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Neurofisiologia e o desenvolvimento da aprendizagem

Afinal, qual a relação entre neurofisiologia e aprendizagem?

A neurofisiologia nos ajuda a conhecer o cérebro em seu desenvolvimento, fazendo-nos entender seu intrincado modo de funcionamento, suas nuances e suas particularidades, possibilitando um melhor desempenho dos conteúdos em sala de aula, já que também a partir do conhecimento de seu desenvolvimento é possível sentir-nos mais seguro em nossa prática, agindo de forma adequada perante os acontecimentos.

A importância de estimular as crianças

Na infância, a criança desenvolve a possibilidade de interação crescente na aprendizagem, ou seja, é quando começa o desenvolvimento que determinará características do adulto que se formará. Portanto, as primeiras experiências da vida infantil são fundamentais e determinantes para o desenvolvimento de uma pessoa.

O início do raciocínio lógico formal e o predomínio do desenvolvimento das funções motoras desenvolvem-se a partir dos cinco ou seis anos de idade. É o momento de orientação do corpo no espaço e de formulações a partir de fatos e objetos concretos.

O predomínio das funções simbólicas sobre as motoras é observado a partir dos dez anos de idade. Todas as funções estão praticamente desenvolvidas na adolescência, quando o sujeito é capaz de formular hipóteses a partir de formulações de fatos não concretos.

Ao longo da vida adulta as pessoas continuam adquirindo habilidades, devido à continuidade do desenvolvimento cerebral, ao que diz respeito às capacidades de desempenho.

Os mecanismos neurais

Os comportamentos são externados conforme o desenvolvimento dos mecanismos neurais. Estes mecanismos dependem do amadurecimento dos axônios, que são os condutores das mensagens cerebrais. Os axônios, por sua vez, dependem do processo de mielinização, que é processo de amadurecimento dos axônios referido anteriormente.

A mielinização é um processo que acontece em tempos e modos diferentes, o que permite a compreensão da divisão das fases evolutivas da criança, durante a infância.

A aprendizagem inicia-se com estímulos ambientais que são transformados em impulsos nervosos pelos órgãos dos sentidos. Por isso, esses órgãos são ferramentas determinantes no desenvolvimento da aprendizagem, e, cada um deles tem sua região específica no cérebro.

Neurofisiologia e aprendizagem

Os estímulos ambientais chegam às áreas primárias, projetando as sensações, de forma elementar e incompleta, sem elaboração de significado. Passam, então, para a projeção de percepções, nas áreas secundárias, para formação de imagens sensoriais, para associação de características e elaboração de significado.

Nas áreas terciárias acontece a integração, isto é, a adição e combinação dos aspectos dos estímulos, associando-os com os sentidos.

A linguagem e a memória estão no mesmo hemisfério cerebral (direito), juntas, possibilitam muitos aprendizados, através de uma ligação direta, assim como a ligação entre audição e fala e leitura e escrita.

A região das vontades, desejos e comportamento social localizam-se no hemisfério oposto, o esquerdo. Nesta região a maturação é mais lenta, com desenvolvimento contínuo durante a vida, a mielinização se completa por volta dos dezoito anos. É a área responsável pelo desenvolvimento “humano”.

O hemisfério esquerdo é o “lado linguístico”, do desenvolvimento das linguagens e da memória, das análises, interpretações literais das situações, dos estímulos seguros, da fala, “enxerga as partes”, chamado de “lado da razão”.

O hemisfério direito é o “lado artístico e matemático”, do desenvolvimento das intuições, da imaginação e do sentimento, da percepção das intenções das intenções, dos estímulos ousados (arriscar), da espontaneidade, dos gestos, “enxerga o todo”, comumente chamado de “lado da emoção”.

O desenvolvimento da linguagem

As capacidades básicas para aprendizagem compreendem o desenvolvimento de suas áreas específicas: motricidade; integração sensório-motora; habilidades perspectivo-motoras; linguagem; habilidades conceituais; e habilidades sociais.

A aquisição da linguagem depende da maturação cerebral e de que as fases das primeiras falas e aquisição de gramática, em níveis mínimos no hemisfério esquerdo, que é a região responsável por tal desenvolvimento.

A aquisição referida acima se divide em duas fases. A primeira é a pré-linguística, caracterizada pela ausência de produção linguística identificável, ou seja, os balbucios, sem significado linguístico. A segunda fase da aquisição é a linguística, com estágios que vão avançando conforme o desenvolvimento das primeiras palavras, período este correspondente antes de um ano de idade.

Após o desenvolvimento linguístico, caracterizado pela repetição das palavras, segue o desenvolvimento conceitual, que é caracterizado pela assimilação entre as palavras e seus significados.

Entre os seis e sete anos há a expansão do vocabulário, o aprendizado das regras de construção, sua fonologia e morfologia e, o aprendizado da pronúncia.

As cinco etapas do aprendizado da escrita e leitura

A leitura e a escrita são etapas que não podem ser isoladas nos processos de desenvolvimento da aprendizagem. São etapas gráficas, que compõem a evolução da linguagem.

A primeira etapa do funcionamento verbal é a aquisição do significado, com atribuição de significado social, relacionadas através da observação e da experimentação.

A segunda etapa é a compreensão da palavra falada, relacionando as palavras aos respectivos significados.

A terceira etapa é a expressão da palavra, com comparação dos próprios sons emitidos com os sons emitidos pelos adultos, assemelhando-os aos deles.

A quarta etapa é a compreensão da palavra impressa, que á leitura propriamente dita.

A quinta etapa é a expressão da palavra impressa, a escrita.

Pode-se concluir, então, que primeiro compreende-se a leitura para depois expressar-se a escrita.

A leitura é a decodificação dos símbolos impressos. Este processo compreende: a percepção auditiva e visual de que cada letra tem grafia e pronúncia específicas; a compreensão e análise crítica do material, ou seja, a relação das palavras com seus significados; e, as reações ao que se lê, que são embasadas nos referenciais de ideias e pensamentos, que se desenvolvem pelos meios e seus estímulos.

Na escrita, relacionamos os símbolos impressos aos respectivos sons, aos movimentos gráficos e articulatórios, e aos significados. É através do processo de leitura que a forma gráfica das palavras é registrada na memória visual. A leitura articula a qualidade da escrita.

O papel da prontidão na alfabetização

A aprendizagem requer preparação e interesse, referente á capacidade de empregar habilidades às tarefas, o que é chamado de prontidão.

A prontidão é a soma das características intrapessoais, que determinam as situações do processo. Essas características são: a maturação (crescimento interno), as experiências passadas e a motivação (desejo de aprender).

Uma criança pronta para a alfabetização requer: a aquisição de fatos, conceitos e significados; coordenação viso motora; coordenação auditivo-motora; discriminação e memorização visual; leitura de gravuras; discriminação auditiva; capacidade de pronúncia, reprodução motora e gráfica de movimentos; maturidade emocional e social; e fatores físicos em relação aos sentidos. Tais fatores devem ser inter-relacionados e organizados.

Este estudo acrescenta e esclarece em relação à aprendizagem e seus processos, pois entender como tudo funciona e acontece neurofisiologicamente facilita os fazeres e intervenções nestes processos, assim como a compreensão das fazes e etapas que os compõem. Visto que encontramos as mais distintas situações de desenvolvimento, e, a partir destes esclarecimentos, torna-se mais claro e possível um trabalho mais atento e de maior respeito ao tempo de cada fase e/ou etapa, desde seu planejamento.

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Texto original: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/neurofisiologia-e-o-desenvolvimento-da-aprendizagem/16666

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