Quais são as comorbidades associadas ao TDAH?
Olá, professores!
Primeiramente, como você lidava com o aluno que apresentava sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em sala de aula? Por acaso, você já precisou ensinar a uma criança com essa condição?
Saibam que muitos profissionais da educação passam por essa experiência. Com isso, conhecer as estratégias pedagógicas é a melhor maneira para propiciar aos pequenos e adolescentes uma convivência e um aprendizado que sejam eficientes.
No entanto, o TDAH pode ser acompanhado por comorbidades. Nesse caso, é necessário entender a situação da criança a fim de conduzi-la de forma satisfatória em seus desafios.
É comum haver comorbidades no TDAH?
Sim. Além disso, é importante que os educadores saibam qual o transtorno ou distúrbio está associado e apresentado pelo aluno. Para se ter uma ideia do quão frequentes são as comorbidades no TDAH, alguns estudos sugerem que a incidência pode chegar a mais de 90% dos casos.
De acordo com estudos, há uma alta taxa de ocorrências entre o TDAH com outros transtornos psiquiátricos. Antecipadamente, os transtornos do humor e os transtornos disruptivos do comportamentosão bem comuns.
Quais são as comorbidades associadas ao TDAH?
A princípio, falar sobre os transtornos e distúrbios relacionados ao TDAH torna as estratégias de professores e terapeutas mais direcionadas. Assim sendo, a partir do conhecimento sobre a condição da criança, maiores serão as chances de obter sucesso com as técnicas a serem desenvolvidas.
As principais comorbidades associadas ao TDAH são as seguintes:
– Distúrbio de aprendizagem
O Distúrbio de Aprendizagem pode ser uma incógnita no início, pois boa parte dos sintomas tende a demonstrar situações aparentemente normais. Com isso, há um momento de equívoco, em que o quadro da criança não é analisado como deveria. Inclusive, o aspecto sintomático é um dos principais motivos que leva a essa dúvida inicial.
Sintomas: rendimento escolar abaixo do esperado, indisciplina para realizar atividades, recusa para se dedicar às atividades em sala de aula. A melhor maneira para conseguir detectar o Distúrbio de Aprendizagem é por meio da observação quanto à preponderância dos sintomas.
– Transtorno Opositor Desafiador
Conhecido como TOD, este transtorno é caracterizado por um comportamento que requer muita cautela. Sobretudo, no quesito orientação. Nesse caso, o aluno nunca deve ser advertido com gritos ou atitudes mais drásticas. Afinal, isso tende a piorar a situação, uma vez que a criança se sentirá motivada a desafiar ainda mais o adulto.
Sintomas: indisciplina, tendência a desrespeitar regras, irritar as pessoas, agitação, irritação, discussão com adultos, atribuição de seus erros a terceiros, etc. Além do auxílio de uma equipe interdisciplinar, estabelecer condições para o diálogo e a negociação com o pequeno é uma alternativa plausível.
– Transtorno Bipolar
Essa situação pode ser mais comum do que se pensa em crianças com TDAH. Dessa forma, torna-se difícil distinguir um quadro de TDAH mais severo em alunos com o Transtorno Bipolar tardio, por exemplo. Além disso, uma das principais características é a alternância entre depressão e momentos de euforia.
Sintomas: hiperatividade, irritabilidade, impulsividade e baixa atenção. Há que se ressaltar que embora o Transtorno Bipolar tenha uma frequência maior entre pessoas de 15 a 25 anos, alguns casos isolados em crianças podem existir.
– Distúrbio de Conduta
Quando o aluno convive com o TDAH e o Distúrbio de Conduta, ele tende a apresentar um comportamento de indisciplina constante. Nesse caso, as crianças podem ser mal interpretadas diante das condutas manifestadas.
Portanto, é extremamente importante que os educadores mantenham contato direto com a família e os terapeutas. Afinal, os sintomas tendem a preocupar aqueles professores que não estão preparados.
Sintomas: falta de empatia, crise de irritabilidade, rebeldia, comportamento ameaçador, tendência a contar mentiras, manipulação, outros. Dessa forma, é imprescindível a presença de especialistas para orientar as maneiras adequadas no trato com a criança.
– Depressão
A Depressão também pode coexistir com o TDAH. Assim sendo, o pequeno convive com duas condições que requerem muita observação por parte dos adultos, uma vez que ele pode enfrentar barreiras no percurso escolar. Contudo, o diagnóstico inicial pode ficar comprometido, tendo em vista a dificuldade para distinguir a Depressão da reação pelo TDAH.
Sintomas: irritabilidade, impulsividade e baixa autoestima. Com efeito, o rendimento escolar também é um aspecto que pode sofrer algum impacto, pois a criança recebe a influência direta de toda essa situação.
– Disforia Sensível à Rejeição (DSR)
O DSR é uma comorbidade do TDAH que nem sempre ganha o destaque que deveria, mas essa condição também merece espaço. Nesse caso, o aluno pode sofrer com diversas situações aparentemente controladas.
Em outras palavras, uma situação que para muito é facilmente resolvida pode ser diferente para ele. Com isso, o aluno tende a achar que foi julgado e rejeitado por algo. Quando ele tem essa percepção, a criança sofre por conta da sensação de frustração.
Sintomas: sentimentos de desesperança e desespero; sentimento de vergonha, sensação de humilhação, pânico, irritabilidade e acessos de raiva.
Qual a melhor forma de conduzir o aluno com TDAH?
Em primeiro lugar, a maneira mais adequada para ser utilizada vai depender de cada caso. Ou seja, é preciso conhecer a situação do aluno para que você pense na melhor estratégia a fim de apresentar as atividades, por exemplo.
Ainda assim, estabelecer uma relação de cumplicidade e amizade com a criança pode ser um caminho muito benéfico. Por fim, a troca de informações entre a escola, a família e os terapeutas também impacta positivamente na busca pelo desenvolvimento e bem-estar do pequeno ou do adolescente.
Referências
ANDRADE, C.R.M; et al. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Revista Médica de Minas Gerais, 2011.
POSSA, M.A; SPANEMBERG, L. GUARDIOLA, A. Comorbidades do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em crianças escolares. Arquivo de Neuropsiquiatria, São Paulo, v. 63, 2005.