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Atividade de Coordenação Motora para Autismo

A atividade de coordenação motora para autismo vai muito além de segurar lápis ou recortar com a tesoura. Logo, quando falamos sobre esse tipo de estimulação, estamos falando de como a criança com TEA organiza o próprio corpo, percebe o espaço, equilibra-se e executa movimentos com mais autonomia.

Por isso, neste blog, vamos te mostrar tudo que você precisa saber sobre a coordenação motora no autismo, com exemplos de atividades, dicas de avaliação e orientações práticas para trabalhar em sala de aula.

O que é coordenação motora no autismo e por que é tão importante?

Ao trabalhar atividade de coordenação motora para autismo, é essencial compreender que não se trata apenas de habilidades manuais. Desse modo, trata-se de como a criança percebe o próprio corpo no espaço e como planeja e executa os movimentos no dia a dia.

Estudos como o da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto mostram que crianças com TEA têm mais dificuldades em tarefas simples como andar sobre uma trave ou chutar uma bola, por apresentarem menor equilíbrio e controle corporal.

Sendo assim, essas dificuldades também se refletem na lateralidade, com crianças alternando o lado dominante ou tendo dificuldade de reconhecer o próprio lado dominante. Portanto, isso afeta diretamente a autonomia: desde abrir uma embalagem, segurar um copo, até acompanhar uma atividade na educação física.

Quando o corpo está desorganizado, o cérebro gasta energia demais para fazer o básico. Por isso, atividades estruturadas de coordenação motora ajudam a melhorar a atenção, a confiança e a preparação para a aprendizagem.

Atividades de coordenação motora fina para autismo

As atividades de coordenação motora fina envolvem os pequenos músculos das mãos e dos dedos. Desse modo, elas ajudam a desenvolver firmeza e precisão para tarefas como escrever, recortar e encaixar.

Algumas ideias que funcionam muito bem com alunos autistas são por exemplo as de:

  • Modelagem com massinha ou argila: excelente para fortalecimento dos dedos;
  • Atividades com pinça ou prendedor de roupa: pegar bolinhas, transferir objetos de um pote para o outro;
  • Grafismo controlado: desenhar com cotonete, pintar formas geométricas, traçar labirintos;
  • Jogos de gesto manual: bater palmas em sequência, abrir e fechar os dedos, imitar gestos tipo “espelho”.

Adapte os materiais conforme a necessidade: use lápis triangular, pranchetas inclinadas e tesouras com apoio. E lembre-se: respeitar o ritmo da criança e repetir com ludicidade são pilares para avançar.

Coordenação motora grossa no autismo: veja atividades que funcionam

A coordenação motora grossa envolve pernas, braços e tronco. Crianças com autismo podem ter dificuldade em se equilibrar, correr ou pular, mas isso pode ser estimulado com as atividades certas:

  • Circuito psicomotor: use cones, pneus, cordas, fitas no chão para caminhar, pular e se equilibrar;
  • Atividades com arremesso: lançar bola em alvos, jogar saquinhos em baldes, mirar pinos;
  • Exercícios de equilíbrio: andar em linha reta, subir e descer degraus, ficar em um pé só;
  • Força global: brincar de carrinho de mão, fazer flexões adaptadas, saltar sem corda;
  • Brincadeiras em grupo: corrida de revezamento, danças com imitação, seguir o líder.

Por isso, adapte tudo ao nível da criança, faça marcações visuais no chão e varie os materiais. Afinal, cada conquista corporal representa um passo para mais participação e aprendizagem.

Como avaliar a coordenação motora da criança autista?

A avaliação da coordenação motora não precisa ser complexa nem cara. Logo, o mais importante é observar, planejar e registrar. Sendo assim, alguns sinais que merecem atenção:

  • Dificuldade com ritmo, força e equilíbrio;
  • Troca de mãos ou pés;
  • Medo de movimentos amplos ou altos;
  • Pouca precisão ao lançar, pegar ou desenhar.

O teste KTK é um dos mais adaptáveis e pode ser feito com tarefas como:

  • Caminhar sobre fita no chão;
  • Saltar com um pé só;
  • Pular lateralmente dentro de um tempo;
  • Contornar cones ou mudar de direção.

Além disso, registre tudo no diário de bordo: o que a criança consegue fazer, o que recusa, o que evolui. Esse histórico te ajuda a planejar melhor e mostrar os avanços à família e à equipe de apoio.

Erros comuns em atividade de coordenação motora para autismo

Mesmo com boas intenções, alguns erros podem atrapalhar o processo de aprendizagem motora. Sendo assim, fique atento a:

  • Forçar a tarefa sem adaptação;
  • Ignorar sinais sensoriais (barulho, textura, luz);
  • Usar materiais inadequados ou desinteressantes;
  • Não ter sequência ou registro das atividades;
  • Insistir quando a criança já está cansada ou frustrada.

Por isso, planeje com intencionalidade, respeite o ritmo e celebre cada pequeno progresso.

Como envolver a família no treino da coordenação motora dos autistas?

A família pode (e deve!) ser parte do processo. Dessa forma, sugira atividades simples dentro da rotina:

  • Coordenação fina: abrir potes, brincar com massinha, separar prendedores por exemplo;
  • Coordenação grossa: amarelinha, degraus, jogar bola, marcar percurso no quintal.

Oriente os pais a dar reforços positivos, respeitar pausas e registrar os avanços. Além disso, compartilhe essas informações com a escola. Afinal, quando todos trabalham juntos, o desenvolvimento é muito maior.

O que coordenação motora no autismo tem a ver com inclusão escolar e aprendizagem?

Muita coisa! Quando a criança organiza o corpo, ela participa mais das brincadeiras, das aulas e das interações. Logo, isso é inclusão real acontecendo. Além disso, a coordenação motora sustenta habilidades como:

  • Escrita e recorte;
  • Organização do caderno;
  • Postura em sala;
  • Lógica e sequência.

Por isso, cada vez que você trabalha o corpo do seu aluno, está preparando ele para aprender, conviver e crescer.

Como fazer a adaptação de espaço para coordenação motora no TEA?

Não basta propor boas atividades: o espaço também precisa ajudar. Por isso, use os princípios da psicologia ambiental para criar ambientes mais acolhedores:

  • Evite excesso de barulho e luz direta;
  • Prefira cores neutras e pistas visuais;
  • Deixe espaço livre para movimento seguro;
  • Ofereça cantinhos de acolhimento com tapete e almofada por exemplo;
  • Oriente a turma sobre como respeitar o espaço do colega.

Além disso, ambientes adaptados ajudam o aluno com TEA a se sentir seguro e a focar no que realmente importa: aprender com leveza e autonomia.

Conclusão

Se você quer aprofundar seu conhecimento sobre atividades de coordenação motora para autismo, desenvolver práticas eficazes e transformar sua sala de aula, essa é a sua chance. Nossa formação une ciência, prática e humanização para te preparar de verdade.

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Cada criança é um mundo. Te preparamos para cada uma delas.

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