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Tylenol causa autismo?

Quando o tema é o que causa autismo, muitas dúvidas e mitos ainda circulam. Um dos mais recentes envolve o uso de paracetamol (Tylenol) durante a gravidez e a possibilidade de aumentar o risco de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos filhos.

Por isso, neste blog, você vai entender o que a ciência já descobriu e quais são as recomendações das autoridades de saúde. Além disso, vai entender como lidar de forma acolhedora quando o diagnóstico de TEA chega à família.

Tylenol na gestação causa autismo?

Até hoje, de acordo com recentes pesquisas, não há nenhuma comprovação científica de que o paracetamol seja causa de autismo.

  • Uma revisão sistemática “Evaluation of the Evidence on Acetaminophen Use and Neurodevelopmental Disorders Using the Navigation Guide Methodology”, publicada em 2025 na revista Environmental Health (EUA), analisou 46 estudos. Os autores identificaram associações em parte dos trabalhos, mas reforçaram: associação não é causalidade.
  • O estudo “Acetaminophen Use During Pregnancy and Children’s Risk of Autism, ADHD, and Intellectual Disability”, conduzido na Suécia com quase 2,5 milhões de nascidos entre 1995 e 2019, foi publicado em 2024 na revista JAMA (Journal of the American Medical Association). O trabalho mostrou que, ao comparar irmãos biológicos, não houve diferença de risco para autismo, TDAH ou deficiência intelectual.

Esses dois trabalhos são considerados os mais robustos até agora e ajudam a entender por que as agências de saúde recomendam cautela, mas não confirmam uma relação causal. Outro ponto importante destacado pelos pesquisadores é a dificuldade em estudar a relação entre paracetamol e TEA.

Como o medicamento é vendido sem prescrição médica, muitas vezes as doses e frequências não ficam registradas em prontuários médicos. Dessa forma, isso obriga os cientistas a recorrer a questionários aplicados diretamente às mães. Logo, isso pode gerar erros, já que muitas não se lembram ou acabam subestimando e superestimando a quantidade usada.

Além disso, estudos de larga escala em diferentes países reforçam a falta de evidências conclusivas. Uma pesquisa feita no Japão com 200 mil crianças, também baseada na comparação entre irmãos, chegou à mesma conclusão do estudo sueco. Ou seja, não há diferença estatística no risco de autismo entre expostos e não expostos ao paracetamol.

Já uma revisão publicada na revista Obstetrics & Gynecology (2025) concluiu que é improvável que a exposição intrauterina ao medicamento represente risco significativo de TEA.

O que dizem especialistas internacionais sobre Tylenol causar autismo?

A Organização Mundial da Saúde – OMS, em comunicado de 2025, afirmou que não existem evidências conclusivas que associem o uso de paracetamol na gestação ao TEA. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, também publicou nota oficial em 2025 esclarecendo que não há registros no país que relacionem paracetamol na gestação com autismo.

A ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists), lançou um parecer em setembro de 2025, reafirmando que o paracetamol continua sendo considerado seguro durante a gestação quando usado na menor dose eficaz e pelo menor tempo necessário.

A EMA (Agência Europeia de Medicamentos), atualizou suas orientações em 2025, reforçando a mesma posição de uso criterioso. E a FDA (Food and Drug Administration, EUA), iniciou uma revisão de rótulos também em 2025, após a publicação do estudo sueco no JAMA, mas manteve a orientação de que o paracetamol é o analgésico de escolha durante a gravidez.

O que causa autismo?

A ciência mostra que não existe uma única causa para o TEA. Sendo assim, trata-se de um transtorno multifatorial, influenciado principalmente por fatores genéticos e por interações ambientais durante o processo de desenvolvimento.

Além disso, estudos com gêmeos e grandes populações reforçam a forte contribuição genética, mas também apontam fatores contextuais — como idade parental avançada e algumas condições durante a gestação — que podem estar associados ao risco.

Quando perguntamos “o que causa o autismo na gravidez”, precisamos de cautela. O TEA tem predominância genética, mas fatores ambientais também podem contribuir:

  • idade parental avançada;
  • complicações durante a gestação;
  • infecções maternas;
  • fatores ambientais diversos.

Orientações para famílias após o diagnóstico de TEA

Receber o diagnóstico de TEA pode gerar sentimentos de medo e insegurança pelas expectativas criadas. Mas é nesse momento que o conhecimento e o apoio certo fazem a diferença.

Passos iniciais:

  1. Acolher as emoções – reconhecer os sentimentos é o primeiro passo.
  2. Construir uma rede de apoio – unir escola, profissionais e família.
  3. Estabelecer pequenas metas – celebrar conquistas cotidianas.
  4. Trabalhar junto com a escola – exigir planos individualizados e avaliações diversificadas.
  5. Evitar desinformação – priorizar fontes confiáveis e evidências científicas.

Conclusão

Em conclusão, não há prova de que o paracetamol na gravidez cause autismo. O Transtorno do Espectro Autista resulta de uma combinação complexa de fatores, sobretudo genéticos. Por isso, as autoridades nacionais e internacionais seguem recomendando o uso criterioso do paracetamol durante a gestação, sempre com orientação profissional.

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