Neuropsicopedagogia: a Importância das emoções na aprendizagem
Olá professor. A compreensão de como as emoções interferem positiva ou negativamente para a aprendizagem é um dos campos de estudo da Neuropsicopedagogia – neurociência aplicada à educação. Afinal, estudos recentes de imagem do cérebro apontam que há uma clara associação entre os dois. Saiba mais e entenda como aprimorar o trabalho em sala de aula com nosso artigo de hoje. Boa leitura!
POR QUE AS EMOÇÕES CONTAM PARA A APRENDIZAGEM?
A emoção dirige, conduz e guia a cognição, não se pode compreender a aprendizagem sem reconhecer o papel dela em tão importante função adaptativa humana. A interdependência da emoção e da cognição no cérebro é demonstrada pelas novas tecnologias de imagiologia do nosso órgão de aprendizagem e de interação social. Ao longo da evolução humana e ao longo da educação da criança, ambas co-evoluíram e co-evoluem, elas são neurofuncionalmente inseparáveis.
Pela relevância que ela desempenha numa aprendizagem bem sucedida e com sucesso, a emoção é crítica para a aprendizagem logo para o aluno (ser imaturo, inexperiente, aprendente ou discente), mas também para o ensino, logo para o professor (ser maturo, experiente ou docente).
Para se poder aprofundar a importância das emoções na aprendizagem, temos que necessariamente equacionar a sua importância no ensino, algo único da espécie humana, uma vez que ensinar é uma das suas especificidades mais singulares e que envolve processamento de emoções em dois sujeitos em interação intencional e transcendente.
Em termos humanos, a aprendizagem é inseparável do ensino, não há docência sem discência, visto tratar-se de um processo de transmissão cultural intergeracional, que subentende uma dinâmica interpessoal profunda que mencionamos anteriormente, logo de um processo social e intersubjetivo, pois envolve, simultaneamente, as emoções de um ser inexperiente com as de um ser inexperiente.
Cabe assim ao professor a criação, a gestão, o planejamento e gestão do envolvimento social da sala de aula (ou do ecossistema pedagógico) para que se criem condições emocionais e afetivas ótimas para que a aprendizagem, como ato cognitivo construído e co-construído, aconteça efetivamente.
A EMOÇÃO E A COGNIÇÃO INCORPORAM-SE NA APRENDIZAGEM
A emoção envolve processos de atenção, sensação, apreensão, excitação, propensão, inclinação, predileção, gosto, sensibilidade, focagem, intuição, preferência, impressão, receio, suspeição, susceptibilidade, pressentimento, ideação, premunição, consciencialização, etc., etc., porque joga com ganhos e perdas, desafios ou ameaças, logo desencadeia respostas somáticas, corporais e motoras de antecipação muito importantes para o processo de aprendizagem.
A vida emocional e ou afetiva humana, dita automática, não verbal e não simbólica é, evolutivamente, um fato psíquico primordial, ela decorre em primeiro lugar em comparação com a vida cognitiva, voluntária, racional e lógica, dita verbal e simbólica, tendo em consideração a hierarquia dos substratos neurológicos do cérebro.
A emoção e a afetividade ocorrem em primeiro lugar na espécie humana e no desenvolvimento da criança, a emoção é uma premissa psicofisiológica e psicomotora da vida afetiva da criança.
Este autor identifica a emoção como um fato psíquico inicial, onde se dá uma fusão ou simbiose primordial e uma integração sistêmica entre o biológico e o social.
Ao longo da infância é a emoção que abre o caminho à cognição, a lenta emergência da conscientização de si ou o sentimento de si (em termos psicomotores, é sinônimo de noção do corpo ou de somatognosia) na criança faz emergir a sua cognição, ou seja, as funções cognitivas superiores das aprendizagens humanas mais complexas, que se vão construindo e reconstruindo face à dinâmica das suas reações comportamentais emocionais e afetivas, evoluem a partir da integridade antecipatória das funções emocionais.
NEUROPSICOPEDAGOGIA E EMOÇÕES NA PRÉ-ESCOLA
A dialética da ontogênese põe em desafio, portanto, a emoção e a cognição, uma é inseparável da outra, nenhuma delas se pode conceber isoladamente, daí a importância das emoções na aprendizagem, sem emoção a aprendizagem é debilitada e comprometida.
A maturação do cérebro humano e, consequentemente, todo o neurodesenvolvimento da criança que suporta as suas aprendizagens prospectivas, reforçam o papel da afetividade e da harmonia das interações emocionais precoces.
Vários autores, como Wallon, Spitz, Bowlby, Winnicott e outros, chamam atenção para a importância do papel da vinculação e do apego (“attachment“) nos primeiros meses de vida, pois as carências afetivas, a privação ou perturbação das relações mãe-filho comprometem todo o desenvolvimento mental futuro da criança.
Da mesma forma, se a relação precoce professor-aluno (ou professora-aluno ou aluna) não for facilitadora, mediatizadora e acolhedora, as aprendizagens escolares iniciais podem evocar sofrimento emocional, e hoje em muitas escolas, sabemos que há muitas crianças e jovens nessa situação.
A emoção e a cognição juntam-se para produzir aprendizagem, exatamente porque a emoção emanada do organismo, ou seja, do corpo (múltiplas sensibilidades) e da sua motricidade (múltiplas motricidades) por interação com o envolvimento, gera uma multiplicidade de fenômenos psíquicos complexos, a importância das emoções e da afetividade nas aprendizagens é obviamente inquestionável.
SEM EMOÇÃO A APRENDIZAGEM É MAIS DIFÍCIL
A emoção, na sua essência semântica, é sinônimo de esquemas de ação ou estado de preparação do organismo para certas respostas corpóreas a tarefas, situações ou eventos e concomitantes comportamentos, particularmente as que têm valor de sobrevivência (exemplo: ameaça, perigo, ansiedade, insegurança, desconforto, etc.).
Como definição mais pedagógica, podemos acrescentar que a emoção é um impulso neurobiológico que impele o organismo para a ação.
Para todos os efeitos, a emoção é uma informação que se acumula no cérebro do indivíduo a partir da sua experiência, e usa essa informação para agir com vantagem adaptativa e estratégica em situações futuras.
Neste sentido, a emoção guia e acompanha a aprendizagem como processo neurológico básico, estabiliza a gestão e executa a pilotagem dos processos cognitivos, conativos e executivos que entram em jogo na aprendizagem e no comportamento de longo termo.
Artigo Original: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862016000300014
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