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Como trabalhar o aluno com Discalculia?

A sala de aula é sempre uma surpresa não é mesmo? E em meio a surpresas, sempre aparecem os desafios. E você já se deparou com um desafio chamado DESCALCULIA? 
Esse é um dos tipos de transtorno de aprendizagem que na população escolar afeta cerca de 3% a 6%, com uma distribuição similar entre meninos e meninas.
Confira aqui uma matéria, sobre o que é, o que afeta, o que o professor deve fazer e ainda dicas de atividades para trabalhar este aluno com discalculia.
Boa leitura 😉

O que é Discalculia?

É um transtorno específico do desenvolvimento, de base biológicaque afeta profundamente o processo de aprendizagem de matemáticas e aritmética. Muitas vezes foi definida como “dislexia da matemática”. A condição é independente do nível de inteligência do aluno com Discalculia e dos métodos pedagógicos usados.
 A dificuldade está centrada ao redor da habilidade para interpretar símbolos numéricos e operações aritméticas como adição, subtração, multiplicação e divisão. Uma criança com discalculia vai confundir números e signos e não será capaz de fazer cálculos mentais ou trabalhar com ideias abstratas. Essas crianças têm dificuldade para completar exercícios ou deveres.
A discalculia poderia ser definida como a disfunção de conexões neurais que processam a linguagem numérica, dificultando a aquisição e processamento de informação numérica.

O que o aluno com Discalculia pode ter como dificuldade?

·         Foco (concentração)

: Habilidade relacionada ao padrão de déficit cognitivo vinculado à dislexia. O déficit estrutural nessas conexões de redes neurais também está relacionado à inibição, que afeta a agudeza mental, dificultando para a criança a aprendizagem de matemáticas.

·         Atenção dividida

: Esta habilidade é importante porque permite a multifunção. As crianças com transtornos na área das matemáticas apresentam problemas ao responder a um estímulo porque não são capazes de focar e se distraem com os estímulos irrelevantes, se cansando com facilidade.

·         Memória operacional

: Esta habilidade cognitiva faz alusão ao armazenamento temporário e à capacidade para manipular as informações para completar tarefas complexas. Algumas dificuldades pode ser o problema para seguir direções, com o esquecimento das indicações e tarefas, pouca motivação, memórias incompletas, se distrair com facilidade, não lembrar dos números e demorar para fazer aritmética mental.

·         Memória de curto prazo

: A capacidade para reter pequenas quantidades de informação durante um período curto de tempo. Este déficit mental explica a incapacidade para realizar tarefas mentais. Os problemas aparecem ao calcular ou tentar fazer problemas matemáticos. Isto também está relacionado à incapacidade para lembrar dos números ou das tabuadas de multiplicar.

·         Nomeação

: Implica a incapacidade para lembrar de uma palavra ou número e usá-los posteriormente. As crianças com discalculia têm dificuldade para lembrar dos números porque sua capacidade para processar informações é deficiente.

·         Planejamento

: Os baixos níveis nesta capacidade cognitiva implicam ter dificuldades na área de planejamento e compreender os números e exercícios. Esta incapacidade para antecipar acontecimentos impossibilita os estudantes de completar um exercício corretamente.

·         Velocidade de processamento

: Corresponde ao tempo que nosso cérebro leva para receber uma informação (um número, uma equação matemática, um problema…), entendê-la e respondê-la. As crianças que não têm dificuldade completam este processo de forma rápida e automática, enquanto as crianças com discalculia precisam de mais tempo e energia para processar a informação.

Características do aluno com Discalculia:

  • A criança apresenta dificuldade em:
  • Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
  • Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas.
  • Sequenciar números: o que vem antes de 11 e depois dos 15 – antecessor e sucessor.
  • Classificar números.
  • Compreender os sinais +, -, ÷, ×.
  • Montar operações.
  • Entender os princípios de medida.
  • Lembrar as sequências dos passos para realizar as operações matemáticas.
  • Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras.

O que pode fazer com o aluno com discalculia, que apresenta dificuldades na matemática?

