Crianças agitadas: 4 atividades para a sala de aula
As crianças agitadas fazem parte do cotidiano escolar e trazem consigo muita energia e curiosidade. Elas se movimentam bastante, exploram o ambiente, fazem várias coisas ao mesmo tempo e nem sempre conseguem ficar em uma única tarefa por muito tempo.
O que você vai encontrar neste artigo:
Dessa forma, essa agitação, longe de ser algo negativo, pode ser vista como um reflexo do processo de desenvolvimento e de adaptação ao mundo ao redor. Por isso, o importante é que, com condução pedagógica adequada, toda essa energia pode ser transformada em aprendizado significativo.
Neste blog você vai entender como lidar com crianças agitadas de forma prática, descobrir quando a agitação é típica da infância ou sinal de atenção, compreender o que é agitação motora e, principalmente, conhecer 4 atividades eficazes para transformar movimento em foco e aprendizagem.
Como lidar com crianças agitadas na escola?

O primeiro passo é simples, mas essencial: manter a calma. Sendo assim, quando o professor perde a paciência e entra no mesmo ritmo da agitação, o caos aumenta. Ou seja, uma postura firme e tranquila transmite segurança e ajuda a baixar o nível de excitação da turma. Além disso, é importante observar o contexto: será que toda a turma está agitada em todas as aulas, ou isso acontece apenas em situações específicas?
Com isso, outra estratégia é criar um contrato pedagógico junto com a turma. Por isso, estabelecer regras claras e consistentes, construídas coletivamente, aumenta o senso de responsabilidade dos alunos. Logo, esse contrato não precisa ser algo formal demais — pode ser um cartaz na parede com os combinados feitos em roda de conversa. Portanto, o mais importante é que seja lembrado e reforçado de maneira constante.
Crianças muito agitadas: comportamento típico ou sinal de algo que requer atenção?
Crianças pequenas são naturalmente ativas. No entanto, acenda o alerta quando a agitação é persistente, exagerada e interfere na convivência e na aprendizagem. Por isso, em sala, observe sinais que pedem olhar mais atento:
- Dificuldade constante para manter atenção, mesmo em tarefas curtas e interessantes.
- Esquecimentos frequentes de materiais, instruções e passos simples.
- Levantadas contínuas em momentos de atividade sentada da turma.
- Interrupções recorrentes e dificuldade de esperar a vez.
Ou seja, se esses comportamentos aparecem todos os dias e em vários contextos, registre suas observações e comunique a família e a coordenação pedagógica. O professor não fecha diagnóstico — porém, suas evidências de sala orientam encaminhamentos e apoios.
O que é “agitação motora” e por que ela acontece?
“Agitação motora” não é apenas gostar de se mover; é como se houvesse um motor interno sempre ligado. Em geral, três frentes pesam muito:
- Ambiente: excesso de estímulos (telas, barulho, mudanças de rotina) aumenta a inquietação.
- Sono: sono insuficiente costuma aparecer em sala como hiperatividade e desatenção.
- Autorregulação: algumas crianças ainda estão desenvolvendo, de forma mais lenta, os mecanismos de controle inibitório e organização.
Resultado? Atenção oscila, conflitos crescem e o aprendizado perde etapas. Mas, é possível mudar esse cenário com intervenções simples e consistentes, dá para regular corpo e foco antes das tarefas cognitivas.

4 atividades para usar com as crianças agitadas na escola
1) Triagem Invisível (observar para intervir melhor)
Objetivo: mapear atenção, memória de trabalho e organização dentro da rotina, sem testes formais.
Como fazer: durante ações comuns (copiar do quadro, organizar o estojo, guardar a mochila), observe três pontos:
- Início: quanto tempo demora para começar?
- Percurso: mantém o foco até o final ou se perde no meio?
- Instrução: pede repetição muitas vezes?
Como intervir, então?
- Demora para iniciar → quebre em etapas curtas e dê instruções numeradas.
- Perde foco no meio → use pistas visuais e pausas breves combinadas.
- Pede repetição → modele o passo 1 e confirme compreensão (“me diga o que vai fazer agora”).
Dica prática: tenha uma fichinha simples para anotar 3 linhas por dia. Em duas semanas, você enxerga padrões e decide ajustes com segurança.
2) Escada Cognitiva (movimento + raciocínio)
Objetivo: regular energia e aquecer funções executivas.
Como montar: com fita no chão, E.V.A. ou degraus reais (com segurança). A cada degrau, um desafio rápido:
- Atenção/controle inibitório: “só sobe quando eu disser a cor certa”; “bata duas palmas e avance”.
- Memória: repetir sequência curta de sons/figuras para ganhar um degrau.
- Linguagem: dizer palavra com letra-alvo, criar rima, completar frase.
- Matemática: contar de trás para frente, identificar pares, resolver continha simples.
Quando aplicar? entrada na sala, pré-roda de conversa ou antes de atividade que exige foco. Em minutos, a turma regula corpo e mente.
3) Trava e Destrava (controle de impulsos divertido)
Objetivo: treinar parar, sustentar e retomar a ação.
Como conduzir: defina um sinal claro (palma, apito ou palavra-chave).
- Ao ouvir “TRAVA”, todos congelam “em estátua”.
- Ao ouvir “DESTRAVA”, todos retomam.
Variantes: durante corrida leve no pátio, com música na sala, com objetos em equilíbrio (saquinhos de tecido no ombro, por exemplo). Curto, lúdico e muito eficaz.
4) Circuito da Lógica em Movimento (coordenação + lógica)
Objetivo: integrar movimento, atenção, memória e raciocínio.
Como montar: organize estações com cadeiras, cones, cordas ou fitas no chão. Em cada parada, um gesto motor + um desafio cognitivo:
- Pareamento: pular em um pé só até a mesa e encontrar o par correto (duas frutas iguais, duas formas iguais).
- Sequência lógica: triângulo → quadrado → ? (criança aponta círculo).
- Para maiores: letras, números, pequenas operações.
Por que funciona? porque gasta energia de forma direcionada e, ao mesmo tempo, ativa funções executivas essenciais para ler, escrever e resolver problemas.
Conclusão: conduza a energia, amplie o aprendizado
Com acolhimento, regras co-construídas e atividades estratégias, as crianças agitadas avançam — e a turma inteira agradece. Dessa forma, comece pequeno: escolha uma intervenção para hoje, registre, ajuste amanhã e celebre cada progresso. É simples, mas não é fácil; com consistência, funciona.
Sendo assim, se você quer aprender como aplicar essas atividades de forma prática e transformar sua sala de aula, o caminho certo é buscar formação especializada. Desse modo, a Pós-Graduação em Neuropsicomotricidade da Rhema Neuroeducação foi pensada para profissionais da educação que desejam atuar com segurança, profundidade e ciência.
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