Acessibilidade:

Dificuldade na Fala: Como ajudar crianças com atraso

A comunicação é uma das principais habilidades que as crianças desenvolvem nos primeiros anos de vida. No entanto, quando ocorre um atraso ou uma dificuldade na fala, pais e professores começam a se preocupar com possíveis impactos no aprendizado e na socialização.

Embora cada criança é única, é importante estar atento aos sinais que indicam que a evolução da fala e linguagem podem estar comprometidas, considerando os marcos do desenvolvimento, que podem variar cerca de 6 meses para mais ou para menos. Em alguns casos, a dificuldade para falar está ligada a fatores transitórios, mas em outros pode ser um indicativo de um transtorno que exige acompanhamento especializado.

Neste artigo, você entenderá melhor as principais causas da dificuldade na fala, como identificar sinais de alerta e de que forma é possível estimular a linguagem das crianças em casa e na escola.

imagem de uma criança que está tentando falar e comunicar algo mas não consefgue, ela é da educação infantil está uma sala de aula tentando falar e uma professora olhando

Índice

Quando a dificuldade na fala deve preocupar?

O desenvolvimento da fala ocorre em etapas naturais, e qualquer atraso significativo nessas fases pode sugerir a necessidade de uma avaliação mais detalhada. Por isso, veja abaixo alguns marcos importantes:

  • Até 12 meses: O bebê deve balbuciar, emitir sons, sentir interesse pela fala do adulto e reagir a estímulos auditivos.
  • Aos 18 meses: Espera-se que a criança diga algumas palavras, mesmo que ainda somente parte da palavra e compreenda comandos simples.
  • Aos 2 anos: Deve ser capaz de formar frases curtas e ter um vocabulário em crescimento, sendo comum a troca de sons na fala.
  • Aos 3 anos: A fala já deve ser mais clara, com frases completas, pois assim, há maior facilidade para expressar ideias, na qual as trocas também são esperadas.

A seguir, veja também quais são os marcos do desenvolvimento de fala, sobre a aquisição dos fonemas:

  • 1 ano e 6 meses – Sons: /b/, /m/ (Letras: B, M)
  • 2 anos -Sons: /p/, /t/, /d/, /n/ (Letras: P, T, D, N)
  • 2 anos e 6 meses – Sons: /k/, /g/, /ɲ/ (Letras: K, G, NH)
  • 3 anos – Sons: /f/, /v/, /s/, /z/ (Letras: F, V, S, Z)
  • 3 anos e 6 meses – Sons: /ʃ/, /ʒ/ (Letras: CH, J)
  • 4 anos – Sons: /l/, /ʎ/, /ʀ/ (Letras: L, LH, RR – R do rato)
    Arquifonema /S/ (Exemplos: as, es, is, os, us)
    Arquifonema /R/ (Exemplos: ar, er, ir, or, ur)
  • 5 anos – Som: /r/ (Letra: R da arara)Grupos consonantais com /l/ (Exemplos: pl, bl, cl, gl, fl)
    Grupos consonantais com /r/ (Exemplos: pr, br, cr, gr, fr…)

Se a criança não alcança esses marcos ou apresenta trocas frequentes de sons, dificuldades na articulação das palavras ou omissão de fonemas, pode ser um sinal de alerta. Ou seja muitas vezes, o aluno apresenta dificuldade na fala dentro do ambiente escolar, o que pode comprometer seu desempenho na leitura, na escrita e na interação com os colegas.

Além disso, essa questão pode estar associada a dificuldades de compreensão. Isso significa que desse modo a criança pode ter problemas tanto para falar corretamente quanto para entender o que é dito a ela, prejudicando a comunicação como um todo.

Principais causas da dificuldade na fala

A dificuldade para falar pode estar relacionada a diferentes fatores, desde questões simples e transitórias até condições que exigem um acompanhamento multidisciplinar. Sendo assim, as principais causas incluem:

1. Déficits auditivos

Se a criança tem problemas auditivos, ela pode não perceber corretamente os sons e, consequentemente, não reproduzi-los de forma adequada. Infecções de ouvido recorrentes, por exemplo, podem prejudicar esse processo.

2. Transtornos do neurodesenvolvimento

O Transtorno de Desenvolvimento da Linguagem (TDL) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem afetar a comunicação, logo, acabam dificultando tanto a produção da fala quanto a interpretação da linguagem.

