Grafomotricidade na educação infantil – como trabalhar
A importância da grafomotricidade na educação infantil e a forma como ela deve ser trabalhada são critérios que todos todos devemos considerar. Esse processo é crucial para promover o desenvolvimento da habilidade da escrita nas crianças e sua consequente alfabetização.
A psicomotricidade é um elemento indispensável em todo esse contexto de aprendizagem, uma vez que essa capacidade tende a proporcionar ao aluno as condições necessárias à sua grafomotricidade. No entanto, isso vai muito além do movimento das mãos; pois, quando a criança aprende a escrever, ela exterioriza o seu conhecimento adquirido até então e passa a manifestar seus novos saberes.
O que é a grafomotricidade e qual a sua importância na formação do aluno?
Quando se fala em grafomotricidade, a referência é direcionada a um conjunto de funções neurológicas e musculares que possibilitam movimentos motores no momento da escrita. Voltando à afirmação de que isso vai além do movimentar, deve-se ter em mente o fato da construção que está por trás de tudo isso. Em outras palavras, a partir da aquisição de tal habilidade, o corpo ganha importância no contexto da aprendizagem.
Isso significa que o pequeno passa por esse processo de descobertas por meio de movimentos que são realizados para suprir suas necessidades de comunicação (no caso, a escrita). A criança busca encontrar diferentes caminhos para os questionamentos e as respostas sobre si e acerca dos diversos estímulos ambientais que ela recebe (Demeda, 2013).
Qual o caminho traçado pela criança na grafomotricidade?
Segundo estudos, o aluno passa por uma organização de sua motricidade, além dos gestos da dinâmica da consciência e o conhecimento acerca do funcionamento do próprio corpo. Tais etapas são intrínsecas ao desenvolvimento que ocorre nesse processo.
Alguns teóricos afirmam que a criança estabelece sua comunicação corporal logo no início da vida, por meio de sua articulação gestual. Quando ela adquire um maior controle de seus movimentos, os desenhos têm a intenção de expressar signos, ainda que de forma descoordenada. Para esses pesquisadores, a tentativa de mostrar seus traços é uma forma incipiente de fazer valer sua identidade, mesmo que o pequeno não tenha essa consciência.
Esses traços sem coordenação representam a etapa inicial dos exercícios voltados para a grafomotricidade. Ou seja, aqueles rabiscos feitos na parede, nos brinquedos, nos papeis e demais objetos são a primeira etapa de um processo gradual e que culminará na evolução do ato gráfico das crianças.
Como trabalhar a grafomotricidade em sala?
Após as informações acima, vocês viram que para o desenvolvimento da grafomotricidade, a psicomotricidade em sua totalidade deve ser trabalhada. Com isso, os alunos podem ser convidados a participar de atividades que visam à melhora e ao aperfeiçoamento da escrita.
Os exercícios a serem dados em sala de aula são aqueles responsáveis por proporcionar aos pequenos não somente os primeiros domínios dos movimentos de prensa, por exemplo.
É importante que se estabeleça um cronograma voltado para a execução de exercícios de grafomotricidade, valorizando os movimentos incipientes e aqueles que se desenvolverão ao longo da prática em sala de aula. Atividades como amassar papel, desenhar, colorir e escrever o próprio nome são apenas alguns que auxiliam bastante o pequeno nesse processo.
Seguindo essa linha, como ocorre a escrita?
A escrita vem muito antes do que se imagina. De acordo com Vygostky (1996 apud Demeda 2013), esse aprendizado é anterior à “primeira vez que um professor coloca um lápis em sua mão e mostra como formar letras”. Com isso, os registros gráficos dependem do gesto exercido pelo aluno para a finalidade esperada: desenvolver a escrita. Dentre esses movimentos, destacam-se aqueles que estão intimamente ligados ao ato de escrever: desde o movimentar dos ombros, do cotovelo, das disposições dos dedos para segurar o lápis e executar o registro gráfico em questão.
Fonte:
DEMEDA, Clenice Teresinha Favero. Corpo e escrita: a grafomotricidade na educação infantil. 2013. Dissertação (Mestrado em Ciências da Educação) – Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, 2013.