Professor, já aconteceu de você notar um aluno com dificuldades para segurar o lápis, amarrar o cadarço ou acompanhar os colegas em atividades motoras? Se essas situações são comuns na sua sala de aula, é importante conhecer um transtorno que muitas vezes passa despercebido: a Dispraxia Infantil.

A inclusão de alunos com diferentes formas de aprendizagem exige conhecimento e estratégias adaptadas. E é por isso que hoje vamos falar sobre dispraxia infantil, um transtorno que afeta a coordenação motora e verbal das crianças. Sendo assim, o objetivo é garantir que você, professor, esteja preparado para identificar e apoiar esses alunos, tornando o aprendizado mais acessível e inclusivo.

Neste artigo, vamos juntos aprofundar esse conhecimento e descobrir formas eficazes de ajudar essas crianças na sala de aula.

O que você vai ver?

• O que é a Dispraxia Infantil?
• Tipos de Dispraxia Infantil
  • Dispraxia Motora
  • Dispraxia Verbal
  • Dispraxia Postural
• Dispraxia Infantil e Autismo: Qual é a Conexão?
• Como Identificar a Dispraxia Infantil na Escola?
• Diagnóstico da Dispraxia Infantil
• 6 Atividades Práticas para Apoiar Crianças com Dispraxia Infantil
• O Papel do Professor na Inclusão de Crianças com Dispraxia Infantil

O que é a Dispraxia Infantil?

Sabe aquela criança que tem dificuldade para amarrar o cadarço, segurar o lápis ou usar a tesoura? Isso pode ser mais do que “falta de prática”. O Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC), também chamado de dispraxia infantil, afeta a capacidade da criança de planejar e executar movimentos, mesmo sem apresentar problemas intelectuais ou sensoriais.

Mas, preste atenção, professor!

Dispraxia é diferente da apraxia, que impede totalmente certos movimentos. O TDC dificulta, mas não impossibilita, ok? Por isso, saiba sempre que o seu olhar atento pode ser o primeiro passo para transformar a jornada dessa criança. Ou seja, com conhecimento e estratégias adequadas, é possível promover o desenvolvimento dela de forma leve e inclusiva.

Tipos de Dispraxia Infantil

Você sabia que a dispraxia infantil pode se manifestar de diferentes formas? Isso mesmo! Muitas vezes, nós associamos apenas às dificuldades motoras, mas existem outras variações importantes que impactam diretamente o aprendizado.

Dispraxia Motora

Essa é a mais conhecida. Ela interfere na realização de movimentos básicos, ou seja, o caminhar, o correr, o ato de segurar objetos ou fazer tarefas do dia a dia, como amarrar os cadarços e usar uma tesoura. Dessa maneira, na escola, afeta a escrita, a participação nas aulas de educação física e a interação com materiais didáticos.

Dispraxia Verbal

Essa forma impacta a capacidade de planejar e executar os movimentos necessários para falar. Por isso, a criança pode demorar mais para começar a falar, apresentar dificuldades na articulação das palavras e formar frases completas. Isso pode gerar frustração e isolamento, pois muitas crianças evitam interagir por medo de não serem compreendidas.

Dispraxia Postural

Essa variação afeta o equilíbrio e a postura. Dessa forma, isso significa que a criança pode ter dificuldade para se manter sentada corretamente, copiar do quadro ou participar de atividades em grupo. Já teve alunos com essas características na sua sala de aula? Se sim, compartilhe sua experiência nos comentários!

Dispraxia Infantil e Autismo: Qual é a Conexão?

Você sabia que existe uma relação entre a dispraxia infantil e o Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Estudos apontam que 80% das crianças autistas podem apresentar sinais de Dispraxia. Isso ocorre porque tanto a coordenação motora quanto a interação social estão ligadas às conexões cerebrais.

Por isso, é essencial adaptar o ensino e aplicar atividades multissensoriais, como o uso de massinha para fortalecer a coordenação motora fina. Pequenos ajustes fazem toda a diferença na inclusão dessas crianças!

Como Identificar a Dispraxia Infantil na Escola?

Na sala de aula, a dispraxia infantil pode aparecer de várias forma, por isso, fique atento aos seguintes sinais:

• Dificuldade para desenhar, recortar ou segurar o lápis;
• Falta de equilíbrio ao andar ou correr;
• Problemas na articulação da fala;
• Dificuldade para se vestir ou prender o cabelo;
• Tendência a evitar atividades que exigem coordenação.

Portanto, esses desafios podem impactar o aprendizado e a socialização, tornando essencial um olhar atento e acolhedor na sala de aula.

Diagnóstico da Dispraxia Infantil

O diagnóstico deve ser feito por profissionais como Terapeutas Ocupacionais e Fisioterapeutas, que utilizam testes específicos. Desse modo, um dos principais é a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM), que avalia coordenação, propriocepção e percepção espacial e temporal.

Porém, o papel do professor é essencial, pois é ele quem percebe os primeiros sinais e pode encaminhar a criança para avaliação especializada.

