Como funciona o processamento sensorial no TEA?
A princípio, muitas pessoas sabem que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta uma série de características, sendo algumas delas bastante conhecidas. Com isso, mesmo quem não convive ou trabalha diretamente com esse público sabe que aspectos como comunicação e interação social são pontos que merecem atenção quanto às propostas de intervenção.
No entanto, existe outro fator que deve ser olhado de forma especial: o processamento sensorial da pessoa que vive com autismo. Nesse quesito, podemos falar sobre a hipersensibilidade e a hipossensibilidade, situações comuns que são notadas em crianças com TEA, por exemplo.
Dessa forma, é muito importante que esses dois pontos sejam observados para que o aluno diagnosticado com autismo possa encontrar um ambiente propício para a convivência e o aprendizado. Assim, descrever os principais pontos que envolvem o processamento sensorial no TEA é um passo interessante para conhecer como funciona essa dinâmica.
O que é hipersensibilidade?
Primeiramente, a hipersensibilidade é uma condição cuja principal característica é a ‘fuga’ da criança aos estímulos sensoriais do ambiente em que ela está. Com efeito, os professores, os tutores e os pais do pequeno podem presenciar algumas situações bem conhecidas por boa parte de quem já tem uma convivência com essas pessoas, a saber:
– Resistir a determinada cor ou locais com muita claridade;
– Tapar os ouvidos diante de determinados estímulos sonoros;
– Evitar algum contato físico;
– Demonstrar resistência a algum tipo de alimento ou textura específica (muito comum em determinados tipos de tecidos);
– Realizar movimentos incomuns diante alguma irritação;
– Encolher o corpo diante de algum estímulo intenso;
– Causar indisposição ou vômito;
Há casos em que a criança pode sentir até mesmo dor física, quando ela é exposta a situações de hipersensibilidade. Portanto, é imprescindível que haja todo um preparo para lidar com esse cenário angustiante por parte dos pequenos e dos responsáveis por eles.
O que é hipossensibilidade?
Por outro lado, a hipossensibilidade é quando ocorre a busca por estímulos, o que não significa que seja uma situação tranquila. Afinal, a criança procura desempenhar o seu processamento sensorial de forma intensa. Isso significa que os pequenos podem se expor a situações de risco e realizar comportamentos inapropriados. Vejam abaixo algumas características que costumam ser observadas:
– Usar roupas e cintos apertados;
– Demonstrar pouca ou muita força física;
– Vestir-se de forma inadequada com roupas sujas, rasgadas ou até do avesso;
– Sentar-se de maneira desajeitada,
– Gostar de roer unhas ou morder;
– Apresentar-se como uma pessoa mais desajeitada;
– Não percebem a exaustão;
– Não sentem fome ou sede;
– Alimentar-se demasiadamente;
– Outros.
Que diferenças podem ser notadas entre a hipersensibilidade ou hipossensibilidade?
Em resumo, ambas as situações diferem completamente. Entretanto, vale a pena pontuar alguns pontos que merecem destaque:
– Enquanto na hipersensibilidade, a pessoa que vive com TEA tem um toque doloroso; na hipossensibilidade, o limite da dor é elevado (o que motiva a sensação de não sentir dor – mas isso requer muito cuidado e pode ser perigoso);
– Na hipersensibilidade, a criança escuta todos os sons ao mesmo tempo por não conseguir filtrar todos os estímulos; já na hipossensibilidade, o pequeno bate objetos para a produção de barulhos;
– No paladar, a hipersensibilidade faz com que a pessoa evite vários alimentos por estimular muitos sabores de maneira dimensionada. Por outro lado, na hipossensibilidade ocorre a ingestão de comida picante e até mesmo objetos não comestíveis – por isso a atenção deve ser redobrada.
Por que ocorre o processamento sensorial no autismo?
Na verdade, o processamento sensorial tem origem genética. Com isso, as pessoas que convivem com autismo e alguma condição sensorial (hipersensibilidade ou hipossensibilidade) podem ser rapidamente estimuladas em função da capacidade do cérebro de captar esses aspectos sensoriais. Inclusive, essa situação faz com que as sensações sejam sentidas de forma simultânea, o que gera um quadro de estresse por parte das crianças, jovens e adultos que vivem com autismo.
Assim, existem maneiras de propor algumas soluções que visem ao controle desses estímulos. Dessa maneira, é importante que haja uma comunicação pré-estabelecida entre as partes envolvidas. No caso do contexto escolar, por exemplo, os educadores podem apresentar algumas iniciativas para facilitar a experiência do aluno em sala de aula e nos demais espaços da instituição.
O que fazer para controlar os estímulos no processamento sensorial?
Em primeiro lugar, os professores podem propor algumas alternativas que procurem reduzir o excesso no estímulo dos sentidos. Para isso, busque estabelecer algumas situações que podem ajudar:
– Menos estímulos visuais (com cores fortes);
– Posicione o aluno em locais com menos estímulos sonoros (ruidos externos);
– Converse com a turma e explique que existem outras formas de demonstrar amizade que não seja apertando o coleguinha (por meio de abraços);
– Evite algum material ou objeto que emane cheiros ou perfumes muito fortes;
– Ao propor algum trabalho pedagógico, tente evitar o uso de objetos com texturas que podem provocar grandes estímulos;
– Converse sempre com os pais da criança.
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