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Dislexia e dificuldade de escrita são a mesma coisa?

O tema a ser abordado neste artigo sempre deixa uma dúvida entre os educadores e outros profissionais: a dislexia e a dificuldade de escrita são a mesma coisa? É preciso deixar claro que o processo de ensino e aprendizagem, junto à alfabetização, pode revelar muitos aspectos que até então devem ter passado despercebidos. 

Isso ocorre porque a partir do momento em que a criança começa a entrar em contato com a leitura e a escrita, algumas dificuldades tendem a se mostrar mais fortes que o habitual. É neste momento que vocês precisam se atentar para determinados detalhes. 

Qual a relação entre a dislexia e a dificuldade de escrita? 

Para esclarecer de uma vez por todas a ligação entre uma e outra, é interessante afirmar que enquanto a dislexia é um transtorno de ordem congênita e hereditária, resultando na manifestação de alguns sintomas bem característicos; a dificuldade de escrita, também chamada de disortografia ou disgrafia, pode acontecer com ou sem a dislexia. Ou seja, dislexia e dificuldade de escrita não são a mesma coisa, embora compartilhem uma relação muito próxima e afetem o desempenho da criança na escola. 

O que é a dislexia?

De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, a dislexia do desenvolvimento tem origem neurobiológica. A dificuldade no reconhecimento preciso ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração figura como uma de suas principais características. 

 As consequências da dislexia na vida de uma criança podem impactar direta e indiretamente no desenvolvimento de habilidades cognitivas. No dia a dia, a dislexia interfere na capacidade de leitura do aluno, no entendimento das palavras, na soletração, em atividades que exigem raciocínio lógico; interpretação de texto e escrita.

Além disso, existem estudos que apontam alguns sinais da dislexia na fase pré-escolar. Esses indicativos podem ser evidenciados por meio de um desenvolvimento da coordenação motora aquém do esperado, dispersão, fala e linguagem com atraso, dificuldade para aprender rimas e canções, etc. 

Qual o papel dos professores diante de um aluno com dislexia?

Vocês devem conduzir suas aulas de forma que proporcione à criança maneiras alternativas de lidar com determinados obstáculos surgidos no processo de aprendizagem. Além de contarem com projetos educativos que visem à capacitação do aluno, os professores também devem ter tolerância, paciência e todo um conjunto de qualidades que facilite o entendimento da criança e a execução de um trabalho eficaz para ambos. 

O que a dificuldade de escrita e quais os principais sintomas?

Como visto anteriormente, essa dificuldade também é conhecida por disortografia ou disgrafia. Ela é definida como uma inabilidade no desenvolvimento da linguagem escrita, sobretudo no aprendizado da letra cursiva. 

O aluno que apresenta essa condição geralmente mostra dificuldade para identificar, compreender e reconhecer os símbolos gráficos que compõem a escrita. Os principais sintomas podem se manifestar através da lentidão ao escrever, traçado incorreto, falta de clareza, esforço para escrever (causando dores nas mãos das crianças), alteração no espaço das palavras ou frases, entre outros detalhes. 

O que os professores podem fazer para facilitar a experiência do aluno com dificuldade de escrita? 

Existem algumas maneiras que auxiliam o desenvolvimento da criança em sala de aula. Vocês podem, por exemplo, utilizarem papel quadriculado grande para que o aluno faça trabalhos com grafemas. Além disso, há outras coisas a serem feitas no ambiente escolar:

– Ser sempre paciente e perseverante com a criança, sobretudo diante dos erros ortográficos e gramaticais;

– Utilizar materiais que estimulem os sentidos do aluno; 

– Evitar ao máximo o uso de canetas vermelhas quando for corrigir algum exercício ou prova; 

– Usar letras do alfabeto, números e sílabas para estimular a memória visual da criança;

– Outros.

O essencial é que haja o planejamento de um trabalho em conjunto e a presença dos familiares do aluno a fim de que os resultados sejam ainda mais bem-sucedidos e bastante eficazes. 

Fontes:

SIGNOR, Rita. Dislexia: uma análise histórica e social. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 15, n. 4, Belo Horizonte, out./dez. 2015.SILVA, Nilza Sebastiana da; SILVA, Fábio José Antônio da. A dislexia e a dificuldade na aprendizagem. Revista Científica Multidisciplinar, Ano 1, Vol 5, p. 75-87,  jul. 2016.

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