6 Atividades Práticas para Apoiar Crianças com Dispraxia Infantil

Agora vamos colocar a mão na massa! Confira essas estratégias para estimular o desenvolvimento motor e cognitivo:

1 – Caminho Sensorial

Essa é uma atividade prática para estimular a coordenação motora e a percepção espacial. O caminho sensorial ajuda a criança a desenvolver o controle motor e a percepção espacial. Para isso, monte um percurso com diferentes texturas, como tapetes, almofadas, papelão e areia.

Sendo assim, oriente a criança a caminhar, pular ou se equilibrar sobre os diferentes tipos de superfícies. Esse exercício auxilia no controle motor, no equilíbrio e na propriocepção. E o melhor? É uma atividade inclusiva, pois todos os alunos podem participar!

2 – Tecnologia Assistiva para Crianças com Dispraxia

A tecnologia é uma grande aliada no processo de inclusão. Aplicativos como o LetMeTalk, gratuito para Android, auxiliam na comunicação de crianças com dificuldades na fala. Desse modo, o app utiliza imagens para formar frases, permitindo que a criança se expresse de maneira eficaz.

Esse recurso faz parte da Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), ajudando os alunos a desenvolverem a linguagem e facilitando a interação com os colegas e professores. Além disso, jogos digitais com atividades de coordenação motora podem ser utilizados para estimular habilidades motoras de forma lúdica.

3 – Jogo da Imitação

Essa é uma atividade simples e eficaz para auxiliar no desenvolvimento motor e na consciência corporal. Funciona assim: o professor realiza movimentos fáceis, como levantar os braços, girar os pés ou tocar o nariz, e as crianças precisam imitar esses movimentos. Essa brincadeira pode ser feita em roda, tornando o aprendizado mais interativo. Por isso, além de melhorar a coordenação motora, essa atividade incentiva a criança a prestar atenção e desenvolver sua percepção corporal.

4 – Caça palavras tátil para crianças com Dispraxia Verbal

Essa atividade visa estimular a articulação das palavras de forma sensorial. Por isso, para realizá-la:

• Pegue alguns cartões e escreva palavras neles.
• Utilize materiais de diferentes texturas, como papel de lixa, feltro e EVA.
• Deixe a criança explorar os cartões com as mãos e tentar pronunciar a palavra.
• Caso haja dificuldade, forneça dicas visuais ou faça o som da primeira letra.

Desse modo, esse tipo de abordagem torna o aprendizado mais lúdico e acessível, incentivando o desenvolvimento da linguagem oral de maneira interativa.

5 – Seguir o Traço

O objetivo dessa atividade é trabalhar a coordenação motora fina, essencial para a escrita. Dessa maneira, para isso:

• Disponibilize folhas com linhas, curvas e desenhos para a criança contornar.
• Utilize lápis grossos ou adaptados para facilitar a pegada.
• Comece com traços simples e aumente gradualmente o nível de dificuldade.

Essa prática contribui para melhorar a precisão dos movimentos das mãos, logo ajudando no desenvolvimento da escrita e no manuseio de materiais escolares.

6 – Passando o Objeto

Essa atividade auxilia no desenvolvimento da coordenação motora global e do planejamento motor. Portanto, para aplicá-la:

• Os alunos se organizam em círculo e passam um objeto entre si (pode ser uma bola, um saco de feijão ou outro item que varie em tamanho e peso).
• A variação do peso e da textura do objeto torna a atividade mais desafiadora, estimulando a criança a planejar melhor seus movimentos.
• A atividade promove interação, socialização e trabalho em equipe.

Aplicar essas atividades na rotina escolar é uma forma eficaz de tornar o aprendizado mais acessível para crianças com dispraxia infantil. Nesse sentido, pequenas adaptações fazem toda a diferença e ajudam a construir um ambiente mais inclusivo, onde cada aluno possa desenvolver seu potencial ao máximo!

Dessa forma, a prática em sala de aula é essencial para auxiliar crianças com dispraxia infantil a desenvolverem suas habilidades motoras e comunicativas. Por isso, reunimos algumas atividades que podem ser facilmente aplicadas no seu planejamento e que irão contribuir para um ambiente mais inclusivo e eficiente.

O Papel do Professor na Inclusão de Crianças com Dispraxia Infantil

A inclusão começa com conhecimento, desse modo, a capacitação contínua, como cursos e pós-graduações em Neuroeducação, fazem toda a diferença na prática docente.

Aqui na Rhema Neuroeducação, oferecemos formações especializadas para que você se torne um professor ainda mais preparado para incluir e apoiar seus alunos. Se você deseja atuar de forma eficaz e mais inclusiva no diagnóstico e intervenção na aprendizagem de seus alunos, incluindo a dispraxia infantil, conheça a nossa pós-graduação em Psicopedagogia: Atuação Clínica, Educacional, Empresarial e Hospitalar.

Além disso, acompanhe nosso site, canal no YouTube e perfil no Instagram para conteúdos exclusivos, estratégias práticas e dicas valiosas sobre inclusão e aprendizagem. Sendo assim, com conhecimento e preparo, podemos transformar vidas e tornar a educação mais inclusiva para todos.

Cada criança é um mundo. Te preparamos para cada uma delas.