3. Apraxia de fala infantil

Esse distúrbio neuromotor afeta a coordenação dos músculos da boca necessários para a produção das palavras, dificultando a fala apesar da compreensão estar preservada.

4. Aspectos emocionais e ambientais

Falta de estímulo verbal, excesso de tempo de tela e um ambiente pouco interativo podem atrasar a aquisição da linguagem. Desse modo, crianças que não são incentivadas a se comunicar podem desenvolver uma dificuldade na fala por falta de prática e exposição à linguagem.

O papel da escola no desenvolvimento da linguagem

Quando uma criança com dificuldade na fala ingressa na escola, professores e educadores desempenham um papel essencial para estimular o desenvolvimento da linguagem. Sendo assim, algumas estratégias eficazes incluem:

  • Usar a comunicação visual – Apoiar a fala com imagens, gestos e expressões faciais ajuda a criança a compreender melhor o significado das palavras.
  • Incentivar a interação social – Atividades em grupo e jogos que envolvam troca de informações contribuem para o desenvolvimento da oralidade.
  • Utilizar histórias e músicas – A contação de histórias e canções com rimas ajudam a reforçar padrões de linguagem e ampliar o vocabulário.
  • Observar o desenvolvimento da criança – Se o aluno apresenta dificuldade na fala de forma persistente, o professor deve sinalizar aos responsáveis a necessidade de uma avaliação especializada.

Ou seja, ambientes estimulantes e metodologias ativas são essenciais para que a criança ganhe confiança ao se expressar e para superar possíveis barreiras linguísticas.

Como estimular a fala da criança?

Os pais e cuidadores desempenham um papel fundamental na prevenção e superação da dificuldade na fala. Portanto, pequenos hábitos diários fazem uma grande diferença, como:

  • Falar com a criança desde os primeiros meses de vida, narrando ações do cotidiano.
  • Nomear objetos, cores e emoções, ajudando a expandir o vocabulário.
  • Fazer perguntas abertas, incentivando a criança a formular frases mais longas.
  • Diminuir o tempo de exposição às telas, pois dispositivos eletrônicos não substituem a interação humana necessária para a aprendizagem da fala.
  • Brincar de faz de conta, estimulando a criatividade e o uso espontâneo da linguagem.

Desse modo, quanto mais a criança for exposta a uma comunicação rica e significativa, maiores são as chances de superar desafios linguísticos.

Quando procurar ajuda profissional?

Observando dificuldade na fala que foge aos marcos do desenvolvimento da comunicação da criança, é fundamental buscar avaliação profissional. Dessa forma, o fonoaudiólogo pode identificar as causas do atraso e recomendar estratégias terapêuticas personalizadas.

Portanto, em alguns casos, um acompanhamento multidisciplinar, envolvendo psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e neurologistas, pode ser necessário para garantir um tratamento mais abrangente.

Logo se você deseja atuar de forma eficaz e mais inclusiva no diagnóstico e intervenção das dificuldades de aprendizagem, incluindo dificuldade na fala, conheça a pós-graduação em Psicopedagogia: Atuação Clínica, Educacional, Empresarial e Hospitalar da Rhema Neuroeducação.

Ou seja, com essa formação, você se tornará um psicopedagogo qualificado, apto a realizar avaliações, testes e intervenções com crianças que apresentam problemas e transtornos de aprendizagem, tanto no contexto clínico e educacional, quanto em empresas e hospitais.

Além disso, acompanhe nosso site, canal no YouTube e perfil no Instagram para conteúdos exclusivos, estratégias práticas e dicas valiosas sobre inclusão e aprendizagem. Com conhecimento e preparo, podemos transformar vidas e tornar a educação mais inclusiva para todos.

Cada criança é um mundo. Te preparamos para cada uma delas.

Continue lendo

Jogos que Estimulam o Aprendizado

Caro educador…Saiba que utilizar os jogos em sala de aula, ajudam muito na estimulação do aprendizado dos alunos… Veja abaixo […]

Programação Neurolinguística e as Contribuições na Aprendizagem Escolar

O processo de aprendizagem escolar é caracterizado por etapas extremamente importantes no que diz respeito ao desenvolvimento do aluno. Para […]

Psicopatologias: Dicas e estratégias para trabalhar alunos com TDHA em sala de aula

O desafio de lidar com as psicopatologias em sala de aula: Roberto, de 9 anos, distrai-se com facilidade. Às vezes […]