Quais são as etapas da evolução da escrita?
Olá, professores!
Primeiramente, vocês estão convidados a responderem a uma simples pergunta: a escrita é um processo intuitivo? É bem provável que a maioria das respostas seja não. Afinal, diferente da fala, a aprendizagem da habilidade gráfica depende de estratégias que sejam elaboradas por pessoas com competências aprimoradas de alfabetização, práticas e ações cujos resultados são o desenvolvimento de aspectos cognitivos e psicopedagógicos. Com isso, o treinamento sistematizado e constante mostra o seu caráter fundamental para a evolução da escrita.
Assim sendo, torna-se necessária a abordagem sobre as etapas de aprendizagem; e como elas se relacionam em cada fase vivenciada pela criança no contexto escolar para a evolução da escrita. A princípio, os diferentes estágios são determinados por algumas características próprias, mas todos eles estão interligados e são imprescindíveis para o aprendizado do aluno com o exercício da escrita. Nesse sentido, vejam quais são as etapas que fazem parte do processo.
Por que o acompanhamento é primordial para a evolução da escrita?
Indubitavelmente, a criança deve ser estimulada logo na fase pré-silábica, pois é nela que o pequeno ainda não consegue distinguir a letra do restante da palavra. Por exemplo, destacar o ‘i’ de igreja. Além disso, ele não tem a capacidade de discernir as demais atribuições do vocábulo (de que há um som específico, de que há a representação da fala ali embutido, etc.).
Dessa forma, o aluno tende a pensar que a letra inicial de seu nome seja a representação do todo, ou seja, da palavra completa. Com efeito, ele também pode associar um símbolo gráfico específico a outro vocábulo que represente um objeto ou sensação.
Portanto, a criança ainda não tem a noção necessária das representações ali expostas. Por isso, é comum que todos eles esbocem rabiscos que, na verdade, são tentativas de a criança externalizar o mundo à sua volta. De acordo com Ferreiro (2004 apud SANTOS, 2016) esses traços são conhecidos como garatujas, cujo objetivo é revelar o olhar do pequeno.
Ademais, vocês, professores, devem trabalhar de forma a potencializar essa forma de escrita a fim de que os alunos possam contar com um vasto repertório que os levem à imaginação, à criatividade e a novas descobertas. Em outras palavras, tornar essa experiência mais atrativa para eles.
E o nível intermediário, quais são as características?
Quando a criança chega a esta etapa, ela já consegue compreender a letra inicial das palavras. Com isso, torna-se fundamental que o aluno seja constantemente estimulado aos exercícios voltados para a distinção de letras e sons. Afinal, tal fase caracteriza a importância de o pequeno começar a estabelecer um passo para o desenvolvimento necessário.
Qual a importância do nível silábico?
Neste ponto, o pequeno passa por uma etapa de descobertas até chegar na evolução da escrita, sobretudo da relação fonográfica da letra inicial. No entanto, o aspecto mais marcante do nível silábico é a percepção pelo aluno de que todas as letras possuem valor sonoro. Curiosamente, especialistas afirmam que nessa fase se estabelece a aceitação da criança de que a sílaba é a própria palavra.
Assim sendo, a presença dos educadores é fundamental para que haja a orientação necessária, principalmente em relação à tomada de consciência da estrutura da palavra (quantas letras ela possui, por exemplo). Há que se ressaltar que o aprendizado da escrita pelo aluno é gradual, assim como todas as áreas responsáveis por compor a construção pedagógica. Portanto, é preciso criar formas de promover o estímulo da criança a essa importante etapa.
E o nível alfabético?
De maneira complementar, este nível é caracterizado pelo reconhecimento do aluno acerca da relação entre o fonema e o símbolo gráfico. Aliás, o pequeno compreende que as sílabas podem ter quantidade diferente de letras em sua formação. Uma atribuição interessante é que a criança passa a entender as unidades linguísticas existentes.
No entanto, percebe-se a pronúncia como base para a sua escrita, mas sem considerar os detalhes ortográficos para a expressão gráfica. Por fim, vale salientar que é neste momento onde os alunos devem ser treinados à escrita sob a orientação dos educadores, principalmente em relação à maneira correta.
Referências:
Etapas do desenvolvimento alfabético – evolução da escrita. Portal da Educação, 2012.
SANTOS, L.R. Etapas de desenvolvimento da escrita: respostas a uma experiência. Portal FSLF, 2016.