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Como trabalhar a matemática no autismo?

O aprendizado da matemática no autismo pode ser algo sem grandes desafios para uns e um verdadeiro suplício para outros. Nem todas as pessoas conseguem estabelecer plenamente o domínio das práticas e conceitos matemáticos.

Nesse sentido, alunos com perfis diversos encontram dificuldades para conceber o raciocínio necessário para a realização de atividades pedagógicas e do cotidiano. De forma mais específica, as crianças incluídas no Transtorno do Espectro Autista (TEA) também precisam lidar com algumas questões que mexem com o seu aspecto cognitivo, no que diz respeito a essa importante competência.

Portanto, a dúvida de muitos professores é como trabalhar a matemática no autismo e torná-la mais próxima dos pequenos. Saiba que este é um dos grandes questionamentos de educadores. Afinal, o uso de estratégias para viabilizar a compreensão dos educandos deve ser feito de forma analítica e que venha ao encontro do entendimento dos alunos com TEA.

Crianças com autismo podem ter bom desempenho em matemática?

Sim. De acordo com pesquisas, evidências apresentadas nos últimos anos sugeriram que crianças com autismo podem ter certas habilidades mais fortes em matemática. Um estudo publicado na revista científica Biological Psychiatry, em 2013, parece confirmar essa teoria.

Dessa forma, pesquisadores descobriram que certas partes do cérebro das crianças com autismo são ativadas quando elas resolvem problemas de Matemática, e que elas tendem a usar abordagens diferentes ao resolver esses problemas quando comparadas a estudantes sem autismo.

Mas como tornar a matemática no autismo mais atrativa?

Alguns de vocês já devem saber que nem toda criança com TEA vai dominar o raciocínio matemático com facilidade. Nesse sentido, vale algumas dicas para viabilizar o interesse dos pequenos. Veja a seguir:

– Inicie a explicação com conceitos concretos

Uma excelente maneira de introduzir os alunos a esse universo matemático é por meio de exemplos que possam ser vistos e tocados por eles. Com isso, os objetos em sala de aula são ótimos para se trabalhar os primeiros conceitos matemáticos com os pequenos.

– Percepção da matemática no cotidiano

Segundo a professora Andréa Piana, do Grupo Rhema Educação, as atividades e propostas devem sempre ser pensadas no sentido de que a criança perceba o uso destas em outros ambientes e não apenas o escolar. Ou seja, de forma generalizada.

Para ilustrar, a pesquisadora cita alguns exemplos, tais como: incentivar a criança a descobrir o número do telefone de casa (ou dos pais), saber quanto calça e até mesmo qual a sua própria idade. Em turmas mais avançadas, as atividades podem seguir um pouco mais adiante e explorarem tanto os números fracionários como os decimais.

– Utilização de jogos lúdicos e que despertem o raciocínio lógico

Esses jogos ajudam o pensamento estratégico a encontrar a melhor forma de vencer o jogo, as habilidades sociais, na medida em que aprende a se relacionar com os outros. Além disso, desenvolve principalmente o raciocínio lógico, atenção e habilidade das crianças.

Os professores também encontram nessas opções formas de se trabalhar a concentração, a estratégia, o planejamento, a orientação espacial e a prática do raciocínio lógico.

– Propor tarefas pequenas com apoio visual

Isso é importante para possibilitar o entendimento do aluno. O uso da imagem e de dicas visuais é essencial em qualquer idade. Ensine conceitos matemáticos por meio de exemplos visuais e também por instruções verbais.

– Proposta de atividades multissensoriais

Aqui, além da matemática no autismo, os educadores também podem estimular o desenvolvimento de habilidades psicomotoras.

– Gráfico dos animais

Nada mais atrativo para crianças que a utilização de animais para ilustrar os exemplos. Neste caso, os professores elencam uma tabela e trabalham com a quantidade que compõe cada espécie. Assim, os pequenos aprendem brincando.

Como podemos conceber o desenvolvimento cognitivo no TEA?

Para entender toda essa situação, é importante pontuar algumas informações. Assim sendo, a primeira diz respeito ao fato de que tanto crianças quanto adolescentes com autismo podem apresentar disfunções executivas que são decorrentes de possíveis falhas ou até mesmo nas funções executivas que estão presentes no TEA, por exemplo.

Além disso, vale salientar que todos nós devemos levar em consideração que o TEA possui diferentes níveis de gravidade, baseadas principalmente nas respostas dadas pela criança às intervenções com ela realizadas e a necessidade de apoio. Com isso, mesmo os pequenos diagnosticados em nível semelhante têm chances de apresentar características muito diferentes, devido ao quanto são estimulados, além de outros fatores pessoais.

Outro item a ser levado em consideração é a questão das áreas de interesse e do hiperfoco que podem ser determinantes para o desenvolvimento específico de um indivíduo em determinado conteúdo ou área de aprendizagem.

Como aprofundar nesse tema?

A escolha por um caminho pautado em evidências científicas é um caminho muito interessante para quem deseja aprender novos conceitos e praticá-los com seus alunos. Inclusive, há muitos pontos que fazem a diferença na hora do aprendizado.

Para isso, o curso de Pós-graduação em TEA – Transtorno do Espectro Autista, do Grupo Rhema Educação, é uma especialização diferenciada. Os alunos têm muito a aproveitar por meio de aulas online e ao vivo, materiais atualizados e professores experientes no assunto.

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Referência

PIANA, Andréa Gama. Práticas para trabalhar matemática com crianças TEA. Grupo Rhema Educação, 2022.

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