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COMO INTERVIR COM O ADOECIMENTO EMOCIONAL DO PROFESSOR- SÍNDROME DE BOURNOUT

A profissão do Professor é considerada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), como uma das mais estressantes, com forte incidência de elementos que desencadeiam diversas síndromes psicológicas.

Atualmente, ser professor, independente do nível de ensino em que atue tipo de escola, pública ou privada, está se configurando como uma profissão alvo de inúmeros estresses psicossociais presentes no seu contexto de trabalho. Ensinar era entendida em tempos passados como uma profissão vocacional de grande satisfação pessoal e profissional tem dado lugar ao profissional de ensino excessivamente atrelado a questões tecnoburocráticas.

E os motivos naturalmente são: redução da amplitude de atuação do trabalho, as tarefas de alto nível são transformadas em rotinas, há menos tempo para executar o trabalho, para atualização profissional, lazer e convívio social, bem como escassas oportunidades de trabalho criativo.

Assim, a organização do trabalho do professor possui características que o expõem a fatores estressantes que, se persistentes, podem levá-lo a desenvolver uma síndrome conhecida como Sindrome de Burnout.

Esta Síndrome é o resultado do estresse crônico, típico do cotidiano do trabalho, principalmente quando neste existem excessiva pressão, conflitos, poucas recompensas emocionais e pouco reconhecimento, sendo considerado um fenômeno psicossocial constituído de três dimensões: Exaustão Emocional, Despersonalização e Baixa Realização Profissional. A Exaustão Emocional caracteriza-se por uma falta ou carência de energia e um sentimento de esgotamento emocional, sendo sua maior causa a sobrecarga de trabalho A Despersonalização ocorre quando o profissional passa a tratar os clientes, os colegas e a organização de forma distante e impessoal. Por fim, a Baixa Realização Profissional caracteriza-se por uma tendência do trabalhador em se auto-avaliar de forma negativa, sentindo-se insatisfeito com seu desenvolvimento profissional, experimentando um declínio no sentimento de competência e na sua capacidade de interagir com as pessoas.

Os principais fatores de risco vinculados às características de personalidade (ou do indivíduo) envolvem aqueles com traços excessivamente competitivos, perfeccionistas, pessimistas, controladores, passivos, exigentes ou com grandes expectativas ou idealismo em relação à profissão.

É importante ressaltar que os estágios dessa síndrome devem ser vistos como um indicador de sinais que merecem atenção, já que alguns indivíduos passam por todas as etapas em diferentes ordens, enquanto outros somente passam por algumas. Mais importante ainda é ressaltar que tais estágios não sejam vistos como critérios de auto diagnóstico, e sim como um sinal que é preciso recorrer às pessoas que trazem segurança e buscar assistência médica e psicológica rapidamente. Além disso, se houver abertura e espaço de confiança, deve-se conversar com os gestores da escola sobre o que está acontecendo e procurar ajuda.

Muitas vezes, estamos tão imersos em nossas rotinas escolares que não nos damos conta desse processo até que cheguemos ao completo esgotamento e a recuperação pareça muito difícil. Um fator de proteção eminente, além dos aspectos preventivos, é que os professores e gestores estejam atentos uns aos outros fortalecendo a rede de apoio e o olhar atento na profissão.

O tratamento para a síndrome de Burnout depende de uma organização pessoal e orientação profissional. A rotina de um profissional é constante e, caso esteja abalada, precisa ser reorganizada para que aquele olhar inicial, que gera sofrimento ao professor, possa ser ressignificado.

Uma pessoa, quando fala a respeito de todas as suas angústias e insatisfações, é capaz de se escutar também e refletir sobre tudo que a abala. O psicólogo especialista na área pode direcionar, da melhor maneira possível, o que está sendo contado a ele. Assim, é necessária a orientação psicológica para que esse sentimento possa ser desconstruído e desenvolvido de outras formas que possam trazer prazer ao docente. Atividades que ultrapassam o convívio do trabalho são extremamente saudáveis, ou seja, é preciso desfocar um pouco daquilo que está sendo vivenciado com exageros e afetando a saúde física e mental.

O ideal é que trabalho e lazer sejam equilibrados de maneira que o profissional possa se sentir bem. Uma boa organização das atividades, bem como conhecer e respeitar os próprios limites, pode mudar significativamente esse quadro.

É preciso ter consciência de tudo que está sendo realizado, planejado e priorizado, mas, muito além disso, é importante saber se existe equilíbrio. A vida profissional não pode ser algo que gere sofrimento, pelo contrário, precisa trazer satisfação, mesmo com os desafios rotineiros a serem vivenciados. Quando ultrapassam esse limite, sua saúde pode estar em risco. Fique atento!

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