impacientes, desorganizados, procrastinadores. Porém, somente uma análise criteriosa realizada por um profissional capacitado pode confirmar o diagnóstico.

No caso do adulto que foi uma criança com TDAH, a situação não gera surpresas, mas também requer cuidados necessários. Assim sendo, algumas das características do TDAH na fase adulta são as seguintes:

– Instabilidade profissional;

– Dificuldade para se planejar;

– Evasão escolar;

– Dificuldade em relacionamentos;

– Dificuldade para esperar a vez de o outro falar;

– Reincidência em erros;

– Tendência a sentir tédio em situações sem novidades ou estímulos;

– Maior incidência em se acidentar no trânsito;

– Outros.

Por fim, o adulto também precisa de acompanhamento de profissionais. Portanto, o terapeuta vai propor uma série de intervenções que tendem a oferecer maior qualidade de vida para a pessoa.

Referências

ABDA. TDAH no adulto: algumas estratégias para o dia a dia, 2016.

ALVES, A.C. Jovens com TDAH podem ter aumento de sintomas com isolamento social. FHEMIG, 2020.

SCHMITZ, M; POLANCZYK, G; ROHDE, L. A. P. TDAH: remissão na adolescência e preditores persistência em adultos. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 56, Rio de Janeiro, 2007.

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