A inclusão de pessoas neurodiversas, incluindo aqueles no espectro autista, no mercado de trabalho é um tema de crescente importância e interesse.

De acordo com uma matéria da Forbes, de 2021, embora os números ainda sejam modestos, algumas empresas estão liderando o caminho, demonstrando os benefícios de ter colaboradores autistas em suas equipes.

A Forbes cita Bruno Almeida Rocha, um jovem de 25 anos com formação técnica em mecatrônica, é um exemplo inspirador. Desde 2019, ele atua como consultor de TI no Itaú, desafiando estereótipos e mostrando que pessoas no espectro autista têm muito a contribuir. No entanto, Rocha é uma exceção em um cenário onde apenas cerca de 20% das pessoas com neurodiversidade estão empregadas globalmente, de acordo com dados da ONU.

No Brasil, onde existem aproximadamente 2 milhões de pessoas no espectro autista, a situação não é diferente. A falta de informação e os preconceitos ainda são barreiras significativas para a inclusão desses profissionais. Rocha ressalta que, embora as características de socialização possam variar, os autistas funcionais, ou seja, aqueles sem déficit cognitivo, são plenamente capazes de desempenhar uma variedade de funções.

Marcelo Vitoriano, psicólogo e diretor geral da Specialisterne, uma empresa que capacita pessoas com TEA para trabalhar em setores de tecnologia, compartilha dessa visão. Ele enfatiza que muitos empregadores desconhecem a habilidade e o potencial dos autistas, o que leva à subutilização desse talento. No entanto, com o apoio adequado e ajustes no ambiente de trabalho, a contratação de pessoas autistas é não apenas viável, mas também enriquecedora para as equipes.

Vitoriano destaca a importância de adaptações simples, como reuniões mais frequentes, planejamento detalhado e modificações no espaço físico, para garantir o conforto e a produtividade dos colaboradores autistas. Seja através do uso de óculos para sensibilidade à luz ou fones de ouvido para sensibilidade ao som, essas adaptações garantem um ambiente inclusivo e acolhedor para todos.

À medida que mais empresas reconhecem os benefícios da neurodiversidade e investem em políticas de inclusão, esperamos ver uma mudança significativa na forma como o mercado de trabalho valoriza e acolhe pessoas autistas e neurodiversas em geral.