  • Permitir o uso de calculadora e tabela tabuada
  • Adotar o uso de caderno quadriculado;
  • Evitar ignorar o aluno com dificuldades;
  • Evitar mostrar impaciência com dificuldade expressada pela criança ou interrompe-la várias vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando a sua fala.
  • Evitar corrigir o aluno frequentemente diante da turma, para não o expor;
  • Não forçar o aluno a fazer as tarefas quando estiver nervoso por não ter conseguido;
  • Procure usar situações concretas, nos problemas;
  • Procure iniciar cada período da aula com o resumo da sessão anterior a uma visão geral dos novos temas;
  • Escreva no quadro o tema a aprender, os passos ou procedimentos a serem seguidos e que o aluno deverá tomar nota;
  • Dar sugestões ajudas ou guias para que o aluno saiba encarar e monitorizar adequadamente os erros;
  • O uso de códigos visuais, diagramas, cones, sublinhados, esquemas, permite concentrar atenção nos expoentes, varáveis, símbolos de operações, etc., o que facilita a sua compreensão, aprendizagem e generalização;
  • Quanto às provas, devem-se elaborar questões claras e directas, reduzindo-se ao mínimo o número de questões, sem limite de tempo, aplicando-a de tal sorte que o aluno esteja acompanhado apenas de um tutor para certificar se entendeu o enunciado das questões;
  • Estabelecer critérios em que, por vezes, o aluno poderá ser submetido a prova oral, desenvolvendo as expressões mentalmente, ditando para que as transcreva;
  •  Incentivar a visualização do problema, com desenhos e depois internamente;
  • Proponha jogos na sala, pois estes consistem numa boa opção para ajudar na visualização de seriação, classificação, as habilidades psicomotoras, habilidades espaciais e a contagem;
  • ·   Permitir o uso do computador, deste modo é um instrumento que pode ser muito bem aproveitado, especialmente porque existem muitos sites com jogos educativos que propiciam a noção de espaço e forma, como o tangam e outros que reforçam a compreensão de matemática.

Atividades para desenvolver a competência de classificação

 
  •  Peça ao aluno que classifique objetos em grupos. Pergunte depois que regras utilizou para classificar.
  •  Entregue ao aluno uma caixinha de ovos vazia e uma caixa que contenha objetos pequenos. Peça que classifique os objetos de acordo com alguma propriedade, por exemplo, cor. Em seguida peça a ele que pense em outras formas de classificar os objetos, por exemplo: tamanho, textura, etc.
  •  Utilizando variedade de objetos, pedir que faça um grupo.
  • Por exemplo. A professora ou outros colegas adivinharão as propriedades dos objetos pertencentes a esse grupo. Por exemplo: figuras geométricas de diferentes tamanhos, cores e formas, etc.
  •  Utilizar cartões com imagens de alimentos, plantas, brinquedos, pessoas, para fazer diferentes classificações.

Jogo dos Cubos e das Garrafas

 
Inicie o jogo entregando para as crianças garrafas de plásticos de tamanhos bem diferentes e alguns cubos de madeira coloridos para que ela enfileire os objetos sem observar regras. Depois peça que elas separem as garrafas por critérios estabelecidos pelo professor como:  os maiores dos menores, os de plástico e os de madeira, por cores e também por critérios estabelecidos pelos alunos.
Essa atividade pode ser registrada pela criança por meio de desenhos. O objetivo é verificar a noção de tamanho, a percepção espacial e a atenção da criança.

Jogo de Dominó 

 
 
 
Colocamos à disposição da criança um jogo de dominó para ela ordenar as peças de acordo com a numeração de bolinhas contidas nas extremidades, utilizando as regras do dominó. À medida que é apresentada uma peça, o aluno deve colocar a correspondente. Esta atividade visa desenvolver a percepção do sistema de numeração e estimular a associabilidade, a noção de sequência e a contagem. Uma variação do jogo é o dominó dos pares. Neste jogo a soma das peças deve ser um número par. A atividade permite que o aluno explore a relação entre a soma de números pares. Ou seja, é possível explorar com os alunos que a soma de dois números pares é um número par; a soma de dois números ímpares é um número par; a soma de um número par e um número ímpar é um número ímpar. Também é possível jogar o dominó dos ímpares, no qual a soma das peças deve ser um número ímpar e as observações anteriores se repetem.

Botões matemáticos

 
 
 
Separam-se botões de várias cores e tamanhos. A criança é orientada a separar botões por tamanhos, na quantidade solicitada, utilizando barbante e folha de papel. O objetivo dessa atividade é desenvolver a habilidade de compreensão de sistemas de numeração, a coordenação motora e a orientação espacial. Também pode ser proposto que o aluno com discalculia explique os critérios adotados por ele e justifique o seu raciocínio.
 
 
 
Desenvolvimento de trabalho com:
Jogo da memória – motricidade fina, memória, hipótese, cores e estratégias.
 
Resta um – formas, regras e estratégias.
Quebra-cabeça – motricidade fina e memória, formas, hipótese, cores, análise-síntese, figura-fundo e estratégias.
 
Arquiteto – planejamento, equilíbrio, motricidade fina e estratégias.
 
Cilada – percepção de formas, encaixe, motricidade fina, organização, plano mental, projeto e criatividade.
 
Tangran – formas geométricas, buscas de solução, percepção de figura e formas, hipótese, paciência, regras, motricidade fina e representação mental.
 
Material dourado – trabalhar o sistema de numeração decimal.
 
 
Também é importante mencionar que nem todas as crianças que apresentam dificuldades para fazer equações matemáticas têm discalculia, sendo essencial identificar a frequência dos sintomas. 
 
Além disso, a discalculia nem sempre está relacionada às equações matemáticas, pois as crianças também podem ter problemas com as atividades cotidianas ou jogos comuns.
 
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Fonte: cognifit.com /
            neuropsicopedagogianasaladeaula.com
 

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